Mermão!
Empresário lobista, eficiente no processo de tirar dízimo – conhece todas as formas de amolecer o fiel constrangido a ofertar
Era conversa sigilosa que ninguém pegaria, e pegaram! Jair, com um quadro de soluços incontidos, até precisava de um susto mesmo.
Depois da repercussão midiática e muitos likes e compartilhamentos, Malafaia pôs a pele de pastor e apareceu se escondendo atrás dos versículos. Pede perdão e se compara a São Paulo, aludindo a fraqueza daquele. Observe-se que nunca jamais olho viu ou ouvido ouviu da boca de Paulo de Tarso tantos impropérios ditos por Malafaia, a saber: “arrombar”, “merda”, “te arrebento”, “esporro”, “fuder”, “ pro meio do cacete”, “sentar no colinho”.
Quando algum repórter o questiona, Malafaia se irrita e alega que tem direito à opinião própria. As cartas dos apóstolos não eram vãs opiniões, mas exortações, orientações às comunidades. Silas Malafaia ora é pastor, ora age como ativista político ou como mero fiel pecador, conforme lhe interesse. Melhor seria mudar para empresário lobista, eficiente no processo de tirar dízimo – conhece todas as formas de amolecer o fiel constrangido a ofertar.
Por mais que a fraqueza humana busque redenção evangélica, os atos humanos mesmo na função sagrada tem consequências civis e penais tanto aos pastores, quanto a padres e pais de santo. Todos estão sob o trato da autoridade civil, leiga, como consta pela segunda carta petrina, “por amor do Senhor, obedeçam às autoridades” – o que se presume um estado laico, e não religioso. No caso, o autointitulado pastor não está impedido de suas práticas ou convicções religiosas, mas sob a autoridade civil, a Constituição e a soberania do país.
Pelo celular, a conselheiro, Malafaia continuou com a pressão máxima sobre o fiel Jair, como se estivesse exorcizando demônios. Como dois amigos, de suportar até o mau hálito do outro, chamou o filho Eduardo do Jair de “babaca, de estúpido da marca maior”. Talvez para não xingar o próprio pai xinga o filho. Morde com histeria e assopra com elogios patéticos.
Não faltou o assunto da Anistia que ele quer que seu partido force a votação no Congresso, mas não “anistia light”, ou seja, aquela para as “velhinhas com bíblia” e para “os pipoqueiros”, os quais ninguém viu. Os invasores, os quais Jair os referiu como malucos em rede nacional, não interessam de verdade, exceto para mandar PIX ao Eduardo. Dessa versão pipoqueira, não se viu nenhuma velhinha ou bíblia sob seus sovacos, nem mesmo uma migalha da pipoca caída no pavimento. Ora, para quem é essa anistia? Adivinha! A anistia é mesmo para os mandantes do golpe.
Depois de levar essas orientações do “seu pastor”, o filho deu o troco ao pai como se Jair fosse um colega de escola. Mandou o velho tomar naquele lugar sensível, cuja referência é muito indecente. Usou letras grandes, maiúsculas, garrafais: “VTNC SEU INGRATO DO CARALHO”, usadas quando a pessoa está gritando, de óbvio entendimento, chulo.
Entretanto, Silas incorpora o pastor indignado, de quem lhe retiveram o passaporte. Grita como se Deus fosse surdo. Contudo, eu não sei, mas o Altíssimo já deve conhecer até seus pensamentos, sua conta, seus celulares perdidos e o seu futuro...
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

