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Cláudio da Costa Oliveira

Economista aposentado da Petrobras

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Mais uma maracutaia: Petrobrás fecha acordo de R$ 148,5 milhões com BR Distribuidora

A BR não vai mais fornecer o óleo para as termoelétricas e entregar o mercado para os concorrentes? Ou vai passar a comprar de outro fornecedor? Estranho também o fato da Petrobras comunicar em outubro um distrato efetivado desde maio

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No último dia 11 a direção da Petrobrás informou “Comunicação sobre transação com parte relacionada”. Trata-se de um acordo no valor de R$ 148,5 milhões cujo objetivo é “Compra e venda de óleo diesel maritmo (MGO – marine gasoil) sendo a Petrobrás compradora e a BR vendedora” 

https://www.moneytimes.com.br/petrobras-fecha-acordo-de-r-1485-milhoes-com-br-distribuidora/ 

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Eles informam o fato mas não explicam o motivo. 

Me parece estranho que a Petrobrás compre óleo maritmo da BR , um óleo que , provavelmente, foi a própria Petrobrás que forneceu. 

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Lembro que em 21 de outubro p.p. em outra “Comunicação sobre transação com parte relacionada” a direção da Petrobrás informou que por solicitação da BR Distribuidora estaria sendo feito distrato do contrato de compra e venda de OC-CMB- óleo combustível, no valor aproximado de R$ 4 bilhões. A BR comprava este óleo da Petrobrás para fornecimento a termoelétricas. 

https://www.moneytimes.com.br/petrobras-informa-agora-fim-de-contrato-de-r-4-bilhoes-com-br-distribuidora-ocorrido-em-maio/ 

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Novamente foi informado o fato sem explicar os motivos. 

Me pergunto: a BR não vai mais fornecer o óleo para as termoelétricas e entregar o mercado para os concorrentes? Ou vai passar a comprar de outro fornecedor ? 

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Estranho também o fato da Petrobras comunicar em outubro um distrato efetivado desde maio. 

Estas ocorrências estranhas, a meu ver, na verdade fazem parte do plano de entrega de importantes ativos, construídos ao longo de décadas pelos brasileiros, para o capital estrangeiro. 

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Em se tratando de Petrobrás e BR Distribuidora, as duas maiores empresas brasileiras (Exame – Maiores e Melhores), o processo lesa-pátria tem de ser gradual de forma a que, quando o povo brasileiro se der conta, o fato já estará consumado. 

Criada em 1973 durante o governo militar, a BR Distribuidora sempre foi um entrave ao interesse internacional de controlar o mercado brasileiro de combustíveis. Ou seja, voltar à situação existente antes da criação da Petrobrás, cuja subsistência exigiu o suicídio de Vargas. 

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Ao brasileiro sequer é dado o direito de conhecer sua própria história. A carta testamento de Getúlio foi banida de nossas escolas e praticamente nenhum brasileiro se lembra ou ouviu falar a frase : 

“Quis criar liberdade nacional na potencialização das nossas riquezas através da Petrobrás e, mal começa esta a funcionar, a onda de agitação se avoluma......Não querem que o trabalhador seja livre.......Não querem que o povo seja independente. “

As forças nacionalistas brasileiras estão dispersas e não encontram forma de aglutinação. 

O ambiente se tornou favorável aos abutres internacionais. 

Com agilidade a banca financeira (Black Rock, Vanguard, J.P.Morgan etc,etc,etc) elegeram a Shell (minha opinião) para suceder a Petrobrás no controle do mercado brasileiro de combustíveis. 

Em 2011 em sociedade com a Cosan, maior esmagadora de cana de açúcar do mundo, a Shell criou a Raizen, que hoje figura como quarta maior empresa brasileira (Exame – Maiores e Melhores 2020) e serve para camuflar  suas atividades no Brasil. 

Em 2016 comprou a British Gas – BG, na época, fora a Petrobras, maior produtor de petróleo no Brasil. 

Hoje a Shell produz mais de 400 mil barris dia de petróleo no Brasil e importa de suas refinarias no Golfo do Mexico, em sociedade (50/50) com a saudita Saudi Aranco, mais de 200 mil barris dia de combustíveis. 

O processo de venda da refinaria Landulfo Alves (Relan) na Bahia, encontra-se em fase final de negociação com o fundo saudita Mudabala e a venda da Repar, no Paraná, está em disputa entre o grupo Ultra (dono da Ipiranga) e a Raizen. 

A captura da BR Distribuidora está sendo cercada de todos os cuidados, para não alertar a população brasileira. 

O primeiro passo foi a abertura do capital da empresa em dezembro de 2017, sobre a qual escrevi artigo (março 3018) com o título “A escandalosa abertura de capital da BR Distribuidora” 

https://aepet.org.br/w3/index.php/artigos/artigos-da-aepet-e-colaboradores/item/1530-a-escandalosa-abertura-de-capital-da-br-distribuidora 

Para tornar o negócio atraente para o mercado a Petrobrás assumiu R$ 6 bilhões de dívidas da BR, mas só arrecadou R$ 5 bilhões com o IPO. 

Em 2019 a Petrobrás vendeu o controle acionário da BR para o mercado, numa operação que surpreendeu até o então Secretário de Privatizações, Salim Matar, que não esperava que tudo fosse feito sem qualquer agitação popular. 

Andre Motta Araujo ( GGN julho 2019) escreveu artigo com o título “Quem comprou o controle da BR Distribuidora” : 

https://jornalggn.com.br/politica/quem-comprou-o-controle-da-br-distribuidora-por-andre-motta-araujo/ 

No artigo denuncia “Foi uma simples venda de ações na Bolsa de São Paulo cujo resultado ao fim do dia foi a Petrobrás “vender” o controle da BR Distribuidora, pelo preço de ações no varejo, SEM CONDIERAR O VALOR DO CONTROLE” 

Sobre quem comprou o controle afirma “Calma, ele não apareceu porque convém esconder o jogo para não desvendar a “pechincha” que foi a compra do controle do mercado de combustíveis no Brasil. Desconfio eu seja a Shell, atrás do “biombo” Raizen, mas não tenho certeza”.

O mais provável é que as recentes transações de compra e venda de combustíveis entre Petrobrás e BR sejam parte da transferência de negócios da Distribuidora para terceiros. 

Para compensar os atuais administradores da BR pelas atividades de lesa-pátria, os controladores aumentaram suas remunerações em mais de 270 % como vemos no artigo "Após um ano de privatização diretoria da BR aumenta salário em 272%". 

https://www.aepet.org.br/w3/index.php/conteudo-geral/item/5598-apos-um-ano-de-privatizacao-diretoria-da-br-aumenta-salario-em-272 

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