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Jeferson Miola

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Lula vencerá no segundo turno

Perspectiva de vitória continua tão realista como antes. Para concretizá-la, precisamos dedicar esforços na construção de amplo movimento pró-democracia no país

Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Ricardo Stuckert)
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Por Jeferson Miola, para o 247

É compreensível o espanto com o resultado do primeiro turno. Afinal, o desempenho de Bolsonaro foi 5% superior ao detectado nas pesquisas de opinião ao longo de meses, a diferença pró-Lula em MG não se confirmou e o bolsonarismo foi exitoso em SP e no RJ.

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Além disso, a extrema-direita – especialmente a facção bolsonarista, mais que a moro-lavajatista – cresceu significativamente e elegeu destacados expoentes do fascismo.

O processo perturbador de fascistização do país, que se expressa, além de outras dimensões conhecidas, também no peso relevante que a extrema-direita terá no Congresso eleito, é um capítulo à parte, que deve ser encarado com absoluta primazia no imediato pós-segundo turno.

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Neste momento, no entanto, é prioritário analisar o resultado eleitoral em si e buscar entender seus possíveis desdobramentos para a disputa final no próximo 30 de outubro:

  1. trabalhava-se, realisticamente falando, com dois campos de possibilidades eleitorais: ou [i] a eleição do Lula já no primeiro turno, ou [ii] a disputa final em dois turnos;
  2. os levantamentos indicavam uma disputa parelha, com Lula variando entre 48% e 51% dos votos válidos, ao passo que todos demais candidatos, somados, também oscilavam no mesmo patamar. Bolsonaro, sozinho, alcançava 38% dos votos válidos nas pesquisas;
  3. segundo as estimativas, a eleição seria decidida ou não já no primeiro turno por uma escassa margem de votos, como de fato aconteceu;
  4. com 48,43% [57.257.473 votos], faltou muito pouco para Lula vencer já no primeiro turno – 1,57%, cerca de 1,8 milhão de votos. Todos demais candidatos, juntos, receberam 51,57% dos votos – realidade coerente com a expectativa referida nos itens 2 e 3 anteriores;
  5. nas pesquisas, as candidaturas Ciro Gomes e Simone Tebet, somadas, oscilavam em torno de 12% [Ciro com 7% e Simone com 5%]. A votação de ambos, entretanto, ficou em 7,2% [Simone com 4,16% e Ciro com 3,04%], representando uma queda de 5% do desempenho estimado da dupla;
  6. enquanto Ciro e Simone empacaram embaixo, Bolsonaro saltou para 43,2% dos votos válidos. Ele subiu 5% em relação às pesquisas, percentual equivalente à queda de desempenho especialmente do candidato pedetista, que perdeu 4%;
  7. os institutos mostravam uma diferença pró-Lula sobre Bolsonaro entre 10% e 12%. Nas urnas, porém, a vantagem de Lula ficou em cerca da metade, ou seja, 5,23%. Ainda assim, com uma diferença considerável de 6.186.367 votos, equivalente ao tamanho do eleitorado inteiro do estado do Ceará;
  8. pode-se deduzir que Bolsonaro cresceu 5% sobretudo com a ajuda do Ciro, que promoveu uma campanha bolsonarizada e furiosamente antipetista.

Beneficiado pelo voto útil antipetista propagado por Ciro, Bolsonaro praticamente antecipou no primeiro turno o desempenho que, em tese, deverá ter no segundo. E, com a rejeição na casa dos 50-52%, ele encontrará dificuldades para crescer mais para, desse modo, conseguir ultrapassar Lula.

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Lula, por outro lado, além de arrancar no segundo turno com uma vantagem de 6,1 milhões de votos, ainda pode ampliar a votação em segmentos democráticos e antifascistas do eleitorado de Simone, Ciro, dos demais candidatos derrotados e de indecisos.

O segundo turno será uma batalha dura e difícil, com disputa palmo a palmo, voto a voto, e com enfrentamento aos métodos terroristas da extrema-direita.

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A perspectiva de vitória do Lula continua tão realista como antes. Para concretizá-la, precisamos dedicar nossos maiores e melhores esforços na construção de um amplo movimento antifascista e pró-democracia na sociedade brasileira.

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