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César Fonseca

Repórter de política e economia, editor do site Independência Sul Americana

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Lula vira bombeiro na guerra na Ucrânia

'Lula entrou no assunto como bombeiro, com chances de obter sucesso', escreve o colunista César Fonseca ao citar conflitos na Europa

Luiz Inácio Lula da Silva e a guerra em solo ucraniano (Foto: Ricardo Stuckert | Governo da Ucrânia)
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Lula está sendo envolvido por Biden que lhe quer tomar a ideia da formação de grupo pela paz contra guerra na Ucrânia?

Ou ocorre o contrário, isto é, Biden caminha para depender mais e mais de Lula e de sua proposta agradável ao mundo cansado da guerra, especialmente, a população americana?

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O presidente brasileiro teve primazia da formulação diplomática ao propor, na Casa Branca, formação do grupo.

Biden, apanhado de surpresa, não respondeu nem sim, nem não e, também, não colocou o assunto no comunicado final no encontro com Lula.

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Mas, agora, meio enviesadamente, vê-se as tratativas Brasil-Estados Unidos evoluírem sob orientação da Casa Branca mediante artimanha diplomática americana, aparentemente, obscura.

Em princípio, a Casa Branca joga para pressionar Lula a se render a Biden, favorável à guerra.

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Victória Nublan, principal diplomata americana para a Europa,  envolvida no golpe de Maidan, em 2014, veio ao Brasil, nesta semana, depois do encontro Lula-Biden, para dizer que Lula tinha que colaborar com esforço de armar a Ucrânia, para enfrentar a Rússia; seu gesto evidenciou que a proposta de Lula pela paz não pegou bem em Washington.

Será?

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Porém, neste sábado, o chanceler da Ucrânia, Dmytro Kuleba, depois de conversar com Nublan, chamou o chanceler brasileiro, Mauro Vieira, para uma conversa sobre o assunto que Lula propôs nos Estados Unidos.

Trata-se, segundo Kuleba, de levar o Brasil a participar de um grupo pela paz articulado, não por Lula, mas pelo presidente ucraniano, Vladimir Zelensky.

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Lula, aí, seria coadjuvante, no rastro de sua própria proposição, em encontro com outros participantes, com destaque para os europeus, sobre os quais Biden tem ascendência, assim como, também, sobre Zelensky, claro.

Por trás de toda essa movimentação, cheia de dedos, não estaria Biden, usando a ideia de Lula, tentando posar de pomba da paz, logo ele cujo papel tem sido o de falcão da guerra?

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Afinal, não foi Biden que acelerou a guerra ao bombardear os oleodutos russos, que abasteceriam a Alemanha, e por meio dela, toda a Europa, de petróleo e gás, conforme denunciou o grande repórter americano freelancer, Seymour Hersh?

Que negócio seria esse de mudança de qualidade diplomática da Casa Branca?

Vai e vem da guerra e paz

O chanceler brasileiro aceitou conversar com Kuleba, no Brasil, em abril, iniciativa, certamente, recomendada por Zelensky, sob orientação, claro, de Biden, a quem Lula propôs levantar a bandeira branca da paz.

Fica-se, então, sabendo, por caminhos tortuosos da diplomacia, que as coisas não estão saindo como Lula propôs, mas como Biden deseja.

Nem por isso Lula sai perdendo.

Ao contrário, está faturando, como no final das contas tudo deverá ser esclarecido, como sempre mostra a história em suas considerações mais largas.

O fato é que Lula entrou no assunto como bombeiro, com chances de obter sucesso.

Essencialmente, vai ficando claro que Putin, com 80% de popularidade, na população russa, está comandando a guerra, impondo seu ritmo, enquanto a OTAN/EUA não consegue arregimentar forças suficientes para levar a Ucrânia a uma vitória, algo surreal.

As circunstâncias apontam Rússia como provável vencedora, mesmo porque sua economia suporta as sanções de Tio Sam, dispõe do apoio da China, divide, irreversivelmente, a Europa e, principalmente, a opinião pública americana já começa a criticar Biden por mais esse protagonismo guerreiro de Tio Sam, que só vai aprofundando a crise econômica nos Estados Unidos.

Como o titular da Casa Branca pretende disputar a reeleição em 2024, e o desgaste da guerra pode levá-lo à bancarrota eleitoral, procura, desde já, safar-se da fria que se lhe apresenta o labirinto guerreiro.

No frigir dos ovos, Biden acabará ou não aceitando a mediação de Lula, como Obama, em 2010, rendeu-se ao presidente brasileiro na discussão do acordo nuclear Estados Unidos-Irã?

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