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Euler Costa

Professor e doutor em Políticas Públicas e Formação Humana na UERJ

13 artigos

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Lula e Alckmin

A aliança entre Lula e Alckmin se apresenta como a melhor das opções entre todas que se apresentarão até o pleito eleitoral de outubro

Lula e Alckmin (Foto: REUTERS/Carla Carniel | GovSP)
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Não é mais segredo para ninguém que Alckmin será muito provavelmente, salve uma tragédia, o vice de Lula, nas eleições deste ano. Também não é segredo para ninguém que as trajetórias políticas historicamente construídas tanto por Lula quanto por Alckmin, são muito distantes. Isso tem causado certo incômodo nos correligionários e até eleitores de Lula, mas é preciso entender o todo e não só as partes. É necessário se fazer um exercício de prospecção da realidade atual vivida pelo Brasil e o que se apresenta para o futuro próximo deste país. 

O país atravessa, provavelmente, seu período mais grave desde a redemocratização. A crise institucional é gravíssima. As instituições funcionam de forma capenga, com um Executivo completamente acéfalo, em que todos seus movimentos são contra a democracia e contra a sociedade, um governo executivo que governa contra o povo, pois ele, o povo, é um empecilho, um problema, um obstáculo para que possa avançar em suas pretensões neoliberais/neonazistas, numa escalada cada vez maior da “cristianização” do poder, e, por serem tão incompetentes só entendem por “conservador” o que está ligado a um “cristianismo” anticristo, um governo pró-morte.Some a isso a prioridade em atender aos interesses de uma pequena burguesia míope, com a elevação avassaladora da taxa de juros pelo BC, na ânsia de remunerar as grandes instituições financeiras, e evitar que esta tenha quaisquer perda, dado que o país atravessa uma estagflação, resultado da desastrosa política econômica adotado por Paulo Guedes, a quem só importa atender aos interesses pessoas e de seus pares do mercado financeiro. Os “rentistas” foram blindados por Guedes e seu parceiro, Campos Neto, via BC e assim chegamos a um cenário de inflação causada por preços administrados pela elevação absurda do custo da dívida pública.

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Por outro lado, temos um congresso onde mais de 70% dos congressistas foram comprados pelas “emendas do Relatar”, que foi um instrumento criado pelo executivo, como dito pelo próprio Paulo Guedes, para facilitar a aprovação de todas as pautas demandadas pelo governo. O orçamento secreto, através das emendas de relator é a oficialização e institucionalização da compra de votos na Câmara sem o menor pudor e constrangimento, como se legal fosse. 

O STF parece ser ainda, por enquanto, a instituição que resiste a este estado de coisas e tenta manter a sobriedade, servindo como uma espécie de “pai” severo que alerta sobre os erros, buscando, ao ,menos no campo eleitoral, manter alguma normalidade, combatendo todas as forças contrárias que tentam diuturnamente desqualificar e desacreditar a instituição do VOTO através da MENTIRA (fake news). A mentira e a contra-propaganda aliás é uma arma antiga usada pelos nazista na segunda guerra, não podemos jamais esquecer disso. O voto que se tornou a única e mais importante arma que resta ao povo sóbrio, lúcido e com algum esclarecimento, para combater e derrotar o fascismo neoliberal religioso, ao qual tomou conta do nosso país.

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Bem, mas o que tudo isso tem a ver com Lula e Alckmin? Tudo eu diria. Se for verdade que as trajetórias historicamente políticas de Lula e Alckmin seguiram caminhos bem diferentes, também é verdade que os dois tem um ponto importantíssimo em comum que os unem neste momento e que é fundamental para enfrentarmos o fascismo religioso neoliberal que tomou conta do país. Tanto um como o outro são dois DEMOCRATAS.  É um fato irrefutável que por mais que eles possuam diferenças no campo ideológico, o que é natural dado suas origens políticas, é inegável que ambos sempre defenderam e respeitaram a DEMOCRACIA. Nunca houve por parte de nenhum dos dois, algum ato que colocasse em dúvida seu caráter democrático. 

Podemos condenar alguns atos do então governador Geraldo Alckmin, como o método para desocupar áreas onde moradores sem teto ocuparam, sua completa subserviência à burguesia paulista e sempre trabalhando a serviço dos senhores do capital. Ao seu favor, temos o período em que foi vice-governador de Mário Covas, um verdadeiro Social Democrata, que buscava o equilíbrio entre os asseios do capital entreguista e a justiça social. 

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Lula, nordestino, retirante, radicado na grande São Paulo, se notabilizava como metalúrgico sindicalista enquanto Geraldo, de família abastada, se formava médico e tornava-se vereador de sua cidade natal no interior (Pindamonhangaba), no norte de São Paulo. Lula ganhou força no movimento das Diretas e se tornou deputado constituinte, participando da construção da carta magna, já Geraldo se tornou mais tarde deputado estadual e posteriormente federal. Ambos tinham suas raízes fortes nos partidos aos quais participaram da fundação. Lula no PT e Alckmin no PSDB, que nasce como um partido social democrata com Covas, mas vira uma força de centro direita neoliberal quando FHC chega à presidência. 

