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Marlon de Souza

Jornalista, atuou como repórter na série de reportagens sobre o esquema conhecido como a Máfia das Sanguessugas. Venceu o Prêmio de Jornalismo do Movimento Nacional de Direitos Humanos e o Prêmio de Jornalismo Econômico da FIESC

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Mainardi rebaixa a TV Cultura e revela a distinção de estadista de Haddad

Há uma cultura profissional do jornalismo que impõe ao jornalista um protocolo de conduta, uma determinada postura, e o comportamento vil de Mainardi no Manhatan Connection revela que ele é desprovido destes atributos

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A indigna postura insultuosa exercida por Diogo Mainardi ao ex-ministro da Educação Fernando Haddad realizada na quarta-feira (10/2) no programa de entrevista da TV Cultura Manhatan Connection revela que Mainardi rebaixa, decompõe a função educativa daquela TV pública e depõe contra todo jornalista sério. O entrevistador se referiu ao convidado, seu entrevistado, como “poste de ladrão”.  Esta atitude desrespeitosa de Mainardi me fez lembrar da afirmação que ouvi em sala de aula onde conclui minha graduação em Comunicação Social do professor de Jornalismo Marco Chiaretti de que “Mainardi é abjeto, é o exemplo do que há de pior na imprensa”. Considerando que cada sala de aula de ensino superior tem em media 30 alunos, já adianto que disponho de inúmeras testemunhas - todos jornalistas - que presenciaram a declaração de Chiaretti e com quem conversei no processo de redação deste artigo, para se necessário, corroborarem ou confirmarem as minhas impressões descritas aqui a respeito de Mainardi.  Sou um observador atento da imprensa, aliás o exercício permanente de uma espécie de media criticism é quase inerente a todo jornalista, no entanto aquele professor detinha tal credibilidade entre os alunos e a instituição de ensino que desde que ouvi a afirmação de Chiaretti nunca me dei ao trabalho de ler uma coluna se quer do Mainardi da Veja ou dos veículos posteriores pelo qual escreveu ou escreve, Revista Crusoé, Antagonista. Quando eu me deparava com o tradicional programa da TV brasileira Manhatan Connection sempre que eu via Mainardi eu mudava de canal ou desligava a TV. Assisti ao Manhatan Connection na última quarta-feira para observar as posições políticas defendidas por Haddad e ao ouvir Mainardi aquela aula do Chiaretti passou a fazer mais sentido do que nunca.  Tive uma ótima formação profissional, Chiaretti era um dos meus professores de técnicas de redação jornalística. Chiaretti antes de dar aula já havia atuado em alguns dos melhores e maiores jornais e revistas do país e entre eles havia sido editor da revista Veja, mas também correspondente internacional, repórter e editor do suplemento de cultura da Folha de São Paulo, Super Interessante após a temporada na minha cidade passou UOL, Estadão online e outras empresas.  Em Joinville à época paralelamente as aulas que proferia na faculdade de Comunicação Chiaretti era Gerente de Marketing em um grande multinacional que produz software de gestão empresarial e que é sediada na cidade. De acordo com o próprio Chiaretti, ele mesmo foi um dos principais responsáveis por contratar Diogo Mainardi para atuar na Veja, isto é, é o responsável por embarcar Mainardi na imprensa maestream e de forma indireta pela sua atual notoriedade e por ocupar o espaço na opinião pública que ocupa ainda hoje.  Chiaretti naquela ocasião disse mais, sentenciou que se arrepende de poucas coisas na vida e que acumula poucos erros profissionais “ter contratado Mainardi para trabalhar na Veja é o maior deles”. Este episódio em sala de aula ocorreu há mais de uma década, eu era aspirante a repórter, fiquei impactado com a afirmação a ponto de jamais esquecer aquela declaração de Chiaretti.  Há uma cultura profissional do jornalismo que impõe ao jornalista um protocolo de conduta, uma determinada postura e ontem o comportamento vil de Mainardi no Manhatan Connection ao expressar adjetivações de caráter ofensivos a moral e a honra do presidente Lula e ao próprio Haddad revela que Mainardi é desprovido destes atributos. Embora hoje more na Itália, sua prática como entrevistador na última quarta-feira (10/2) revelam que, embora há anos na grande imprensa e hoje ocupe espaço em um produto jornalístico transmitido na TV Cultura, estatal como vocação educativa, Mainardi é inculto, presta um desserviço, deseduca a sociedade, prolifera a postura da agressividade, do incivilizado, do intolerante, fere a responsabilidade e a função social da radiodifusão.  Defendo radicalmente a liberdade de impressa e de expressão, mas a delimitação da liberdade de imprensa e da liberdade de expressão é circunscrita em observância da própria Constituição, em regra, de outros direitos fundamentais invioláveis (direito à honra, à intimidade, à vida privada, à imagem).  Isto significa que a liberdade de expressão não concede permissão ou direito à nenhum jornalista, cidadão ou agende do Estado a proferir injúria, calúnia, difamação ou a ser desrespeitoso e agressivo a quem quer que seja o entrevistado ou interlocutor que é o que executou Mainardi no programa de ontem (10/2).  Além disto, no jornalismo é imposto ao pensamento objeto de expressão o vínculo com a veracidade do fato, ação que Mainardi no Manhatan Connection da quarta-feira (10/2) provou que não tem o mínimo compromisso, se referiu a Haddad de “poste de ladrão” o que embora tenha sido condenado em primeira e segunda instâncias, juristas apontam que não há absolutamente nenhuma prova de qualquer ato de corrupção do presidente Lula, pelo contrário as revelações da Operação Spoffing da PF que trouxe a público as mensagens trocadas entre procuradores da República e o magistrado da Operação Lava Jato demostram que houve por alguns membros do Judiciário e do Ministério Público a utilização do próprio Poder Judiciário como instrumento de perseguição política.  E mesmo que um notório assaltante de banco que tenha sido preso em flagrante, um apresentador de TV não tem direito de tratar ou a se referir a pessoa de forma pejorativa, adjetivando com palavras de baixo calão ou realizando um julgamento moral como intentou Mainardi se referindo a um ex-presidente da República e a um ex-ministro de Estado.  Talvez Haddad esteja certo de que Mainardi tenha algum problema de saúde mental, mas o que acumulei é relatos de que “Mainardi é mau-caráter”. Por exemplo, uma jornalista que trabalhou na Veja com Minardi conta que ele acrescentava frases, sem pedir permissão, no texto dela com informações que jamais haviam sido checadas, apuradas.

