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      Alex Solnik

      Alex Solnik, jornalista, é autor de "O dia em que conheci Brilhante Ustra" (Geração Editorial)

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      Mandem Temer para Patmos

      "O delegado da Polícia Federal que chamou de Patmos a operação que está rolando contra o presidente Temer, a partir da delação de Joesley Batista e de seu irmão menos conhecido tem um bom conhecimento de história, um apurado senso de humor e deu uma boa dica sobre o que fazer com ele. Algumas pessoas imaginam Patmos como um lugar completamente deserto e isolado na época dos Apóstolos, sob o regime do Império Romano. Mas a verdade é que Patmos era uma ilha prisão utilizada pelos romanos", esclarece o colunista Alex Solnik; "Acho que ao dar esse nome à investigação o delegado quis dizer que seria uma boa ideia repetir com Temer o que os romanos fizeram com o apóstolo João: mandá-lo para Patmos"

      (Brasília - DF, 18/05/2017) Pronunciamento do Presidente da República, Michel Temer, à imprensa. Foto: Beto Barata/PR (Foto: Alex Solnik)

      O delegado da Polícia Federal que chamou de “Patmos” a operação que está rolando contra o presidente Temer, a partir da delação de Joesley Batista e de seu irmão menos conhecido tem um bom conhecimento de história, um apurado senso de humor e deu uma boa dica sobre o que fazer com ele.

         Algumas pessoas imaginam Patmos como um lugar completamente deserto e isolado na época dos Apóstolos, sob o regime do Império Romano.

         Mas a verdade é que Patmos era uma ilha prisão utilizada pelos romanos, e que apresentava até certo movimento naqueles dias.

         Alguns historiadores afirmam que só eram mandados para a ilha os prisioneiros mais perigosos, como um tipo de “prisão de segurança máxima”, porém não existe base suficiente que comprove essa condição.

         Outra afirmação comum é que os prisioneiros de Patmos eram submetidos a trabalhos forçados relacionados à característica rochosa da ilha, mas também não há como comprovar isso.

         A ilha ficou conhecida por ser o local onde o apóstolo João ficou exilado. Segundo Ireneu,EusébioJerônimo e outros, o exílio de João durou cinco anos, de 91 ou 96 d.C., no décimo quarto ano do reinado de Domiciano, durante os quais ele teria escrito o livro do Apocalipse, a partir de uma revelação que teve na caverna em que se abrigava.

         Outros historiadores, porém, afirmam que ele escreveu o Apocalipse antes e a obra teria motivado o seu exílio: a premonição do Apocalipse teria sido encarada pelas autoridades romanas como altamente subversiva e conspiratória, transformando o futuro apóstolo num inimigo do estado.

         Acho que ao dar esse nome à investigação o delegado quis dizer que seria uma boa ideia repetir com Temer o que os romanos fizeram com João: mandá-lo para Patmos.

         Afinal, um previu o Apocalipse e o outro o criou.

         A analogia é corretíssima: tanto João quanto Temer gostavam de escrever.

         A diferença é que João, ao que parece, tinha talento.  

         Seria também uma boa saída para Temer: ele poderia dizer no futuro que foi banido por perseguição, tal como o apóstolo João e a prova é que foi enviado para o mesmo lugar.

         Para nós, tanto faz a versão que ele vai contar para Michelzinho. O que importa realmente é que ele vá embora logo, para bem longe e não volte nunca mais.

         Mandem Temer para Patmos!

         Mas, sozinho. A Marcela fica.

      * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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