Oliveiros Marques avatar

Oliveiros Marques

Sociólogo pela Universidade de Brasília, onde também cursou disciplinas do mestrado em Sociologia Política. Atuou por 18 anos como assessor junto ao Congresso Nacional. Publicitário e associado ao Clube Associativo dos Profissionais de Marketing Político (CAMP), realizou dezenas de campanhas no Brasil para prefeituras, governos estaduais, Senado e casas legislativas

201 artigos

HOME > blog

Luiz Marinho, sobre Tarcísio: "tome tenência, governador"

Ministro Luiz Marinho acusa Tarcísio de trair o Brasil e indica o tom da campanha eleitoral de 2026

Tarcísio de Freitas (Foto: Reprodução )

É patente que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas – até então o preferido da elite paulista e nacional para enfrentar Lula em 2026 – errou feio em seus movimentos diante da BolsoTaxa anunciada contra o Brasil pelo presidente norte-americano. Comportou-se como um verdadeiro vassalo, como se ainda vivesse sob o feudalismo — ou o tecnofeudalismo, como define o economista e ex-ministro das Finanças da Grécia, Yanis Varoufakis.

Sem demonstrar, em nenhum momento, qualquer intenção de defender os empregos e o setor produtivo brasileiro — tampouco os do Estado que governa, de longe o mais afetado pelas medidas de Trump —, Tarcísio fez coro aos extremistas golpistas e aplaudiu as ações do autoproclamado imperador do mundo. E isso está registrado. A internet não perdoa.

Após ser enquadrado por empresários paulistas, o governador até tentou reagir — mas agiu como um elefante em loja de cristais. Tentou negociar um salvo-conduto para uma potencial fuga de Bolsonaro, ao mesmo tempo em que atropelava o filho 03 do inelegível ao se reunir com representantes irrelevantes da embaixada americana, completamente insignificantes diante da gravidade diplomática do momento. Pior a emenda do que o soneto.

O governador passou a imagem de traidor de São Paulo ao se ajoelhar diante da carta de Trump que exige anistia aos golpistas, mesmo com os enormes prejuízos que tais posições causam à economia paulista. Foi também traidor dos Bolsonaro, ao agir sem pedir a bênção da família. E traiu ainda o centro político, ao adotar uma postura errática e subserviente à lógica extremo-golpista.

Resta-lhe, talvez, fingir-se de morto e torcer para que o tempo apague o que disse, escreveu, fez — e, especialmente, o que deixou de fazer — em relação à BolsoTaxa. Vai dar certo? Os próximos meses dirão.

Do outro lado da disputa, o governo e as bases sociais de Lula tendem a bater forte na pequenez de sua postura. O deputado federal licenciado e ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, já deu a senha de por onde esse discurso deve caminhar: “o governador de São Paulo, em vez de defender os interesses do povo paulista e brasileiro, prefere bater continência para Trump e os golpistas. A história vai cobrar caro por essa traição”, escreveu no X, seguindo com outras postagens que conclui com a frase: “tome tenência, governador”.

Pelo tom adotado por Marinho, é possível imaginar que o conteúdo do próximo período — se não no Brasil inteiro, ao menos em São Paulo — será marcado por esse eixo: a traição de Tarcísio ao Brasil e ao povo paulista.

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

Artigos Relacionados