TV Cultura é uma TV Pública

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Há um aspecto que obrigatoriamente precisa ser observado. A ausência de compostura, atitude desrespeitosa de Mainardi é algo grave, não pode ser minimizado e tratado apenas como um “bate-boca”. Já seria grave se Mainardi fosse um balconista de uma loja ou de uma padaria e deferisse as palavras que desferiu a Haddad em um momento trivial no comércio. Mas em uma bancada de TV isto é um ato muito sério, contraria a vocação da TV Cultura que é um dispositivo de radiofusão de concessão pública – como também são as TVs privadas –, mas a TV Cultura tem uma agravante é um canal de TV da Fundação Padre Anchieta que é uma instituição governamental do estado de São Paulo cujo caráter de pessoa jurídica formal é de direito público e qual a maior parte da receita é proveniente de repasses orçamentários governamentais validados pelo governador e pela Assembleia Legislativa. Coincidentemente o ex-professor Marco Chiaretti – este qual a afirmação é o título deste artigo – é autor do livro  “Indicadores de qualidade nas emissoras públicas – uma visão contemporânea”. Este livro tem como co-autor o professor titular da ECA/USP Eugênio Bucci. Bucci também atuou em várias publicações do Grupo Abril e foi presidente da Radiobrás de 2003 a 2007 e integrou também o Conselho Curador da Fundação Padre Anchieta (TV Cultura de São Paulo) de 2007 a 2010.  Para Chiaretti e Bucci “é importante a partir de indicadores se avaliar qualitativamente o desempenho, a performance das emissoras que se propõe a fazer comunicação pública, o que não pode ser feito a partir dos critérios de análise do mercado como pesquisa de audiência, mas sim como é aplicado o recurso público, a diversidade de opiniões, linguagem” etc.  Além disto, via de regra, mesmo que o governador de São Paulo hoje é João Dória (PSDB) e que o governo seja de diretriz política neoliberal o objetivo intransponível de toda TV Pública e que se anuncia como de Cultura é o de produzir conteúdo com finalidades educativas e não o de disseminar o desrespeito. Mesmo que o Manhathan Conection não seja um produto da TV Cultura e nem seus entrevistadores fixos tenham seus salários pagos pelo governo estadual, tudo que é veiculado na TV Cultura é de responsabilidade de quem dirige a TV e de quem defini e é o gestor editorial deste canal de TV. Um diretor sério de uma TV pública teria desligado Diogo Mainardi da grade de programação no dia seguinte. É o que eu teria feito.

