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Luiz Fernando Padulla

Professor, biólogo, doutor em Etologia, mestre em Ciências, autor do blog 'Biólogo Socialista'

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“Lives” e o analfabetismo político

A Cultura é um caminho para a livre e verdadeira democracia! Mais do que nunca é preciso retomar a discussão e colocar em pauta a inserção da educação política

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Em tempos de isolamento social, as chamadas lives proporcionadas por artistas têm suprido um pouco a carência de todos nós, permitindo a descontração e o passar menos sôfrego do tempo. É a pura manifestação da Cultura, mostrando não apenas sua força, mas provando sua importância em toda vida social.

Tenho assistido algumas delas e sempre comento nos chats com “Viva a Cultura!”, seguindo com as tags #ForaBolsonaro e #MoroNaCadeia. Não é o tipo de militância que gostaria de fazer, mas como não se pode sair às ruas por prevenção ao COVID-19, é o que nos resta – além de ser mais um espaço que devemos sim ocupar e mostrar força!

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Curiosamente, deparei-me com alguns comentários de alguns espectadores dizendo que “aqui não é lugar de falar de política”. Mais intrigante ainda é que foram em lives de cantores e cantoras assumidamente progressistas e críticos ao desgoverno de BolsoNazi – como Nando Reis, Ana Cañas, Chico César e Alceu Valença – e apareciam certos ignorantes retrucando com tag de apoio ao presidente (sic).

Isso me fez refletir por um instante e cheguei à conclusão do tamanho do analfabetismo político que atinge as pessoas – já no período pós-eleitoral e com tamanhas atrocidades ocorrendo em nosso cotidiano. Esse tipo de declaração mostra a total alienação, e é inconsistente com a verdadeira cultura, e menos ainda com a história de luta e resistência desses artistas.

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Pessoas que ignoram que a própria Cultura da qual estão usufruindo, está ameaçada sob o regime totalitário e arbitrário de Bolsonaro – ainda que de forma nem sempre camuflada. Os defensores desses cortes, ainda se usam de argumentos falaciosos de que “a Cultura e a Lei Rouanet são abusivas”, “invenção de petistas”, “só favorece artistas da esquerda” – ou seja, não sabem nem que essa lei foi criada em 1991, durante a presidência de Collor, e tão pouco conhecem a realidade dos “gastos” com a Cultura, que representam menos de 0,03% do orçamento da União.

Lembremos aqui que o Ministério da Cultura, junto ao do Esporte e Desenvolvimento Social, foram extintos pela MP nº870, e agora está aprisionada e reduzida ao Ministério do Turismo.

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Atitude esperada de um governo nazifascista, que teme pela liberdade de expressão, o pensamento crítico e o engajamento democrático que ela permite, atuando justamente como instrumento de transformação social. Como disse Juan Arias em seu artigo no El País, “o contrário da cultura é a barbárie, a degradação dos melhores valores da humanidade. A etimologia da palavra cultura, do latim, evoca o cultivo da terra. É a que cria os frutos, e por isso sempre esteve relacionada com a vida, com tudo o que surge de novo, não com a morte. A cultura amedronta quem aposta na violência e na morte, no lado negativo das coisas e não na criação. Isso influencia hoje os regimes políticos autoritários, negativos, de confronto, nos quais diálogo é sacrificado no altar das intolerâncias. Todos os autoritarismos da história desprezaram a cultura porque lhes dava medo. Ela é incompatível, em todos os seus aspectos, com quem aposta em políticas de morte. Todos os nazismos e fascismos acabaram queimando livros, amordaçando a expressão e o pensamento e humilhando a cultura”.

A Cultura é um caminho para a livre e verdadeira democracia! Mais do que nunca é preciso retomar a discussão e colocar em pauta a inserção da educação política, trabalhando nas bases para a formação de cidadãos conscientes e críticos.

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Viva a Cultura!

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