Lula não foi ao SUS, tal como Bolsonaro não irá à Papuda
Carta ao senador Flávio Bolsonaro
Caro Flávio Bolsonaro!
É constrangedor constatar que um senador da República desconheça a liturgia do cargo presidencial e seja tão desmemoriado.
Nos estertores da ditadura militar, regime tão admirado por sua família, o então ditador general João Figueiredo implantou duas pontes de safena nos Estados Unidos. Em Cleveland. E não no Brasil. Não havia SUS, mas havia bons hospitais no país.
Quando teu pai, enquanto presidente, precisou de cuidados médicos, sempre recorreu ao luxuoso e caro Hospital Vila Nova Star. E não ao SUS.
Não faz sentido algum, portanto, o gracejo que o senhor fez com o presidente Lula.
O presidente da República, qualquer um, é a pessoa mais importante do país enquanto ocupa a cadeira, é o fator de estabilidade da nação, por isso preservar sua vida é a prioridade número um.
Ele tem que ser atendido com a maior urgência, num hospital de excelência, por médicos de excelência e equipe de sua confiança. Além das questões de saúde, há aí questões de segurança.
Lula não foi ao SUS, caro senador, tal como teu pai não vai à Papuda, se for condenado por tentativa de golpe de estado.
Ficará preso numa sala especial de um QG do Exército ou da Polícia Federal, como manda a constituição brasileira, que ele tentou rasgar.
Não é seguro um ex-presidente ficar preso com outros criminosos, também não é ser atendido num hospital qualquer, por uma equipe médica qualquer.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.




