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Angela Albino

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LGBTfobia mata, não só nos EUA

O debate de gênero nas escolas é fundamental para que, desde pequenas, as crianças se deem conta que questões como gênero e diversidade sexual não são menores. Que a intolerância, o ódio e a discriminação são criações da sociedade, mitos que devemos urgentemente combater e derrubar.

O debate de gênero nas escolas é fundamental para que, desde pequenas, as crianças se deem conta que questões como gênero e diversidade sexual não são menores. Que a intolerância, o ódio e a discriminação são criações da sociedade, mitos que devemos urgentemente combater e derrubar. (Foto: Angela Albino)
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Assistimos e lemos horrorizados as notícias sobre o grave atentando contra a população homoafetiva que ceifou a vida de 49 pessoas e deixou mais de 50 feridos no atentando em Orlando, nos Estados Unidos, no domingo, dia 12 de junho. Tão trágico quando o que aconteceu em solo norte-americano, é a realidade vividas pelas pessoas da comunidade LGBT no Brasil.

Ao contrário do que muitos pensam e propagam, até mesmo no Congresso Nacional, a LGBTfobia mata, e muitos, em território brasileiro. De acordo com dados da Secretaria Nacional de Direitos Humanos a cada 1 hora, um homossexual sofre algum tipo de violência no país. Pesquisa intitulada de Terceiro Relatório de Violência Homofóbica, divulgada em fevereiro, pelo então Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos, destaca que ao menos cinco casos de violência homofóbica são registrados todos os dias no Brasil.

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Pelo Disque Direitos Humanos (Disque 100) foram registradas nos últimos anos 1.695 denúncias de 3.398 violações relacionadas à população LGBT, envolvendo 1.906 vítimas e 2.461 suspeitos. Notem, quase 2.500 suspeitos de praticarem agressões homofóbicas. Isso em pleno século XXI. É oportuno destacar que esses dados tratam apenas dos casos denunciados. A quantidade é muito maior, visto que o número de vítimas que não denunciam por medo ou por qualquer outro argumento não pode ser mensurado. Relatório anual sobre o assassinato de homossexuais, divulgado Grupo Gay da Bahia (GGB) - mais antiga entidade do gênero do Brasil - indica que 318 gays foram mortos em 2015 em todo o País.

Infelizmente são cada vez mais rotineiras as constatações de desrespeito e agressões ao próximo, seja por motivo de crença religiosa, ou de convicção política ou filosófica ou até mesmo por orientação sexual. O extermínio cometido por Omar Mateen, que sordidamente elegeu como alvo o público da boate Pulse, em que as pessoas se reuniam para se divertir, encontrar amigos, mas que também era um lugar de solidariedade e empoderamento da comunidade LGTB, denuncia a covarde barbárie por motivo de orientação sexual.

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O Brasil conquistou avanços importantes na última década no que diz respeito aos direitos individuais e também na proteção à população LGBT. A Lei Maria da Penha, sancionada em 2006, passou a prever, por exemplo, a união homoafetiva feminina. Em 2010, foi criado o Plano Nacional de Promoção da Cidadania e Direitos Humanos LGBT e no ano seguinte passou a existir o módulo LGBT no Disque 100. Já em 2013, o Sistema Único de Saúde (SUS) passou a contemplar o atendimento completo para travestis, transexuais e transgêneros, como terapia hormonal e cirurgias. A identidade de gênero passou também a ser respeitada, com a inclusão do nome social no cartão do SUS. Alguns Estados, inclusive, criaram delegacias especializadas contra crimes homofóbicos.

Qualquer tipo de violência à direitos fundamentais universais não pode ocorrer e se repetir em nenhum lugar do mundo. E aqui no Brasil, cabe a nós a missão de pavimentar um novo caminho para que as novas gerações sejam guiadas pelo respeito, amor e paz e tolerância. Só assim teremos uma humanidade melhor.

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Para tanto, o debate de gênero nas escolas é fundamental para que, desde pequenas, as crianças se deem conta que questões como gênero e diversidade sexual não são menores. Que a intolerância, o ódio e a discriminação são criações da sociedade, mitos que devemos urgentemente combater e derrubar. Enquanto ficarmos construindo muros e diferenças que desvalorizam a mulher e hipervalorizam os homens a gente não vai mudar.

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