O PT e Lula mantinham um caráter mais rígido em relação a uma ideologia progressista, mais a esquerda, disposta até mesmo a romper com o mercado internacional (o calote ao FMI), com ideais de justiça social bem definido, a implantação de uma reforma tributária progressista era uma promessa que infelizmente nunca se cumpriu.

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Mas, Lula teve que esperar 13 anos, três eleições e amadurecer politicamente para entender que no Brasil só se chega ao poder através de concessões e acordos. Não estou dizendo que Lula e sua sucessora, a presidenta Dilma, fizeram acordos espúrios ou ilícitos e muito menos desabono suas vitórias. Mas é fato que a burguesia subalterna e entreguista brasileira, infelizmente, sempre esteve nos bastidores, acompanhando de perto tudo que acontece. Uma burguesia que desde a última passagem de bastão, saiu das mãos da burguesia industrial e passou para o bloco de poder das instituições financeiras, que são as famílias mais poderosas e hoje quem toma as principais decisões.

Mas, eles também têm estômago, e é graças ao desconforto que estes tem sentido devido à forma como o país vem sendo conduzido desde o golpe de 2016, vendo o país caminha para uma república bananeira, tal qual aquelas caricaturas representadas nos piores filmes de guerra Estadunidense, com um chefe de Estado, se é que podemos dizer que hoje o Brasil tem isso, sentado em sua cadeira com uma faixa presidencial e seus “generais” ao lado e um exército pífio, que o manteria no poder com todos os seus desmandos, e toda sorte de crimes contra democracia, tráfico de armas e drogas, envolvimento com milícias, uso da religião e etc. Um roteiro digno de “Mercenários 1,2, 3 e 4”.

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Pois até mesmo essa burguesia tem limites e não consegue mais engolir essa situação. Não consegue ver a frente da pasta da economia um jogador de mercado que manobrou toda uma política econômica nacional para desvalorizar a moeda a fim de aumentar seus ganhos pessoas, que usou a caneta para favorecer o banco do qual é um dos fundadores e sócio oculto (BTG Pactual), um homem sem escrúpulos e vergonha na cara que admite ter empresas de fachada em paraísos ficais e fala disso como se fosse algo normal. Um homem que criou um dispositivo (emendas do relator), aonde se institucionalizou a compra de votos no Congresso Nacional. 

O Brasil nunca teve sua imagem externa tão manchada, tão suja, tão mal vista. E isso, até para esas burguesia, é de mais.

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Daí que fazer de conta que nada aconteceu nos últimos seis anos, esquecer que houve um golpe parlamentar jurídico midiático, somado a uma perseguição sem precedentes na história de pais a um político como a sofrida por Lula, e a destruição de 4,5 milhões de postos de trabalho, em nome de uma operação “anticorrupção”, que nunca teve como seu real objetivo, combater a corrupção, mas ao contrário, promover o low fire, destruindo empresas brasileiras de porte internacional, trazendo prejuízos incalculáveis e destruindo o Estado democrático de Direito, impondo total insegurança jurídica e criando a figura dantesca da condenação sem provas, por convicção, através do instrumento falho e frágil da “delação premiada”, e que, diga-se de passagem, premiava mesmo todos aqueles que diziam o que o juiz de Curitiba queria ouvir. Juiz (Sérgio Moro) esse que é o principal responsável por colocar na presidência da república a figura singular de um deputado do baixo clero, famoso pela sua inépcia, por sua incompetência, inoperante, e por ser nada além de um político fisiológico, preocupado apenas em favorecer os seus. Pois nisto ele é eficiente, a final, Bolsonaro empregou todos de sua família e até amigos na política. O típico político pequeno, acostumado em ganhar encima das brechas que os cargos parlamentares sempre permitiram, tamanha a quantidade de benefícios que tem. Pois eis que o juiz de Curitiba foi o principal responsável a alçar tal figura ridícula à presidência da república. Tanto que, como recompensa, ganhou o cargo de ministro da justiça. O resto da história vocês já conhecem.

Por isso, a aliança entre Lula e Alckmin se apresenta como a melhor das opções entre todas que se apresentarão até o pleito eleitoral de outubro. Ela representa segurança jurídica, institucional e econômica para uma burguesia acabrunhada pelas lambanças que fez e as quais foi cúmplice e ao mesmo tempo, por mais que com tenha um pouco de gosto amargo, é a opção que leva esperança a maioria do povo pobre e sofrido, massacrado nestes últimos seis anos. A esperança de ter de volta o direito ao trabalho, a comida, a casa, a educação e a oportunidades que antes existiam, quando os filhos dos pobres, dos pretos podiam sonhar em se formar e ter uma profissão digna, rompendo com o ciclo de perpetuação do imobilismo social criado pelo neoliberalismo fascista religioso que assola este país.

Lula e Alckmin são hoje, a única e verdadeira opção para que o Brasil volte ao caminho do desenvolvimento e do progresso com o mínimo de justiça social. Lula acertou de novo, assim como quando escolheu José Alencar. A nós, cabe apoiá-lo e confiar na sua experiência.

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