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Léo Gomes

Secretario Municipal de Relações Institucionais, Prefeitura de Macaé-RJ. Jornalista e Publicitário.

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Macaé

Uma cidade cheia de definições discutíveis, muitas delas estabelecidas para criar um ambiente de alienação, cultuado por várias gerações, pede passagem sob um novo prisma econômico e social

Uma cidade cheia de definições discutíveis, muitas delas estabelecidas para criar um ambiente de alienação, cultuado por várias gerações, pede passagem sob um novo prisma econômico e social (Foto: Léo Gomes)
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Uma cidade cheia de definições discutíveis, muitas delas estabelecidas para criar um ambiente de alienação, cultuado por várias gerações, pede passagem sob um novo prisma econômico e social.

Macaé que já foi, resumidamente, agrário, da açúcar e dos ferroviários, é hoje do petróleo. Aliás, continuará sendo por um longo tempo. Ponto! Perdoem-me os historiadores, mas a cidade não é, e nunca foi apenas uma vila de pescadores. Muito pelo contrário. Acreditar nisso é o mesmo que conceber que o Brasil proclamou em algum momento sua independência num cavalo. Uma tolice, na verdade. A pesca foi/é um vetor econômico, assim como o comércio, por exemplo. E entendendo que comerciante não é empresário, afinal, não detem a mais valia e os meios de produção. Portanto, Macaé tem uma relação direta entre povo e recursos naturais, para sua viabilidade econômica. Fora isso, diria Nelson Rodrigues, é o luar de Paquetá. Onde deve estar esse tal cavalo, égua, mula, besta, ou sei lá o que, do "Independência ou Morte".

Isto posto, percebe-se que após quase 15 anos da primeira fase do boom do petróleo, a cidade que oscilou entre um grave momento de declínio, conhece seu renascimento novamente em um recurso natural: o pré-sal.

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É sabido que a Bacia de Campos continuará a jorrar óleo na camada pós-sal, mas, este macaense entende que será no pré-sal, nas próximas duas décadas, outro boom econômico que Macaé viverá. Talvez, o maior de toda sua história. Será nele o novo aquecimento econômico e social. Sair disso é acreditar na lenda de Mota Coqueiro.

Bem, até lá, como em qualquer capítulo de renascimento o processo é complexo. Laboratórios de pesquisa são parte da saída, assim como mecanismos de facilitação para as empresas de petróleo, também. Mas, os comércios continuarão se reordenando e se reorganizando de acordo com novas demandas da sociedade e o poder público terá o tamanho que cada momento requererá. Não existe mágica.

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Ademais, não acredito em alternativas como turismo e outros "mitos" econômicos, como fábricas/indústrias para a cidade, que estas substituiriam ou assumiriam papel protagonista. Isso só remonta o discurso do começo deste texto de que a cidade era uma vila de pescadores estuprada pela rede petrolífera. Ou da pureza do que se define como Princesinha do Atlântico. Voto a dizer, é possível ser romântico sem ser manipulado.

Desta forma, o que seria a cidade hoje? Macaé é eminentemente de trabalhadores on/off shore - larga maioria - com mulheres de jornada dupla, uma cidade majoritariamente evangélica, de comerciantes e jovens estudantes/desempregados. Uma cidade ainda com grandes distorções sociais, profundas concentrações de terra e algum avanço organizacional. Ou seja, com 50% conservadores, 25% com pensamento de esquerda e 25% flutuante (ao sabor dos ventos).

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Logo, criar espaços que discutam e recebam o futuro boom econômico com o petróleo, sedimentado numa cidade com este retrato, é tarefa mais que necessária, porém, vital. Pois, o macaense (no contexto mais amplo possível) vai fazer suas definições de todas as frentes com esta lógica. Não existirá espaço (recurso) para supérfluos, até porque a cadeia produtiva mudou e muito, assim como suas necessidades básicas.

Para tanto, aumentará a corrida ao serviço público de educação e saúde, como já percebido, pelo retorno e/ou manutenção na cidade dos que veem seu renascimento logo no horizonte. Mas, a com construção civil privada paralisada, por exemplo, como em todo o Brasil, fica dificil o boom alcançar outros segmentos. Na verdade, seria esta vertente que daria gás as redes de escolas, supermercado, restaurantes, shoppings, entre outros.

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Então, percebendo Macaé como um importante sustentáculo do PIB (Produto Interno Bruto) nacional, é natural conhecer e se reconhecer. Pois, nem só de bagre, apesar das cabeças desses, vive a cidade que "fica sempre em constante nascer".

Por tudo isso, fico com a definição de Tonito para reorganizar os pensamentos do passado, do presente e do futuro. Ensinamentos que devem permear o renascimento econômico e social de Macaé. Ensinamentos que não estão nas fundamentações teóricas, mas..."Eu mesma, sinceramente, não gosto do apelido. De Princesinha do Atlântico talvez quantas outras cidades, daqui ou do estrangeiro, sejam chamadas! Mas Macaé, não. Macaé só eu. Modéstia à parte."

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"Mas o que fazer, se até oficialmente, legalmente, eu sou a Princesinha do Atlântico? Nâo podendo fugir do apelido, vá lá! Sou princesa. Quero, porém, ao me verem assim promovida a princesa, que me enxerguem como sou. Princesa índia, pois foi dos índios minha origem. Negros e lisos são meus cabelos, como negros são meus olhos. E morena minha pele." Assim tão bem definiu o professor Antônio Alvarez Parada, a cidade de Macaé.

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