A estatura política de Fernando Haddad

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O episódio de Fernando Haddad com Mainardi prova a decisão correta do presidente Lula por apontar Haddad como o presidenciável do PT em uma eventual continuidade desta “ficção” – para usar uma expressão de um dos ministros da Suprema Corte – na sua impossibilidade de disputar a eleição devido ao processo judicial que condenou, prendeu e retirou seus os direitos políticos. Importante citar que o STF está na iminência de sentenciar a suspeição do então juiz Sérgio Moro e anular os processos onde Moro atuou em que Lula figurou como réu.  Diogo Mainardi no Manhatan Connection chegou a usar expressões vulgares ao se referir a Haddad e a Lula. Já o ex-ministro da Educação provou sua altivez, não rebaixou o debate, respondeu como alguém que tem consciência da posição que ocupa hoje na sociedade, a de que sabe que como professor e ex-ministro de Estado todo gesto e palavra influencia nas atitudes futuras do expectador, sobretudo um presidenciável que detêm um capital de mais de 47 milhões de votos e é hoje cânone para o comportamento de milhões de brasileiros.  Haddad reagiu as agressões como um estadista e como alguém que está a altura de ocupar o cargo de Presidente da República. Intelectual da esquerda brasileira, no mesmo dia (10/2) do Manhathan Conection, Haddad havia participado do evento aos 41 anos do PT, se afirmou como Socialista e informou no evento partidário aquilo que dias antes havia reportado em entrevista a TV 247, de que irá colocar “o bloco na rua”.  Para os mais próximos do núcleo duro da direção Nacional do PT esta informação  não é exatamente uma novidade. Já havia uma determinação há meses de que o candidato a presidência é Lula e de que uma eventual continuidade desta “ficção” de não anularem os processos que o condenaram e restituírem plenamente seus direitos políticos  o candidato do PT seria aquele que Lula indicar.  Particularmente nunca tive dúvida de que na impossibilidade confirmada de Lula disputar a eleição o nome natural era o de Fernando Haddad. Não somente porque foi candidato de 2018, mas porque é leal ao presidente Lula e ao programa político do PT. Citar os predicados de Fernando Haddad é quase uma obviedade e redundância para qualquer pessoa minimamente de bom senso, porque é alguém comprovadamente imbuído de domínio da gestão pública e da capacitação do entendimento da política econômica e de habilidade para a articulação política com as bases populares e a elite com compromisso nacional (seja lá onde que esteja). A esquerda, nós lutaremos até as últimas consequências necessárias para que Lula tenha seus direitos políticos restituídos para que Lula seja o candidato a presidente do PT, não há melhor nome e ninguém será melhor para o Brasil do que Lula. Mas na eventual persistência desta injustiça elegeremos seguiremos a indicação e o comando de Lula, ou seja, quando a hora chegar conduziremos Haddad como o candidato do PT. É certo que o nome será confirmado formalmente lá na frente pelas instâncias partidárias e em acordo com os partidos que comporão a aliança eleitoral. Agora primeiro devemos unificar o campo de esquerda entorno no programa democrático e popular. Mas desde já iremos apoiar e construir o nome de Fernando Haddad como pré-candidato, e Haddad conjuntamente com outros dirigentes e lideranças do PT, mas Haddad principalmente tem a missão atribuída por Lula a partir de agora de rodar o país e “estimular as lutas sociais pelas reivindicações do povo, pela vacinação em massa, defender alteração no programa econômico e apresentar o Programa de Reconstrução e Transformação do Brasil” para todos os setores da sociedade e classes sociais e o próprio Haddad de defender a anulação dos processos ilegais que condenaram Lula e que seus direitos políticos sejam restituídos. Lula é o candidato a presidência do PT ele mesmo afirmou que assim que for vacinado irá para a sociedade falar com o povo, mas por uma possibilidade de em um novo infortúnio judicial, se a condenação e a ausência dos direitos for mantida, iremos erguer paralelamente apoiando Haddad que detêm toda a legitimidade para exercer esta função nesta conjuntura.

