Master, emendas e estatais geram confronto com Lula, Alcolumbre e Messias, STF e ideologia
O presidente Lula-3 resistiu à cadeia injusta, porque uma armação malévola dos homens e mulheres que traem o Brasil, sua soberania e independência
Iniciemos.
É necessário afirmar e alertar que a luta política para a indicação do próximo ministro a ser nomeado por Lula-3 ao STF tem fundo ideológico, porque o escolhido pelo presidente da República, além de ser evangélico, atua e age no campo progressista, é legalista e, por ser um homem de confiança de Lula-3, bem como advogado-geral da União, irá se somar à maioria dos ministros legalistas, que defenderam a Constituição, consolidaram a democracia, efetivaram definitivamente o Estado de Direito e colocaram Jair Bolsonaro et caterva na cadeia.
Lula-3 sabe disso tudo, não se fez de rogado e botou a mão na massa e assim garantir estabilidade democrática no País. Por isso que a direita e a extrema direita estão dando piti, a demonstrar revolta por meio de um faniquito retumbante, porque sabem e entendem que para derrubar os próximos presidentes por intermédio de golpes de estado será daqui para frente muito difícil, ainda mais que Jair Bolsonaro foi encarcerado acompanhado por generais de quatro estrelas e delegados da Polícia Federal.
Acontece, porém, que são outros tempos e a direita aboletada na Câmara e no Senado está inconformada por compreender que os ministros indicados por Lula-3 e Dilma Rousseff para o Supremo Tribunal Federal formam a maioria, sendo que todos eles, com exceção de três (Luiz Fux, Nunes Marques e André Mendonça) são garantistas e legalistas, para o desgosto dos representantes das “elites” no Congresso Nacional. As “elites” que escravizaram seres humanos por quase 400 anos, sendo que as brasileiras são as mais perversas e atrasadas do mundo. Sem dúvida...
Creio ainda que, além das disputas políticas e até mesmo as diferenças ideológicas, bem como a aproximação das eleições presidenciais de 2026, a irritação e a arrogância do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União/AP) com o presidente Lula-3 é muito mais devido ao envolvimento de políticos que atuam e agem no Centrão, no que diz respeito ao megaescândalo do Banco Master, do que propriamente por desavenças estritamente políticas e administrativas, a exemplo de controlar cargos e órgãos públicos do Governo Federal.
Porém e evidentemente, muitos políticos do campo da direita estão com seus rabos presos na armadilha que se tornou o Banco Master — o “banco do Centrão” —, que tem o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, e a vice-governadora, Celina Leão, no olho do furacão por meio do Banco de Brasília (BRB), o banco público que deveria ser também de fomento, mas que age apenas como uma instituição bancária fadada a participar com altos prejuízos da jogatina dos negócios privados engendrados por banqueiros, políticos e empresários dedicados ao enriquecimento ilícito e a ações dignas de gângsters em prejuízo do erário público e do povo de Brasília.
A verdade é que o Centrão é um agrupamento de partidos de direita que há décadas faz chantagens e ameaças, ocupa cargos, controla ministérios, estatais e autarquias e vota no Legislativo conforme a música, sendo que o ritmo tem que ser de acordo com a dança que os parlamentares do Centrão sabem dançar, ou seja, emendas secretas ao Orçamento, a implementação de um semipresidencialismo a fim de interferir na governabilidade do presidente eleito pelo voto popular, controle de ministérios e, incrivelmente, indicar ou interferir na nomeação para ministro do STF, como o faz, na maior cara de pau, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre.
De maneira surreal e desconcertantemente agressiva, é o que está a fazer o mandatário da Câmara Alta, de forma autoritária e a denotar falta de limites no que é relativo ao seu papel constitucional como presidente do Senado em relação, principalmente, quando envia recados arrogantes e prepotentes por meio de terceiros ao presidente da República, com a intenção de interferir no processo de nomeação de ministros do STF, que é, seguramente, uma prerrogativa constitucional do presidente Lula-3.
Contudo, Alcolumbre se vale politicamente do seu cargo para pressionar o Governo, a fim de ser atendido em seus interesses políticos e estratégicos, como ter a oportunidade de indicar pessoas de sua confiança para órgãos, conselhos, comissões, bancos estatais, a exemplo de Banco do Brasil, Banco do Nordeste (BNB), Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e CVM (Comissão de Valores Mobiliários), conforme notícias repercutidas pela imprensa comercial e privada, cujas origens são os bastidores dos poderes da República.
Por sua vez, Alcolumbre e as pessoas que ocupam cargos importantes de poder e mando desde sempre souberam que o advogado-geral da União, Jorge Messias, após a indicação e posterior nomeação do ex-ministro da Justiça Flávio Dino para ocupar uma cadeira no Supremo, seria o escolhido de Lula-3, que no seu terceiro mandato decidiu, depois de comer o pão que o diabo amassou no período mais sombrio enfrentado pelo País após a redemocratização, que a tal de lista tríplice para escolha de juízes do STF e procurador-geral da República se transformou em um bólido do golpismo no Brasil, a exemplo do que aconteceu em 2016 contra Dilma Rousseff e, em 2018, com a prisão surreal e injusta de Lula-3, que o impediu de concorrer à eleição naquele mesmo ano.
O estadista de estatura mundial foi perseguido ferozmente pelos delinquentes de alta periculosidade da Lava Jato, que, inacreditavelmente, estão até hoje livres para dar continuidade à ruína dos outros, assim como depois de anos que os membros da perigosa quadrilha de Curitiba desestabilizaram o sistema político-eleitoral e quebraram empresas poderosas a desempregar milhões de trabalhadores, eles continuam com seus discursos golpistas e a fazer uma oposição desleal e mentirosa sobre o Governo Lula-3 e o Supremo Tribunal Federal.
