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Ricardo Kotscho

Ricardo Kotscho é jornalista e integra o Jornalistas pela Democracia. Recebeu quatro vezes o Prêmio Esso de Jornalismo e é autor de vários livros.

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Lula tem razão: por que não fazem a autocrítica deles?

"Desde que Lula saiu da prisão, todos os colunistas lavajateiros com espaço na grande mídia, cobram uma autocrítica de Lula e do PT", lembra Ricardo Kotscho, do Jornalistas pela Democracia. "Querem que Lula dê razão a quem o condenou e prendeu sem provas para que ele não disputasse as eleições.Mas vocês já viram algum desses jornalistas ou tucanos de bico grande, que eles adoram, fazendo alguma autocrítica?", indagou

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Por Ricardo Kotscho, no Balaio do Kotscho e para o Jornalistas pela Democracia

Pedir autocrítica aos outros é fácil, dá muitos cliques e lacra nas redes sociais.

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Desde que Lula saiu da prisão, todos os colunistas lavajateiros com espaço na grande mídia, cobram uma autocrítica de Lula e do PT.

Já faziam isso durante a campanha eleitoral, como se todos tivessem combinado as mesmas perguntas, para ver os petistas se ajoelhando no milho ao vivo, em rede nacional.

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Querem que Lula dê razão a quem o condenou e prendeu sem provas para que ele não disputasse as eleições.

Mas vocês já viram algum desses jornalistas ou tucanos de bico grande, que eles adoram, fazendo alguma autocrítica?

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Em seu discurso para o PT na Bahia, quinta-feira, respondeu a essas vestais virgens de bordel que não param de lhe encher o saco:

“Vocês já viram alguém pedir para FHC fazer autocrítica? Quem quiser que o PT faça autocrítica, que faça a crítica você. Quem é oposição que critica, ela existe para isso. Na dúvida, a gente defende nosso companheiro”.

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Se tem um partido que sempre fez autocrítica até demais é o PT, em todas as suas reuniões, seminários, encontros, congressos.

Ninguém critica mais o PT do que os petistas. Sou testemunha disso, embora nunca tenha entrado no partido.

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Lembro-me de um jantar em Belo Horizonte, numa das campanhas presidenciais de que participei como assessor de imprensa, em que estavam na mesa um candidato a presidente sem dedo, um vereador cego e um deputado gay assumido.

Ao ver que eles não paravam de meter o pau nas táticas e estratégias eleitorais do PT, brinquei com eles:

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“Parem de ficar falando mal de nós mesmos. Que outro partido aceitaria vocês como candidatos?”

Eu mesmo era muito crítico das nossas campanhas, e uma vez cheguei a dizer ao Lula:

_ Acho que nós estamos com dois problemas nessa campanha.

_ Só dois? Quais são?

_ O candidato e o partido…

Ao que ele acrescentou:

_ … e essa assessoria de imprensa que só faz a gente cair nas pesquisas…

Acho engraçado isso de querer que os adversários se imolem em praça pública para satisfazer os desejos dos catões da política e da imprensa.

Acharam ruim que Lula em seus primeiros discursos em liberdade criticasse seus algozes e logo vieram com a velha conversa de que ele ficou mais radical.

Queriam o que? Que ele agradecesse a quem o colocou na cadeia por ter sido bem tratado pelos carcereiros?

Alguém pode imaginar que um sujeito depois de passar 580 dias preso injustamente saia da cela pedindo desculpas pelos erros que cometeu?

É tanta hipocrisia e cinismo que dá até nojo de ler e ouvir as cobranças feitas a esse ex-presidente que deixou o governo com mais de 80% de aprovação.

Aos 74 anos, Lula já está com o couro bem curtido para enfrentar essas boçalidades sem perder a ternura jamais.

Um cara que arrumou namorada nova na prisão quer mais é aproveitar o que lhe resta de vida, para fazer o que mais gosta: viajar pelo país e conversar com todo mundo para defender seu projeto político de inclusão social e combate à pobreza (não aos pobres, como faz esse governo).

Como já escrevi esta semana, o mundo não acabou com a libertação de Lula e não houve nenhuma convulsão social, ao contrário: o que vimos foi muita festa por todo o país no último fim de semana, com cerveja e cantoria como nos velhos tempos.

Vale a pena ler a coluna de Demétrio Magnoli, que não é propriamente um petista, na Folha deste sábado.

“Decifrando a mensagem de Lula _ Não há radicalismo no discurso do ex-presidente”.

Se o governo e setores da mídia estão esperando um Lula raivoso querendo botar fogo no circo para justificar tropas na rua, podem tirar o cavalinho da chuva.

Pelo que conheço dele e daquilo que ouvi dos amigos que o visitaram na prisão, Lula só pensa em discutir caminhos para reconstruir o país depois da devastação bolsonariana.

Depois dos desabafos, mais do que justos e humanos dos primeiros dias, agora é hora de os democratas se unirem a Lula contra as ameaças ao Estado de Direito e à soberania nacional.

Em toda a sua vida pública, foi o que Lula mais fez: conversar muito para encontrar pontos de convergência em busca de um objetivo em defesa do bem comum.

Nem os seus mais ferrenhos adversários poderão duvidar do amor de Lula à democracia, que o levou do chão de fábrica de São Bernardo ao Palácio do Planalto, sempre pelo voto e respeitando as instituições nacionais.

Se querem radicalizar, não contem com ele. Lula sempre foi mais de festa do que de guerra.

Vida que segue.

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