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Helena Chagas

Helena Chagas é jornalista, foi ministra da Secom e integra o Jornalistas pela Democracia

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Lula no controle da pauta

"O governo Lula, na prática, já começou. Ocupou os espaços institucionais, políticos e midiáticos e agora controla a pauta", diz a jornalista Helena Chagas

O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, anuncia ministros durante coletiva no CCBB Brasília. 09/12/2022 (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
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Em política, o importante é controlar a pauta. Com todas as dificuldades criadas pela relutância dos bolsonaristas/golpistas  — e do próprio Jair Bolsonaro — em aceitar sua eleição, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva chega ao terço final de uma transição difícil com as rédeas do processo político nas mãos.  

A cerimônia de diplomação e a própria posse podem inspirar cuidados do ponto de vista da segurança, e toda a atenção será pouca nos dois momentos. 

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Mas, com sua República da transição instalada no CCBB e gerando fatos e noticias no último mês, e agora com os primeiros anúncios ministeriais, o governo Lula, na prática, já começou. Ocupou os espaços institucionais, políticos e midiáticos e agora controla a pauta. 

A reação ao anúncio de seus cinco primeiros ministros, nas pastas consideradas de Estado, mostra isso. Fora reclamações sobre a ausência de mulheres e afrodescendentes nessa primeira leva — o que certamente será corrigido nas próximas — foi uma operação para lá de bem sucedida. 

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O novo governo, que já era um fato consumado na transição do Banco do Brasil, agora tem cara. E  um fulanograma de primeira linha em seu núcleo duro. Fernando Haddad, Flavio Dino, José Múcio, Rui Costa e Mauro Vieira atendem tanto a necessidades conjunturais — por exemplo, a de pacificação militar-policial antes da posse — quanto estruturais, já que estão entre os melhores nomes que poderiam ser recrutados no plano político-institucional para reconstruir a administração desmantelada por Bolsonaro.

Bolso quem? Bolsonaro, por suas atitudes no pós-eleitoral, é hoje um zumbi a arrastar correntes no Alvorada — que precisa passar por uma varredura e, sobretudo, uma benzedura antes da chegada de seu novo ocupante. 

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O derrotado saiu da eleição com o grande patrimônio de 49% dos votos, mas esse eleitorado vai se esfarelando e sendo apropriado por outras lideranças da direita que aceitaram o resultado do pleito e vão continuar jogando o jogo da normalidade. 

Lula tem pela frente o enorme desafio de desativar a máquina de fazer mentiras do bolsonarismo, que continuará ativa e com grande capilaridade. Mas é possível supor que a hegemonia dessa rede do ódio comece a ser disputada por outras forças. 

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Em algum tempo, os 49% supostamente bolsonaristas podem se dispersar no apoio a líderes diversos do centro e da direita,  e o bolsonarismo-raiz acabar do tamanho que muitos cientistas políticos acham que tem: menos de 20% do eleitorado. Ou menos ainda, se Lula continuar fazendo direitinho a disputa política e liderar um bom governo.

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