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Mauro Passos

Engenheiro, ex-deputado federal pelo PT/SC, e presidente do Instituto Ideal

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Lula de olho no primeiro turno

No tabuleiro da política, não interessa o sabor do picolé, Alckmin é um vice que amplia

Geraldo Alckmin e Lula (Foto: Reprodução | Ricardo Stuckert)
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Lula está anunciando sua candidatura num dia simbólico, Primeiro de Maio. Ao que tudo indica, ao seu lado estará Geraldo Alckmin. No momento de profundo desencanto que atravessamos, um pouco de pragmatismo não faz mal a ninguém. Afinal, Alckmin é o político que por mais vezes governou o principal estado do Brasil, São Paulo. Lula sabe o que representa sair de lá com uma boa vantagem sobre seu adversário. Pelo que acompanho, as resistências internas estão sendo superadas. O mesmo que aconteceu com José de Alencar, um grande empresário que foi o vice de Lula por oito anos.

No tabuleiro da política, não interessa o sabor do picolé, Alckmin é um vice que amplia. Política é poder e Lula se sente bem nesse papel. Depois de dois mandatos, saiu do governo com 86% de aprovação, sendo até hoje o presidente melhor avaliado da história do Brasil. Com 76 anos, Lula é uma referência incontestável, poderia percorrer o mundo contando a sua história no meio acadêmico e em grandes fóruns internacionais. Ao optar por entrar nessa disputa, só com a certeza da vitória. Na sua estratégia, São Paulo é chave. O maior colégio eleitoral do país é o reduto histórico de Alckmin. (*)

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Portanto, o foco de Lula é ampliar ao máximo as articulações visando já o primeiro turno. Nada mais legítimo, pelo que fez e pelo que passou. Na esquerda, nem todos entendem assim e devem ter suas posições respeitadas. Só que quando a desgraça é tamanha, como agora, a unidade em torno de um governo que entenda o povo e traga esperança é fundamental. Governar é saber definir prioridades e ter compromisso com os mais vulneráveis.  O empobrecimento de uma nação por um longo período é calamitoso, fatal para o futuro de qualquer país.

A necessidade do acolhimento na política faz parte do jogo. Com os partidos da direita é bem mais fácil de ocorrer do que com setores da esquerda. Existem inúmeros explicações para isso, como o próprio troca-troca de partido confirma. Na esquerda nem todos pensam iguais e divergências são estimuladas. Sem saber direito como tratar o assunto Alckmin, cuja aproximação com Lula será muito atacada pelos adversários, acho que as convicções que me faltavam encontrei na bem elaborada tese da política do acolhimento.  

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Outro fato relevante da semana ligado ao tema, que mexeu com as peças do tabuleiro da corrida ao governo de São Paulo, foi o desprendimento de Guilherme Boulos. Ao retirar sua candidatura, Boulos coloca Haddad como franco favorito para governar São Paulo. Como na política nada é por acaso, o entendimento começa a fazer parte do jogo. Quem deve estar incomodado é o Bolsonaro, sendo sufocado no seu próprio estado. 

Em breve vamos nos encontrar com as urnas. Com certeza, eletrônicas. Não só por serem mais confiáveis, mas por confirmar  o quanto o Brasil avançou num processo tão sensível aos olhos do mundo como o fortalecimento da democracia. A votação ágil e segura que temos, é que nos dá certeza que a vontade popular vai ser respeitada. Não há clima para nada diferente. O atraso como regra tem limite e já estamos “vacinados”. 

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(*) Em 2018,  Bolsonaro teve mais que o dobro dos votos de Haddad em São Paulo (68 a 32%). Com Lula e Alckmin, todas as pesquisas mostram que o quadro se reverte. Se isso se confirmar, Lula ganha no primeiro turno.  

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