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Mauro Lopes

Mauro Lopes é jornalista, editor do Brasil 247 e apresentador do Giro das 11 na TV 247. Fundador do canal Paz e Bem, de espiritualidade aberta e plural.

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Lula será eleito no 1º turno e se for cassado levará seu candidato à vitória, como Getúlio o fez

Mauro Lopes, editor do 247, escreve: as pesquisas e a experiência histórica indicam que Lula será eleito no primeiro turno e, se não puder concorrer, deverá levar seu candidato ou candidata à vitória; foi o que fez Getúlio Vargas em 1945, sem internet nem horário eleitoral gratuito, elegendo Dutra presidente do país e derrotando as forças de direita unidas ao redor do Alckmin da época 

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Lula será eleito presidente do Brasil no primeiro turno se houver eleições livres. O povo brasileiro está manifestando de maneira incontrastável seu desejo de vê-lo novamente na Presidência, pesquisa após pesquisa. O plano do golpe de levá-lo ao ostracismo em Curitiba fracassou completamente.

E se as forças de direita desafiarem a vontade popular e decidirem banir Lula do pleito em decisões arbitrárias nos tribunais? As pesquisas indicam claramente que ele levará o candidato ou candidata que apontar como seu representante para o segundo turno, com algo entre 20% e 35% dos votos e, daí, para a vitória.

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O cronograma mais razoável até o momento informa que a data para a decisão sobre a substituição ou não de Lula no pleito será 17 de setembro (aqui).

Os analistas de direita, estridentes, dizem que será um “suicídio” para o PT deixar para fazer a substituição a apenas 21 dias do primeiro turno das eleições, marcado para 7 de outubro. A avaliação é compartilhada por segmentos da esquerda, desde os que defendem há meses que o PT abra mão de Lula e apoie Ciro.

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Entende-se a estridência da direita. O que eles mais querem é a destruição do PT e a derrota política de Lula. Entende-se a sofreguidão dos apoiadores de Ciro. Eles imaginaram que o lulismo estava em franca decadência e já esfregavam as mãos esperando que Ciro herdasse o espólio de Lula.

Além desses segmentos, há outros, na esquerda que, sem serem ciristas, estão apavorados com os prazos eleitorais. Têm dúvidas quanto às pesquisas, que indicam claramente que o candidato(a) indicado por Lula receberá no mínimo 50% das intenções de voto de Lula -e quando ele entrar para valer na campanha, caso a manobra de exclusão acabe concretizando-se, a transferência poderá saltar para ⅔ ou ainda mais.

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Além das pesquisas, vale a pena examinar a experiência histórica, boa professora para pensar o futuro.

O que ela nos ensina?

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Que Getúlio Vargas, o personagem da história brasileira que maior semelhança guarda com Lula (leia sobre isso aqui) elegeu Eurico Dutra como presidente do país em uma nove dias, em 1945. Nove dias!

Em maio daquele ano, Getúlio encerrara o período do Estado Novo, ao marcar eleições para dezembro, anistiar os presos políticos, com destaque para Luís Carlos Prestes, decretar a liberdade partidária, com a legalização do Partido Comunista, e assumido o compromisso de uma Assembleia Constituinte. Antes das eleições, entretanto, foi deposto em 29 de outubro por um golpe liderado pelo general Góis Monteiro, numa articulação da recém-criada UDN, o partido das elites da época, uma predecessora do atual PSDB.

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Getúlio não chegou a ser preso como Lula, mas partiu para um auto-exílio em sua estância em São Borja, sua cidade natal junto à fronteira com a Argentina, no Rio Grande do Sul.

A disputa presidencial começou com enorme entusiasmo das elites, que consideravam praticamente certa a eleição do brigadeiro Eduardo Gomes, da UDN, em 2 de dezembro daquele ano. Na época, não se faziam pesquisas eleitorais como se tornaria recorrente anos depois. Mas os analistas políticos consideravam unanimemente que o candidato da UDN seria eleito, pois tinha, como Alckmin hoje, apoio aberto dos veículos de comunicação conservadores, como O Globo. O candidato do campo varguista, general Eurico Dutra, não conseguia empolgar ninguém, e Getúlio permaneceu mudo em seu exílio.

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Tudo mudou em 24 de novembro, nove dias antes das eleições. O líder getulista Hugo Borghi foi a São Borja e ao sair de lá anunciou que Getúlio decidira: "Ele disse: vote em Dutra". A frase virou o mote da campanha, espalhou-se pelo país nos jornais ainda aliados de Getúlio, rádios e em milhões de panfletos.  

Em nove dias, Getúlio assumiu a liderança política do processo eleitoral e conduziu Dutra, candidato da aliança PSD/PTB, à vitória: 3,2 milhões de votos (55%) contra 2 milhões (34%) de Eduardo Gomes e 569 mil (10%) de Yedo Fiúza, candidato do PCB.

Em nove dias, sem horário eleitoral gratuito, sem internet/redes sociais, de seu exílio na fronteira do país, Getúlio elegeu Dutra.

Por qual razão Lula não levaria o candidato(a) que indicar, 21 dias antes das eleições, ao segundo turno e à vitória nas eleições de outubro? Com horário eleitoral gratuito, internet/redes sociais e as pesquisas indicando sua incrível capacidade de transferência de votos, tudo indica que isso será possível.

A estratégia de Lula e do PT de lançar e manter sua candidatura, deixando para o último momento a avaliação sobre um nome alternativo tem se demonstrado até agora exitosa, como o demonstram as pesquisas, que apontam a enorme chance de vitória do ex-presidente já no primeiro turno, se puder concorrer.

Se for cassado pelas forças do golpe, as mesmas pesquisas e a experiência histórica apontam: ele poderá vencer as eleições, elegendo seu indicado ou sua indicada.  



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