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Eduardo Guimarães

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Merval não tem máquina do Tempo

Merval acusou o presidente da República pelo que a Justiça brasileira e a ONU rechaçaram. De quebra, desrespeitou o Supremo com um ridículo tom professoral

Merval Pereira e Lula (Foto: Ricardo Stuckert | Reprodução)

Zeitgeist é um conceito germânico que remete ao clima intelectual e cultural da humanidade em determinado tempo, para simplificar. Segundo a literatura sobre, "Zeitgeist foi introduzido por Johann Gottfried Herder e outros escritores românticos alemães".

Já o segundo personagem desta história, é Merval Pereira -- que presta serviços às Organizações Globo há décadas. Ele apelou ao conceito germânico para florear uma argumentação pobre em fatos e rica em distorções.  Merval acusou o presidente da República pelo que a Justiça brasileira e a ONU rechaçaram -- ele dirá que não, claro. De quebra, desrespeitou o Supremo com um ridículo tom professoral.

Merval ficou famoso por previsões e interpretações políticas ao gosto do patrão e abusou do direito de errar em quase todas, mas onde  errou mais feio foi em relação ao presidente da República. 

Ao longo dos anos 2000, durante o primeiro e o segundo mandatos de Lula, Merval não escondia a decepção quando o "torneiro mecânico" feito estadista insistia em surrá-lo vez após outra -- nas urnas. 

Ao ler o ataque ao seu maior algoz naquelas tantas eleições em que trabalhou como agente dissimulado do hoje moribundo tucanismo, foi possível notar que jamais engoliu derrotas políticas que lhe feriram o ego ao destroçar seu trololó político mal-ajambrado. 

Merval ataca Lula para defender seus parceiros de antipetismo, um ex-juíz e um  ex-procurador -- respectivamente, Sergio Moro e Deltan Dallagnol --  punidos pelas Instituições em que inciaram suas antes dissimuladas carreiras políticas,  o Poder Judiciário e Ministério Público Federal.

Posteriormente, enrrolaram-se também na Instituição que, como agentes da lei, sempre  cobiçaram ingressar: o Congresso Nacional. Um já foi cassado por tentar ser mais esperto do que a esperteza; outro, está  em vias de ser cassado por igualmente se dar a buscar atalhos obscuros para atingir seus eternos e famigerados objetivos políticos e/ou econômicos.

Merval, cuja megalomania a tem incrustada no DNA, alvora-se em dar lições ao Supremo Tribunal Federal ao melhor estilo bolsonarento. Age como se, diante dele, fôssemos todos um bando de... Mervais. 

Moro e Dallagnol sofreram punições no Judiciário, no MPF e no Legislativo e outras é sabido e consabido que virão a sofrer  porque agem com tudo e com todos como agiram com Lula, a quem fizeram de escada até que um hacker sequioso de se realizar financeiramente tratou de desmascará-los meramente olhando suas conversas sobre  as próprias façanhas ilegais. 

Merval pode se fazer de tolo à vontade, pode fazer os patrões de tolos à vontade, mas não pode ser mais do que é, ou seja, alguém  que guarda total similitude com os dois "herois" que segue exaltando e pelos quais ninguém mais dá um tostão furado. Merval não tem máquina do tempo, o que o impede de retornar ao Zeitgeist do qual a saudade parece lhe tirar o pouco da sanidade que, se teve algum dia, era ainda menor do que o seu diminuto senso de justiça e de ridículo.

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.