O ex-juiz Sérgio Moro, considerado suspeito e parcial pelo Supremo, virou senador, e o ex-procurador Deltan Dallagnol virou ex-deputado federal cassado, por exemplo, fatos que denotam a honra e o caráter dessas pessoas, que são acusadas pelas corregedorias da Justiça e do MPF de incorrerem em inúmeros crimes. Porém, sempre quando há oportunidade, os dois varões de Plutarco ficam a defender em seus discursos maledicentes e mentirosos os golpistas que quebraram as sedes dos poderes republicanos, além de tentar proteger os líderes do alto escalão do desgoverno de Bolsonaro, que planejaram e efetivaram a trama golpista, que os levou, indubitavelmente, à cadeia.
É essa gente plena de mau-caratismo que infestou, envergonhou e humilhou a Justiça e o Ministério Público, mas, como disse anteriormente, a mão da Justiça ainda não os pegou para encarcerá-los e colocá-los definitivamente em seus devidos lugares e no limbo da história. Entretanto, relatório do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) afirma que Moro, Dallagnol e a juíza Gabriela Hardt se uniram para desviar dinheiro da União.
Para o CNJ, o trio atuou junto com o propósito de criar uma fundação voltada ao atendimento a interesses privados. Esse tipo de gente que usa seus cargos públicos para realizar a luta política e de classes adora excluir ao invés de incluir, mas ainda tem a cara de pau para se autodenominar “privatista”, quando a verdade é que essas pessoas passaram a vida inteira sendo sustentadas pelo dinheiro público, ou seja, pelo contribuinte brasileiro, que financiou durante décadas suas mordomias, cargos, status e altos salários.
Enquanto isso, Davi Alcolumbre banca o temperamental contaminado por uma vaidade elevada à quinta potência. O vaidoso alega não ter sido devidamente avisado da escolha de Jorge Messias por Lula-3, mesmo tendo sido publicado no Diário Oficial. Qual é a finalidade de barrar a tomada de posse do advogado-geral da União no importante cargo de ministro do Supremo? Já disse nos primeiros parágrafos deste artigo. Alô, alô, Alcolumbre, não te avisaram que a indicação para ministro do STF é um direito inalienável do presidente da República? Não sabia? Então, faça o seguinte: candidate-se a presidente do Brasil e, se vencer a eleição, aí sim poderá indicar os ministros do Supremo Tribunal Federal.
O que deseja Alcolumbre? Qual é seu problema? Mais cargos? Ter o controle, por exemplo, de bancos estatais ou de conselhos, comitês ou comissões importantes? São as emendas? Quer ter mais acesso a recursos públicos, mesmo depois do escandaloso orçamento secreto, que é pura picaretagem? Qual é o problema do presidente do Senado para implicar tanto, de forma açodada, superdimensionada, em relação a Jorge Messias, o indicado de Lula para assumir cadeira no STF? Até agora, Alcolumbre não foi direto ao ponto para esclarecer o que de fato tanto o incomoda, já que indicar ministros da Corte Suprema é por lei um direito dos presidentes da República.
Diga lá, Alcolumbre! Não se faça de rogado e informe à Nação sobre o porquê de dar tanto chilique contra a nomeação de Jorge Messias para o mais importante tribunal do País. Sugiro, como muitos o fizeram, que Alcolumbre se reúna com Lula-3 para estabelecer um diálogo e assim falar de suas reais preocupações, de seus pleitos e explicar o porquê de tanta insatisfação com a indicação de Messias, um homem que conhece profundamente os bastidores de Brasília, de vida ilibada e que tem notório saber jurídico.
Se Alcolumbre tem preferência pelo ex-senador Rodrigo Pacheco (PSD/MG), Lula-3 o prefere como candidato a ser apoiado por ele para concorrer ao governo de Minas Gerais. Acho que Lula-3 é um bom cabo eleitoral. O mandatário já acenou a Pacheco, mas Alcolumbre não se faz de rogado e oportuniza a questão “Pacheco no STF” porque, na verdade, é uma forma de se fortalecer perante o presidente da República e dessa maneira nada republicana reivindicar influência e mando no decorrer do mandato de Lula-3.
Pode isso, Arnaldo? Alcolumbre e Cia. vão apoiar Lula-3 nas eleições de 2026? Seu partido, o União Brasil, um dos mais fortes do Centrão, vai fechar com o Lula ou como sempre vai embarcar no ônibus da direita, sendo que se perder a eleição para o PT e seus aliados vai, posteriormente, pedir cargos para apoiar um futuro governo de Lula-3? É isso? Basta, então, ser depois fisiológico, e pronto? Alcolumbre deveria se ater às suas responsabilidades constitucionais e negociar republicanamente com o Governo para que Jorge Messias, uma prerrogativa de Lula-3, assumisse cadeira no STF.
Davi Alcolumbre deveria retomar a interlocução com as lideranças do PT e do Governo no Senado. Tratar da indicação de Lula-3 sem abrir mão de suas prerrogativas, mas entender que a indicação de um presidente da República para uma pessoa assumir cargo no STF deveria ser profundamente respeitada e considerada, porque Lula-3, na verdade, derrotou o golpismo bolsonarista de extrema direita, impediu com sua vitória o desmantelamento criminoso do Estado nacional, protegeu os socialmente mais fracos e, sobretudo, combateu a implantação de uma ditadura.
O presidente Lula-3 resistiu à cadeia injusta, porque uma armação malévola dos homens e mulheres que traem o Brasil, sua soberania e independência. Jorge Messias é o escolhido de Lula-3 para ser juiz do Supremo. Assim será. É isso aí.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

