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Nêggo Tom

Cantor e compositor.

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Lula contra a sociedade feudal

Quem sempre deteve e reteve privilégios, não abre mão de continuar em sua zona de conforto, ainda que essa represente uma desonestidade social e econômica, em relação a outros grupos menos favorecidos. A mentalidade da nossa elite sempre foi provinciana (e há um orgulho pátrio em pensar e agir de tal forma) e se apoia sobre um sistema feudal de divisão social

Lula com negros (Foto: Nêggo Tom)
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Primeiro a gente tira a Dilma, depois devolvemos os pobres ao seu devido lugar na pirâmide. Foi exatamente com esse pensamento, que os nobres e até alguns integrantes do atual clero (leia-se bancada evangélica e outras sociedades afiliadas a mesma) tupiniquim, conseguiram trazer de volta a nossa sociedade, métodos, valores e conceitos medievais. Uma tentativa desesperada de instituir um novo modelo de sociedade feudal, com ares de modernidade. Tudo sob a égide do resgaste da moral, da ética, dos bons costumes, da tradição, da família e etc...

Era comum, durante os protestos promovidos pela elite batedora de panelas, nos depararmos com cartazes, cujos dizeres eram emblemáticos e evidenciavam o verdadeiro sentimento e a espúria intenção por trás de tais manifestações. Uma das frases que sempre me chamou a atenção e me despertava muita curiosidade sobre o seu real significado, naquele contexto, era: "Quero o meu país de volta", que normalmente estampava um cartaz empunhado por alguma madame, geralmente bem nutrida e vestida, mas descontente com a atual situação do seu tão amado país.

Mas a qual país das maravilhas os paneleiros se referiam? Se analisarmos bem as reformas e outras mudanças promovidas pelo governo pós golpe, conseguiremos entender melhor o tipo de país que eles queriam de volta. Aquele Brasil, disparadamente desigual, estava ficando para trás. Os mais pobres começavam a caminhar - ainda que em passos lentos - rumo a dignidade da sua existência. A fome estava sendo combatida, a auto estima dos menos favorecidos estava sendo resgatada, projetos de inclusão social estavam sendo criados, os sonhos adormecidos estavam despertando e se tornando mais possíveis. E a quem isso poderia incomodar?

Quem sempre deteve e reteve privilégios, não abre mão de continuar em sua zona de conforto, ainda que essa represente uma desonestidade social e econômica, em relação a outros grupos menos favorecidos. A mentalidade da nossa elite sempre foi provinciana (e há um orgulho pátrio em pensar e agir de tal forma) e se apoia sobre um sistema feudal de divisão social. Essa gente acredita que as posições na pirâmide devem ser eternamente fixas, não permitindo a ascensão de grupos originariamente "inferiores" e que não possuam a mesma linhagem da nobreza constituída. A tal da T.F.P (Tradição, Família e Propriedade) - também defendida por muitos paneleiros durante as manifestações da "classe" -  define isso muito bem. 

Em nome da tradição, é necessário perpetuar as injustiças sociais, limitando direitos e atribuindo mais deveres aos vassalos (pobres), que na visão dessa gente fina, elegante, sincera e de bem, deve apenas servi-los e agradecê-los por tamanha generosidade concedida. Eles são os iluminados e nós, o povão, devemos seguir no rastro da sua magnificência. Podemos observar isso, nas reformas trabalhista e da previdência. Nenhuma alteração proposta, visou, de fato, beneficiar o trabalhador contribuinte. Apenas aos empresários. Mas tem gente que acredita em livre negociação entre patrão e empregado e que ficou satisfeita em ter que contribuir por 40 anos, para receber integralmente a sua aposentadoria. 

A verdade é que estamos diante de uma realidade diabólica, que teve origem no golpe e que se desenvolve sob a batuta de um maestro opressor, que rege a orquestra conforme os interesses de uma minoria privilegiada, em detrimento da harmonia coletiva. Eu gostaria de ver uma reação mais incisiva por parte do povo. Eu não vejo aqueles que mais estão sendo prejudicados, se unindo e buscando dar uma resposta a esse governo golpista que vem destruindo conquistas e promovendo um retrocesso criminoso em nossa sociedade. O sistema se aproveita dessa alienação e dessa desunião, para impor as suas regras e exercer o seu poder. 

Façam um comparativo entre as mudanças promovidas durante os governos Lula e Dilma, e os benefícios causados, principalmente a população menos privilegiada, com essa ordinária e satânica quadrilha que tomou o poder, para realizar o sujo trabalho e a sórdida missão, de devolver o país a elite, ao empresariado e a nobreza feudal, que já estava ficando ensandecida com a independência dos vassalos. Precisamos eleger um governo que revogue todas essas medidas e reformas absurdas, promovidas por Michel Temer e seus gatunos. E se não for Lula, ou algum outro nome forte e representativo de esquerda, só a anarquia resolverá. Não é hipérbole, é constatação. 

É hora de reação! É hora de resistência! É hora de Luta! É hora de Lula!

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