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Paulo Henrique Arantes

Jornalista há quase quatro décadas, é autor de “Retratos da Destruição: Flashes dos Anos em que Jair Bolsonaro Tentou Acabar com o Brasil”

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Lula bate no monetarismo

Banco Central, Roberto Campos Neto e Lula (Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil | Geraldo Magela/Agência Senado | REUTERS/Ricardo Moraes)
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O humorista dizia que as pessoas são diferentes, mas umas são mais diferentes que outras. Bastante diferente é Lula. Primeiro, por sua história de vida. Depois, pela coragem de dizer verdades factuais, o que provoca calafrios da horda de pusilânimes que povoa os debates político e econômico.

Enxergar uma orquestração no governo para derrubar o presidente do Banco Central, que tem mandato, não chega a ser sintoma pré-cegueira, mas muito mais provável é que haja uma orquestração para forçar a derrubada dos juros, o que é legítimo e necessário. 

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Quando Lula afirma que capitalismo é crédito, produção, emprego e consumo, ele joga luz sobre uma verdade factual consoante alguns princípios de desenvolvimento capitalista. A política monetária não pode ser determinante de toda a economia, de resto uma disciplina humana, não exata.

Keynes foi um dos maiores intelectuais do Século XX não apenas por sua “Teoria Geral do Emprego, do Juro e do Dinheiro”, mas pela forma humanizada com que peitou dificuldades econômicas, solucionando boa parte delas. Se a Escola de Chicago pretendeu sepultar o professor de Cambridge, falhou, pois o laboratório neoliberal aprofundou desigualdades e quebrou meio mundo em 2008 (não quebrou o mundo inteiro porque o Estado, keynesianamente, agiu).

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O argumento reiterado por Lula de que a inflação brasileira não decorre de demanda é outra verdade absoluta, fato notório. Uma breve sondagem das famílias revelará restrições de consumo na direção da vida franciscana.

A mídia hipócrita, Estadão à testa, apregoa que Lula “ataca” o Banco Central porque este “contraria os interesses do governante de turno”. Trata-se de irritante distorção, já que o presidente do Brasil defende agora os princípios que sempre defendeu, os quais o elegeram pela terceira vez. O monetarismo nunca esteve entre esses princípios. Além do mais, Roberto Campos Neto não passa de um militante bolsonarista travestido de quadro técnico.

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O preceito básico que norteia atos e palavras de Lula, neste momento e desde sempre, é o da justiça social, algo inalcançável quando se tem como obstáculo os maiores juros do planeta. A economia pode e deve ser um instrumento promotor de justiça social, uma ferramenta para alcançar a igualdade. 

Oportuno transcrever Thomas Piketty, em “Capital e Ideologia”: “Sociedade justa é aquela que permite ao conjunto de seus membros o maior acesso possível aos bens fundamentais. Entre esses bens fundamentais figuram sobretudo a educação, a saúde, o direito ao voto e, em termos mais amplos, a participação de todos nas diferentes formas de vida social, cultural, econômica, civil e política. A sociedade justa organiza as relações socioeconômicas, as relações de propriedade e a distribuição de renda e de patrimônio a fim de possibilitar aos membros menos favorecidos que se beneficiem das mais elevadas condições de vida possíveis”.

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A sociedade imaginada por Piketty não é utópica - alguns países chegaram bem perto dela. Nenhum deles posicionando a política monetária acima de tudo e de todos.

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