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José Reinaldo Carvalho

Jornalista, editor internacional do Brasil 247 e da página Resistência: http://www.resistencia.cc

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Lula polariza e propõe a frente progressista ampla

Na nova situação política criada pela existência do governo Bolsonaro, a unidade entre as forças de esquerda e progressistas é o ponto de partida para uma aglutinação mais ampla de setores políticos e personalidades que se transforme em uma frente de caráter democrático, popular e patriótico, afirma o jornalista José Reinaldo Carvalho

Lula (Foto: Rafael Ribeiro)
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247 - Por José Reinaldo Carvalho, para Jornalistas pela Democracia Num dos seus pronunciamentos mais lúcidos desde que deixou a prisão política a que foi condenado pelos torquemadas da Lava Jato, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu um passo importante para a constituição de uma frente progressista no país.

Lula escolheu um palco privilegiado para executar um acorde mais afinado na sinfonia que vem tentando compor para enfrentar com êxito o desafio de barrar a ofensiva de Bolsonaro e toda a extrema-direita de impor um regime neofascista no Brasil. Perante os artistas, intelectuais e trabalhadores da cultura, a quem agradeceu o apoio na luta democrática por sua libertação, o líder popular proclamou a necessidade de construir uma frente progressista entre o PT, o PCdoB, o PSOL e parte do PDT.  

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A construção de uma frente progressista capaz de unir todas as forças suscetíveis de serem unidas na luta em defesa da democracia, dos direitos do povo e da soberania nacional é a tarefa central da esquerda.   

Trata-se de uma exigência objetiva da situação. O povo brasileiro e as forças progressistas que lideram as suas lutas têm diante de si, como inimigo principal, o regime neofascista que se está plasmando, encarregado pela fração mais reacionária das classes dominantes e o imperialismo de liquidar a democracia, esfacelar os direitos do povo, cercar e aniquilar as forças de esquerda e alienar a soberania nacional.   

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A oposição ao governo de extrema-direita e a constituição de uma ampla frente progressista são ações indispensáveis e inadiáveis para todos os que não se conformam em ver o Brasil trilhando o caminho conducente ao abismo.   

O país foi levado a uma situação em que não cabem ações conciliatórias com o inimigo nem vacilações ao enfrentá-lo. Não há meio termo. Ou se resiste e luta energicamente para inverter o caminho ruinoso apontado pelo governo ou o Brasil estará condenado a sofrer danos irreparáveis na sua construção como nação independente. 

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O povo se degrada a olhos vistos, enquanto as políticas que Bolsonaro e seus sequazes apontam contêm mais e mais arrocho, desemprego, eliminação de direitos e subordinação ao imperialismo.   

A vigência de um governo com as características do atual - inimigo da democracia, da justiça social e da soberania nacional -, polarizador de uma base radicalizada de extrema-direita, não apresenta outra opção às forças progressistas além da resistência e da luta, não havendo margem para o entendimento com o governo nem negociação sobre redução de danos das suas políticas malsãs.   

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Uma ameaça fascista e neocolonialista só se enfrenta com luta frontal, o que torna um truísmo e uma boutade os anátemas que se ouvem contra a polarização da esquerda.   

Desde que Lula saiu da prisão, a crítica à polarização foi o mote escolhido pelos formuladores e executores da estratégia de esterilização da esquerda, consistente em identificar o antagonismo entre as forças progressistas e a extrema-direita como radicalização artificial, sectarismo, hegemonismo e exclusivismo.   

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Mas a polarização pertence à realidade objetiva, queiram ou não os que apostam em soluções sem luta para os graves impasses políticos e sociais do país.   

O desafio das forças de esquerda é encontrar os meios e modos de acumular forças, infundir confiança no povo, aglutinar aliados, conquistar as mentes e os corações da imensa maioria do povo brasileiro, errradamente designado como "centro" social.   

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Ao invés de se apegar a conceitos falhos de uma sociologia de fancaria, o que faz falta é um discurso e ações políticas que combinem radicalidade com amplitude. É nisso que se explicita a necessidade de construir uma frente progressista ampla.  

Na nova situação política criada pela existência do governo Bolsonaro, a unidade entre as forças de esquerda e progressistas é o ponto de partida para uma aglutinação mais ampla de setores políticos e personalidades, que num processo dinâmico se transforme em uma frente de caráter democrático, popular e patriótico capaz de liderar um movimento de massas com substância programática e horizonte estratégico.   

À sua maneira e com seus próprios interesses, as forças mal denominadas de "centro" da política, que representam a oposição conservadora e a direita tradicional ao bolsonarismo, também buscam posicionar-se no novo quadro. Lutam por protagonismo político, pelo exercício da sua própria hegemonia e para fechar os espaços da esquerda. Com a habilidade própria das classes dominantes reacionárias adquirida em quase dois séculos de polarização entre frações da mesma classe, esta oposição conservadora, hoje liderada por Rodrigo Maia, do DEM, combina a aliança com o bolsonarismo na defesa da agenda econômico-social neoliberal e antipopular, com a defesa formal do Estado democrático de direito.    

Também com sua meodologia peculiar voltada para interesses distantes dos da esquerda e das forças progressistas em sentido lato, posiciona-se Ciro Gomes, líder sectário de si mesmo, já incompatibilizado com alas de seu próprio partido. Afinal, durante o governo Lula o trabalhismo se reencontrou com a esquerda e seus setores mais lúcidos consideram um despautério a serviço da direita pôr no centro da atividade política o ataque a Lula.   

Por óbvio, o esforço frentista amplo não exclui convergências pontuais e episódicas, mormente no âmbito institucional e parlamentar, na defesa do Estado democrático de direito, entre as forças progressistas e a oposição conservadora.   

O discurso de Lula propondo a frente progressista tendo por núcleo o PT, o PCdoB, o PSOL e parte do PDT é uma novidade, porquanto apresenta o desafio da unidade entre forças que a vida impõe que marchem unidas.   

Na construção dessa unidade e da frente progressista é preciso considerar também com centralidade a organização e a mobilização popular.

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