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Leandro Monerato

Mestre em Meio Ambiente e Desenvolvimento Rural pela UnB e produtor do canal Materialismo Militante no youtube

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Mais dia ou menos dia, o colapso virá

"1 de junho, quando será decidido mais uma vez a extensão da dívida norte-americana, ou, segundo o governo Biden, os EUA não poderão cumprir com suas dívidas"

Presidente dos EUA, Joe Biden, durante reunião em Varsóvia, na Polônia (Foto: REUTERS/Evelyn Hockstein)
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“The doomsday scenarios if the U.S. defaults”, cenários catastróficos em caso de calote por parte dos Estados Unidos, noticiou o Washington Post em 17 de maio de 2023. “Doomsday”, literalmente significa “dia do juízo final”. E este dia seria 1 de junho de 2023, quando será decidido mais uma vez a extensão da dívida norte-americana, ou, segundo o governo Biden, os Estados Unidos não poderão cumprir com uma série de dívidas.

Essa decisão, contudo, ocorre num momento de acentuada divisão no interior da burguesia norte-americana, que se reflete na candidatura Trump, mas também na tendência à insurreição dos negros contra a polícia, na oposição às guerras imperialistas no interior do país e a crescente miséria extrema nas ruas da maior potência do mundo.

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“Do ponto de vista da administração Biden, isto deve ser incrivelmente fácil. O Congresso já disse ao Tesouro para gastar este dinheiro. E, na perspectiva da Casa Branca, o Congresso deveria simplesmente ir em frente e aumentar o limite de endividamento, como já fez centenas de vezes sem grandes problemas na história americana recente. No entanto, os republicanos - naquilo que muitas pessoas consideram ser uma espécie de armamento irresponsável deste limite de endividamento, os republicanos estão a insistir em grandes mudanças no governo dos EUA, incluindo cortes maciços na despesa, para concordarem em aumentar o limite de endividamento. Quando Kevin McCarthy assumiu o cargo de presidente da Câmara, a extrema-direita e os conservadores da bancada republicana disseram a McCarthy: "Tem de usar este limite da dívida para obter cortes maciços da Casa Branca ou vamos destituí-lo como presidente da Câmara".” Disse Jeff Stein na reportagem citada acima.

Os gastos com a Ucrânia tem sido muito contestado na base da população norte-americana, enquanto os serviços básicos faltam, os moradores de ruas crescem dia-a-dia. Uma guerra que todos sabem ser desprovida de sentido militar. Os EUA e Europa estão despejando bilhões para jogar os ucranianos contra um inimigo infinitamente superior. Querem desgastar os russos, usando os nazistas ucranianos que implementam uma ditadura terrorista contra sua própria população.

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Dia 1 de junho está logo ali, e pode ocorrer que momentaneamente se arranje uma forma de escapar para o futuro. Mas chama atenção o vocabulário utilizado para descrever mais este impasse fiscal no país impressor de papel-moeda mundial.

Dia do juízo final seria exagero?

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Nouriel Roubini, um dos economistas que previram a crise de 2008, escreveu em dezembro de 2022 um artigo publicado em seu blog, com o seguinte título: The Unavoidable Crash, “O crash inevitável”.

“Após anos de políticas orçamentais, monetárias e de crédito ultra-frouxas e o início de grandes choques negativos sobre a oferta, as pressões estagflacionistas estão agora a pressionar uma enorme montanha de dívida dos sectores público e privado. A mãe de todas as crises econômicas está à espreita, e os decisores políticos pouco poderão fazer para a evitar.” Escreve ele.

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“Olhando apenas para as dívidas explícitas, os números são espantosos. A nível mundial, a dívida total dos sectores público e privado em percentagem do PIB aumentou de 200% em 1999 para 350% em 2021. A razão é agora de 420% nas economias avançadas e de 330% na China. Nos Estados Unidos, a razão é de 420%, o que é superior ao registado durante a Grande Depressão e após a Segunda Guerra Mundial.” Continua.

Ou seja, a crise da dívida está anunciada e não é de hoje.

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A discussão ocorre após uma quebradeira bancária nos meses anteriores, que se segue ao colapso de 2008, que mostrou o fracasso do golpe de 1979 realizado pelo FED para resolver a crise do petróleo, que foi um efeito do maior calote da história, que foi o fim da paridade ouro-dólar anunciada em 1971 pelo então presidente Nixon, que teve como origem a recessão de 1967.

Para escapar a recessão de 1967 EUA apostou no endividamento, na emissão desenfreada de dólares para custear a guerra no Vietnam. Mas lá foi derrotado. Como foi derrotado em todas as guerras posteriores. Mesmo, praticamente destruídos, os afegãos botaram o exército norte-americano para correr.

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E russos e chineses que após 2008 começaram intensa compra de ouro, e criação de sistemas de pagamentos alternativos ao dólar, passaram a uma ofensiva. E sinais de rachadura no bloco imperialista se avolumam. Arábia Saudita que o diga. Até mesmo o cerceado governo Lula se levantou contra a ditadura do dólar.

Isso porque os EUA abusaram em 2008. Muito grandes para falir, os bancos norte-americanos lucraram trilhões com a crise. E o mundo todo teve que pagar.

Se os Estados Unidos aprovam o aumento da dívida, maior será a fraqueza do dólar a médio prazo. Se o calote for anunciado, as estimativas falam em quedas de 45% das bolsas. “Algumas estimativas dizem que poderemos perder 8 milhões de postos de trabalho dentro de 2 ou 3 meses” Disse Jeff Stein no Washington Post.

Que o colapso dos EUA está próximo, poucos ou ninguém duvida.

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