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Jean Menezes de Aguiar

Advogado, professor da pós-graduação da FGV, jornalista e músico profissional

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Marina Silva - o desastre anunciado?

Marina - longe de ser uma ecológica purista - não tem base fiel ou própria. Só aproveitadores de plantão que se juntam a este nominalismo-eco

Marina - longe de ser uma ecológica purista - não tem base fiel ou própria. Só aproveitadores de plantão que se juntam a este nominalismo-eco (Foto: Jean Menezes de Aguiar)
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Em uma sociedade mega, como a brasileira, com milhões de eleitores, qualquer categoria assume números imensos. Assim, bons votantes, maus votantes, votantes 'enganados', votantes 'arrependidos' e outros.

Fernando Collor passou por três fases na psique dos eleitores. Deveria servir como exemplo para muitos.

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Primeiro, euforia e ilusão na versão patética 'caçador de marajás'. Eram eleitores crédulos de que a honestidade no poder fosse uma opção. Depois a vergonha com o impeachment. Por fim o gosto amargo na boca com todo mundo negando que tivesse votado.

Marina guarda grandes semelhanças em certos pontos.

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Primeiro, é órfã estrutural de um partido político a lhe dar sustentação ideológica e atemporal. Já na semana após a morte de Eduardo Campos brigou com o Psb.

Segundo, sem qualquer base parlamentar a lhe sustentar um mandato minimamente estável. Sua carreira solo a torna uma bomba relógio em termos de negociações necessárias à presidência. Será que isolada e alegando 'traição' chamaria as Forças Armadas a lhe ajudar?

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Por fim, a personalidade autoritária somada à não contenção psicológica estrutural de um grande partido a lhe auxiliar. Ou lhe conter. Uma hipótese era Marina vice; outra muito diferente é Marina presidente. E nem se precisa considerar o fundamentalismo religioso a que é adepta, importante para se conhecer um traço nitidamente conservador (Marilena Chaui, Cultura e democracia, p. 83).

Marina virou 'cult' para modernosos e descolados que recitam mantras de salvação do planeta. Também passou a ser opção de uma classe economicamente dominante com antropológicas dificuldades de pensar, que elaborou ser Marina o voto filosofal. Mais ou menos a revoltinha burguesa que representou Collor naqueles idos do desastre.

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Um aspecto importante para muitos da elite é que Marina possa representar um tipo de redenção. Desgostosos com seus pares históricos da classe dominante e ao mesmo tempo crédulos de que o Pt possa ter se exaurido, apostam num novo modelo de poder: a mulher, negra, do Norte. Aí, três ícones de moda.

Uma das proposições para a condição de 'poder' é que ele vem de baixo, não existindo oposição binária e global entre dominadores e dominados (Iná Elias de Castro, Geografia e política, p. 98, citando Foucault). Uma parcela considerável dessa elite insiste em 'crer'; idealizar a Marina-salvação. O velho arquétipo do personalismo redentor. Novamente, idêntico ao que se deu com Collor.

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O 'vir de baixo' aí quer dizer um amplo espectro de legitimação para governar. Nunca o isolacionismo como remédio e salvação. Marina – longe de ser uma ecológica purista - não tem base fiel ou própria. Só aproveitadores de plantão que se juntam a este nominalismo-eco.

Até a 'sustentabilidade', subgênero do poder, Marina já se desincumbiu de descolar de si, após a morte de Eduardo Campos. No último debate praticamente não entrou no tema. Migrou para as grandes fisionomias do poder, buscando se equiparar a Dilma.

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Marina não tem culpa em ter perdido Campos. Mas se enganam os que pensam que ela possa ter 'subido' para o palanque de presidenciável. Esta é a grande peça do destino. O fato de ela ter uma boa 'oratória' em público impressiona aquela parcela que depois costuma se 'arrepender'. Mas um novo desastre agora pode ser um retrocesso cavalar.

Do blog Observatório Geral

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