Maia fez Ciro de bobo e carregou toda a direita pra Alckmin

Rodrigo Maia, mais conhecido como bochecha entre os seus amigos do Leblon, deu um nó tático em Ciro Gomes e o deixou sozinho na estrada.

O candidato do PDT estava construindo um programa de centro-esquerda consistente e ganhando moral e pontos entre os lulistas mais ideológicos e de classe média.

Do outro lado, Alckmin definhava, perdia apoios e não conseguia se viabilizar nem no PSDB.

Maia entrou em campo e criou o factoide de que o DEM poderia apoiar Ciro.

Ao mesmo tempo organizou os partidos que a mídia tradicional chama de "centrão" e este blog sempre denominou de direita.

Maia sabia que não havia chances deste grupo apoiar Ciro, mas fechou um acordo ali de que todos apoiariam o mesmo candidato.

Tudo, evidente, com o conhecimento de Alckmin, que botou seus aliados para agirem no convencimento da base da direita com cargos e outras benesses nos estados.

Essas tais bases partidárias passaram então a agir contra Ciro. E ontem o grupo praticamente selou o apoio ao tucano.

Ciro ficou sem o apoio da direita e perdeu seu discurso de que era o candidato mais apropriado da centro-esquerda neste momento.

Foi uma jogada de mestre da dupla Santo e Bochecha. Ainda é cedo pra afirmar categoricamente isso, mas neste lance eles podem ter tirado Ciro da eleição.

Se o PSB e o PCdoB fecharem com Lula e o PT, pra devolver o truco gritando seis, só restará uma jogada a Ciro: aceitar ser vice de Lula e depois de alguém que o PT escolher se Lula for impedido.

Faltam pouco mais de dois meses pra eleição presidencial e tudo ainda pode acontecer. Mas a jogada da direita articulada por Maia foi de mestre e resgatou Alckmin do precipício para onde rumava sua candidatura. E de quebra pode ter tirado Ciro da frente.

Isso não é pouca coisa.