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Ribamar Fonseca

Jornalista e escritor

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Lula reacende as esperanças

O fato é que, com essa perseguição a Lula, os seus inimigos acabaram contribuindo para levá-lo de volta ao Planalto, ainda que como ministro, o que certamente conduzirá Dilma a dar um novo rumo ao país, reacendendo as esperanças de todos os brasileiros que amam seu torrão-natal

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Ao assistir-se o noticiário da televisão, em especial da Globo, que leva as informações – verdadeiras ou não – aos mais longínquos rincões deste país, fazendo a cabeça dos telespectadores desavisados, tem-se a impressão de que o Brasil hoje está vivendo ao sabor das delações premiadas, das manipulações da mídia e dos humores do juiz Sérgio Moro. A coisa funciona mais ou menos assim: prende-se um suspeito de alguma coisa, conforme o entendimento dos investigadores, e ele, para evitar que a sua prisão provisória se transforme em definitiva, se vê obrigado a delatar e então, para escapar da cadeia, acusa todo mundo, sem nenhuma prova; o conteúdo da delação, atualmente um segredo de polichinelo, é vazado para a imprensa, uma prática que virou rotina aceita por todos, e a mídia seleciona e divulga, com estardalhaço, o que interessa ao seu projeto de derrubada da presidenta Dilma e de impedimento do retorno de Lula ao Planalto; os acusados são, então, julgados e condenados de imediato pelos leitores e telespectadores, antes mesmo sequer de serem investigados; os investigadores selecionam os que serão presos e investigados, entre os delatados petistas, os que são ligados ao governo e os amigos de Lula, e começa tudo de novo, um círculo vicioso que não se sabe quando vai acabar.

Constata-se que hoje o maior poder deste país é o Judiciário, embora a Constituição estabeleça que os poderes "são harmônicos e independentes entre si". O poder é tamanho que uma juíza de primeira instância anula um ato da chefe do Poder Executivo nomeando um auxiliar. Ou seja, nesse ritmo não vai demorar para que a Presidenta da República tenha de submeter à Justiça a aprovação do nome dos seus auxiliares. Por sua vez, um único ministro do Supremo Tribunal Federal, com uma canetada, também anula uma decisão do Poder Legislativo, um colegiado de mais de 500 membros. Até legislar o Judiciário já foi acusado por juristas, por conta da decisão que manda prender os condenados em segunda instância. Alguma coisa parece errada, pois já há quem vislumbre uma politização da Justiça. A decisão de impedir Wellington Lima e Silva de assumir o Ministério da Justiça, por exemplo, foi considerada "mais política do que jurídica".

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Não há dúvida de que os maiores responsáveis por essa situação, que parece não ter amparo na Constituição, são os próprios integrantes dos poderes Legislativo e Executivo. Eles foram gradativamente se encolhendo na mesma proporção em que os membros do Judiciário foram ocupando os espaços. O juiz Sérgio Moro, por exemplo, só determinou a condução coercitiva do ex-presidente Lula para depor, mesmo atropelando a Constituição, porque nunca ninguém com poderes reagiu aos seus atos considerados abusivos. E ele foi ousando cada vez mais, transformando-se praticamente no desaguadouro de todas as questões judiciais, onde quer que aconteçam as perlengas. A juíza Maria Priscila Oliveira, da 4ª. Vara Criminal de São Paulo, por exemplo, mandou para ele a denúncia dos procuradores aloprados que pediram a prisão preventiva de Lula, mesmo com o motivo do processo localizando-se em território paulista. E o magistrado paranaense ficou parecendo aquela distribuidora de combustíveis, cuja propaganda na TV recomenda procurar o posto para tudo: "Pergunta lá no Posto Ypiranga!".

Já faz algum tempo que os parlamentares, quando contrariados em seus interesses, se habituaram a recorrer à Justiça por qualquer coisa, abrindo mão do direito, por fraqueza ou incompetência, de resolver os seus próprios problemas dentro do Legislativo. Ainda recentemente os líderes oposicionistas caminharam, de braços entrelaçados como autênticas comadres – houve até quem os vissem como dançarinas do can-can – para o prédio do Supremo Tribunal Federal, onde foram pedir ao seu presidente, ministro Ricardo Lewandowski, que acelerasse a definição do rito a ser cumprido pelo Congresso para votação do impeachment da presidenta Dilma Roussef. Os braços deles estavam tão entrelaçados, para sugerir união, que se desabasse repentinamente um aguaceiro eles não conseguiriam desengatá-los a tempo e, certamente, se molhariam, correndo o risco de um resfriado ou até mesmo de uma pneumonia. Ridículo!

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Por mais incrível que possa parecer, já tinha até parlamentar pretendendo também recorrer ao Judiciário para impedir que o ex-presidente Lula ocupasse um ministério no Governo Dilma. E a justificativa, que já seria motivo de um projeto de lei de iniciativa do deputado tucano paulista Bruno Covas, seria o fato do líder petista não possuir diploma de curso superior. A imbecilidade não tem mesmo limites: ele pode ser Presidente da República mas não pode ser ministro. O ex-presidente FHC, que não esconde a sua dor de cotovelo porque, mesmo com todos os seus títulos acadêmicos, não tem o prestígio internacional do ex-torneiro mecânico, chamou-o, grosseiramente, de analfabeto. Há, também, o argumento de outros requintados imbecis de que ao aceitar ocupar um ministério Lula estaria "fugindo da Justiça", o que se constitui uma ofensa ao Supremo Tribunal Federal, pois a investigação sobre ele apenas muda de foro, saindo da Lava-Jato para o STF. Será que os autores desse argumento idiota, já amplamente disseminado nas redes sociais, estariam desconfiando da lisura do Supremo? Vale lembrar o que disse o ministro Marco Aurélio Mello: "O juiz Sérgio Moro não é o único honesto no Poder Judiciário".

O fato é que, com essa perseguição a Lula, os seus inimigos acabaram contribuindo para levá-lo de volta ao Planalto, ainda que como ministro, o que certamente conduzirá Dilma a dar um novo rumo ao país, reacendendo as esperanças de todos os brasileiros que amam seu torrão-natal. Lamentavelmente eles não conseguem mais esconder o medo que têm do ex-presidente operário, não pelo mal que possa fazer aos que querem a sua cabeça mas, sim, pelo bem que ele deverá fazer ao país, ajudando a presidenta Dilma a recolocar o Brasil nos trilhos do desenvolvimento e exorcizando o fantasma da recessão, o que o tornará imbatível nas eleições de 2018. E eles sabem que não conseguirão vencê-lo nas urnas. As dores dos que desejam vê-lo numa prisão, na verdade, poderiam até ser maiores. Já imaginaram se ao invés da Casa Civil a Presidenta resolve nomeá-lo para o Ministério da Justiça? Muita gente certamente sofreria um infarto...

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