CONTINUA APÓS O ANÚNCIO
Matheus Brum avatar

Matheus Brum

Mineiro de Juiz de Fora, jornalista e escritor

40 artigos

blog

Mais-valia e o egoísmo elevada à enésima potência

Como a pandemia do coronavírus nos mostra que vivemos em uma sociedade extremamente egoísta e como a mais-valia está cada vez maior e mais presente entre nós

(Foto: Reprodução)
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

Olá, companheiros e companheiras? Tudo bem? Nestes últimos dias, temos visto dezenas de atos completamente surreais dentro da política e da sociedade brasileira. Medida Provisória para suspender salário de trabalhador; carretas pedindo reabertura de comércio; presidente desfilando em pleno isolamento social, entre outras aberrações. 

Entretanto, saindo um pouco do foco dos textos que escrevo aqui, que tem como objetivo levar a reflexões sobre ações que poderemos tomar, quero trazer uma reflexão diferente: como que a pandemia do coronavírus nos mostra que vivemos uma sociedade extremamente egoísta e como a mais-valia está cada vez maior e mais presente entre nós. 

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Vamos por partes. Primeiro, está cada vez mais claro como que nós, trabalhadores, não passamos de números de uma planilha de excel. É completamente surreal que todas as empresas, das pequenas as grandes, não têm condições de passar dois, três meses sem demitir funcionários, diante da queda de faturamento. É preciso ser muito ingênuo para acreditar que várias delas não têm fundos para suportar a crise e manter os empregos. Isso mostra como que a mais-valia, conceitualizada por Karl Marx, está cada dia mais presente em nossas vidas. Não passamos de números, que geram lucros e mais lucros. Quando a farra do dinheiro acaba, fim do emprego. Os donos do capital não querem saber o quanto geramos de receita, só se importam em quanto de despesa vão evitar com a nossa saída. 

Como disse no texto da semana passada, sem uma política clara de distribuição de renda, o Brasil pós-coronavírus será um país à beira do colapso social, com o dobro – segundo alguns especialistas mais otimistas – do número de desempregas que temos hoje (o último levantamento do IBGE mostrou que cerca de 12,5 milhões de trabalhadores não têm emprego). Entretanto, nem o governo federal, nem os empresários pensam na classe trabalhadora que, mais uma vez, vai sofrer com uma crise econômica. 

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Por outro lado, além do desprezo dos empresários pelo emprego, temos uma outra situação bastante clara: nunca antes na História deste país vivemos tempos de tanto egoísmo. As “carreatas da morte” pedindo a reabertura dos comércios e a falta de respeito pelas políticas de isolamento para evitar o avanço do novo coronavírus mostram como que parte da sociedade brasileira olha para o próprio umbigo. 

As constantes falas de empresários dizendo que “cinco ou sete mil morrendo não são nada” e que a “economia não pode parar”, demonstram, claramente, que o dinheiro está acima da vida. Que o capital, hoje, é o bem mais precioso da sociedade contemporânea. Só que estes mesmos esquecem que todo o acúmulo só foi possível graças a Estados benevolentes com o baronato financeiro-empresarial e pela mão de obra de milhares de trabalhadores. Ou seja, a riqueza só é gerada através do proletário. Sem nós, a dita elite econômica, não é nada. 

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

O mundo pós-coronavírus não será o mesmo. Haverá mudanças em todas as esferas. Na área da saúde, na trabalhista, na econômica e na social. Mas, neste mundo, precisamos lutar por uma reorganização da classe trabalhadora, para encarar os novos desafios, e também para um mundo mais humano, onde há o respeito pela vida e pelas pessoas. Onde morrer para salvar a economia seja algo abominável. Onde carreatas sejam feitas para preservar a vida. E onde os trabalhadores não sejam números de uma planilha. 

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247,apoie por Pix,inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Cortes 247

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO