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Michel Zaidan

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Lula e a política econômica anticíclica

Lula está certo em brandir contra a alta dos juros e uma meta muito apertada do centro da meta da inflação

Lula (Foto: Reuters/Carla Carniel | Reuters/Amanda Perobelli)

É bastante conhecida a opção de Lula pelas políticas de desenvolvimento, em contraposição às políticas de ajuste fiscal. O presidente se alinha ao lado do grupo neo-desenvolvimentista da UNICAMP e UFRJ,  tendo como cabeças Luciano Coutinho e Maria da Conceição Tavares. A recente cruzada do petista contra a alta dos juros se inscreve nesse  campo. 

Lula tem plena convicção de que o remédio amargo do ajuste fiscal e a política monetária apertada prejudicam a população, a indústria, o comércio e o crescimento  econômico do país. Mas beneficia a banca, os especuladores e os portadores da dívida pública. O déficit fiscal já vem das aventuras eleitoreiras de Bolsonaro, inclusive a isenção  dos impostos sobre o combustível. 

Depois, o petista tem plena convicção que o déficit tem o papel  de  alavancar  o crescimento econômico, financiando -o. Tem seu lado benéfico. Na ausência de poupança interna e investimentos  estrangeiros, ela ajuda a economia girar. Por outro lado, o garrote financeiro  nem sempre funciona como política deflacionária, mas provoca estagnação econômica. Perda de emprego, quebra de empresas e falta de renda.

Lula está certo em brandir contra a alta dos juros  e uma meta muito apertada do centro da meta da inflação. Basta a conjuntura internacional ajudar e o preço das commodities subir, gerando grandes superávits.

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.