Haddad e a imprensa

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É importante assinalar a correta relação que Fernando Haddad tem com a imprensa liberal e com os grandes veículos de comunicação corporativo. Nos últimos meses tem emergido críticas à Haddad pela sua presença na mídia empresarial. A primeira controvérsia veio a público com mais intensidade quando Fernando Hadadd decidiu deixar de ser articulista do jornal Folha de São Paulo devido aquele periódico ter em editorial publicado no dia 4/1 comparado Fernando Haddad ao presidente Jair Bolsonaro.  É digno de nota apontar que é uma desonestidade intelectual colocar no mesmo plano um professor de teoria democrática a alguém que defende a ditadura militar, alguém que expandiu a pesquisa e o desenvolvimento científico no país de forma sem precedentes na História brasileira com um personagem que é anticientífico. Haddad foi assertivo ao romper sua colaboração como articulista, embora penso que não deve desconsiderar um dia retornar. Um editorial desta natureza igualando Haddad a Bolsonaro é uma falsificação porque não é uma afirmação que vem de alguém sem informação ou de repertório intelectual raso, pelo contrário, a Folha de São Paulo tem no seu conselho editorial jornalistas altamente intelectivos além do próprio Diretor de Redação Sérgio D´Ávila alguém que cobriu a Guerra do Iraque, foi editor da Ilustrada, venceu o Prêmio Esso não é razoável se querer supor que pessoas com este acúmulo não tem discernimento para distinguir personagens radicalmente opostos. Aliás, o episódio com Mainardi propicia, explicita e demarca a diferença da inépcia para o cargo de Bolsonaro e a qualificação de Haddad. Basta rememorarmos os permanentes ataques verbais desequilibrados, destituído da devida liturgia do cargo de presidente que Bolonaro direciona à repórteres que cobrem o Planalto como o episódio do leite condensado e a reação racional com que Haddad tratou Mainardi num contexto em que foi agredido pelo entrevistador. Este comportamento permanente de Bolsonaro de ataque a imprensa e por conseguinte a democracia trataremos em artigo específico.  Feito essa ponderação e em retorno ao assunto em tela apresento aqui a minha oposição a inúmeros companheiros da esquerda e do campo progrssista que afirmam que Haddad nunca deveria ter ocupado a coluna da Folha de São Paulo, como também afirmam que nunca deveria ir a um programa como o  Manhathan Conection.  Haddad está certo em ocupar espaço nestes veículos de comunicação e outros de grandes empresas de comunicação de caráter jornalístico sempre que puder estar presente para apresentar à sociedade de que há outra alternativa para além do que esta política neoliberal em curso de destruição do Estado brasileiro ou de uma versão mais moderada desta mesma política.  Ao estar nestes veículos Haddad fala não somente para esquerda, mas para o Centro, não em um movimento de aliança com os partidos do Centro, mas Haddad emite seu programa político para o espectro do Centro da sociedade que são a audiência destes jornalísticos, uma classe media e alta que um dia já oram eleitores do PT e que podem ser decisivos em uma eleição.   A jornalista Carolina Matos em seu livro Jornalismo e “Política Democrática no Brasil” escrito originalmente como sua tese de doutorado em Mídia e Comunicação pelo Goldmsths College, da Universidade de Londres, como resultado de uma pesquisa qualitativa, histórica e comparativa esculpiu um debate sofisticado e um estudo detalhado referenciada na Teoria Liberal da Mídia, onde mostra por mais contraditório que possa ser como a grande imprensa brasileira a partir das melhorias proporcionadas pelo liberalismo de mercado nos jornais pós-ditadura tiveram importância crucial para fortalecer o caráter democrático do Brasil.  Não que eu seja um defensor da democracia liberal penso que a democracia liberal é o ponto de partida não o de chegada, o de chegada deve ser a democracia socialosta, mas de acordo com Matos a Teoria Liberal da Mídia elegeu certos ideais democráticos como vitais para o funcionamento da grande imprensa nas sociedades capitalistas. Segundo a jornalista estas características são provenientes da teoria de responsabilidade social e das exigências estipuladas pela Comissão de Liberdade de Imprensa de 1947.  Entre as principais funções exigidas dos meios de comunicação estão:

- passar informação “objetiva” aos cidadãos e aos diversos grupos de interesse da sociedade;

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- exercer vigilância das atividades do Estado ou realizar a função de “cão de guarda”;

- fiscalização ostensiva dos poderes público e privado;

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- estimular uma arena de debate público significativo e de qualidade em torno de políticas públicas que afetarão a sociedade;

- servir como plataforma de acesso a grupos e políticos para que apresentem suas posições;

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- bem como funcionar como uma espécie de arma cultural e educacional para que os cidadãos tenham conhecimento de sua nação e do mundo;

Ainda que se saiba - ainda mais agora com o compartilhamento das mensagens trocadas entre os membros da Lava Jato pela aqui já citada Operação Spoofing - de que  as grandes corporações de mídia são espaço de conformação e distribuição dos ideários neoliberais de industriários e do mercado financeiro, quando Haddad assinava a coluna na Folha de São Paulo sua mensagem alcançava setores médios que um dia votaram no PT e que se não forem atingidos pelas nossas mensagens jamais retornaram para nossa base eleitoral porque desconheceram nosso projeto para o Brasil.  Embora a Folha de São Paulo de hoje seja uma sombra do que foi em um passado recente, ainda é uma referência da intelectualidade acadêmica do país e de políticos - da esquerda e da direita - e de empresários. O jornal dos Frias é um ambiente onde há uma contribuição robusta no debate público do país formulado por cientistas da economia, tecnologia, saúde e ciências políticas. A Folha de São Paulo é uma marca de referencial social consolidada, já teve como colunistas alguns dos mais importantes pensadores do Brasil como Darcy Ribeiro, Cláudio Abramo, Florestan Fernandes e tantos outros.  Ainda hoje Folha de São Paulo desempenha um papel fundamental ou não é considerável a investigação jornalística da Patrícia Campos Mello que revelou a compra ilegal do disparo de mensagens em massa em favor então candidato Jair Bolsonaro e sobre o gabinete do ódio que descreveu o disparo de mensagens em massa dentro de setores ligados ao governo federal para alvejar de forma sistemática a imagem de adversários de esquerda? É preciso se levar em conta o público que se atinge. O púbico da TV Cultura embora pequena quando comparado a TV aberta é muito reduzido, mas é um público qualificado, é aquele que direciona sua atenção para a MPB, música clássica, jazz, debates sobre o mundo da arte, do cinema, do teatro, da ópera, do jornalismo. É importante levar em consideração que em determinados horários e alguns programas específicos tem audiência maior do que alguns canais da TV comercial.

O próprio Manhathan Conection tem um público sofisticado que se tiver acesso ao nosso programa político do PT podem decidir por aderir para eleição de 2022, basta apresentarmos a este público.  Não há problema em ser de direita, o problema é ser incivilizado e ter comportamento quase que apologético e disseminador da ignorância como Mainardi. Os demais membros da bancada do Manhathan Conection Lucas Mendes e Caio Blinder são pessoas que podemos discordar, mas se pode ter um debate respeitoso, educado como também o jornalista de cultura Nelson Motta – que embora equivocado no entendimento político por ter absorvido as informações do jornalismo hegemônico - é alguém brilhante na análise da cena musical e que compondo quarta-feira a bancada do  Manhathan Conection chegou a declarar voto em Haddad. Eu mesmo gostaria de ter conhecido pessoalmente o antigo membro do Manhathan Conection Paulo Francis. Francis – ex-trotskista – na sua maturidade era um conservador rigoroso, reacionário. Anti PT declarado e explícito, mas ainda assim era alguém que sempre deteve meu respeito. Francis faleceu em 1997 escreveu e publicou mais de 11 livros (ensaios, romances). Francis  era alguém que eu gostaria de ter compartilhado da companhia em um jantar após assistir um espetáculo da Broadway, ou uma apresentação de jazz no Café Carlyle entre a 35ª e a 76ª avenida em Nova York e na sequência debatermos sobre política.  Como Francis era um defensor do livre mercado e se opunha radicalmente a participação do Estado na economia, eu iria divergir de Francis em 98% da noite, mas ao final tenho certeza que teríamos tido um diálogo agradável sobre Shakespeare.

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