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Victor Caria

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Locomotiva desgovernada

É nesse contexto que o país caminha: corrupção, juros altos, inflação, desemprego, sofrimento das famílias e também dos pequenos e médios empresários. E fica a pergunta: o Partido dos Trabalhadores ainda tem a moral necessário para manter o país nos trilhos ou será preciso trocar o comando da locomotiva?

É nesse contexto que o país caminha: corrupção, juros altos, inflação, desemprego, sofrimento das famílias e também dos pequenos e médios empresários. E fica a pergunta: o Partido dos Trabalhadores ainda tem a moral necessário para manter o país nos trilhos ou será preciso trocar o comando da locomotiva? (Foto: Victor Caria)
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Era sexta-feira, dia 04 de março de 2016, que mais parecia uma sexta-feira 13. Aliás, 13 é mesmo um número bastante polêmico. A Polícia Federal cumpria mandados de busca e apreensão nos imóveis do ex-presidente Lula e de seus familiares, em uma fase da Operação Lava-Jato que se denominou Aletheia, que nada mais é que "a busca da verdade". Coincidência ou não, nesse mesmo dia, os personagens de "A Regra do Jogo", folhetim da 21h da Rede Globo, escrito por João Emanuel Carneiro, conheceram a grande verdade da novela: o verdadeiro Pai da facção, o grande vilão da história.

Em tempos de fortíssima polarização política, tudo se parece uma torcida de futebol, sem análises prévias e com muitos pré-julgamentos. A sociedade rapidamente se encarregou de produzir as piadas fazendo comparações entre o personagem Gibson, vivido por José de Abreu e o ex-presidente Lula. O personagem é um figurão de direita, bastante reacionário, mas o ator é defensor do PT, bastante polêmico nas redes sociais. As pessoas logo lembraram que ele é o "Pai da facção" e disseram que o Lula seria então o "Avô", em piadas que em nada acrescentam o debate político. Ouvimos de um lado "coxinhas" ou "Lula, guerreiro do povo brasileiro" e do outro lado "mortadelas" ou "um, dois, três, Lula no xadrez", que com todo o meu respeito por ambos, mas esse amor cego é ignorância. Se essa fase foi algum tipo de ensaio para uma suposta prisão do ex-presidente, a Polícia Federal viu que não será nada pacífico qualquer ato contra Lula, pois a militância pró e contra sempre montam um cenário de guerra pelo país.

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Com exceção daqueles que querem ver o ex-presidente atrás das grades a qualquer custo, nenhum outro brasileiro ficou completamente feliz com o que ocorreu naquele dia. Acredito que houve um mix de felicidade e perplexidade. Ficamos felizes por saber que ninguém está acima da lei, nem o presidente mais popular que este país já teve. Mas a perplexidade era maior, porque estávamos descobrindo tantos fatos novos e tão assustadores. Não tenho conhecimento para dizer se a Polícia Federal passou dos limites ou não, então prefiro não opinar. O que sei é que todos precisam ser investigados, seja Lula, Dilma, Aécio ou FHC, que, aliás, teve seu processo aberto pela Polícia Federal, de modo a averiguar os repasses de dinheiros à sua ex-amante, Mírian Dutra durante o seu período à frente da presidência do Brasil.

Não acredito que o problema da corrupção se resolverá com a extinção do PT. Todos os partidos precisam ser investigados e, mais que isso, todo o modo de fazer política no Brasil precisa ser reestruturado. O cenário imoral que se deu no país só se resolverá se os órgãos públicos punirem com rigor os malfeitos, fazendo jus ao ditado de que o "pau que bate em Francisco tem que bater em Chico também". Infelizmente, não tem sido assim. O Partido dos Trabalhadores tem sofrido com essa conjuntura, afinal levantava tanto a bandeira da ética antes de chegar ao poder central, mas o que se viu foi vergonhoso. O PT não inventou a corrupção, mas a praticou e gostou muito do que recebeu em troca, esquecendo-se das possíveis punições que, graças ao próprio partido, ajudou a tornar as instituições cada vez mais sólidas.

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É nesse contexto que o país caminha: corrupção, juros altos, inflação, desemprego, sofrimento das famílias e também dos pequenos e médios empresários. Como já disse nessa coluna, a crise política precisa se resolver logo para que a crise econômica não atinja patamares irreversíveis. E fica a pergunta: o Partido dos Trabalhadores ainda tem o moral necessário para manter o país nos trilhos ou será preciso trocar o comando da locomotiva?

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