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Ricardo Mezavila

Escritor, Pós-graduado em Ciência Política, com atuação nos movimentos sociais no Rio de Janeiro.

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Meu vizinho é petista

Meu vizinho é petista (Foto: Ricardo Stuckert)

O Brasil democrático terá árdua tarefa em resgatar seus símbolos das mãos daqueles que nunca o respeitaram, mas que usam como disfarce para implantar um sistema fundamentalista teocrata-militar- fascista. 

A derrota de Bolsonaro foi o gatilho que disparou o fanatismo dos integralistas, mas não é a causa da existência do movimento. Com ou sem Bolsonaro (with or without), a extrema direita vai seguir atuando, agora com rosto e voz. 

O presidente derrotado faz parte do passado, cumpriu a missão de abrir portas e janelas para que o autoritarismo se aproximasse do Estado Democrático de Direito e dividisse o país. 

O que assistimos nas ruas nesses dias, foi a histeria colérica de grupos fanatizados, manipulados pelo ultranacionalismo cristão injetado nos discursos inspirados por ideais e práticas fascistas. 

Quando exigem intervenção militar, não é para um general assumir o poder pois, na verdade, as fardas também fazem parte do sistema oficial. O pedido de intervenção militar é para impor o terror, garantir o medo e servir de ouvidoria para denúncias como “meu vizinho é petista”. 

A Frente Democrática que governará o Brasil a partir de 2023 terá de conviver com a realidade de que o país das trevas não é ficção, ele acordou das profundezas onde ciência, educação, saúde, justiça, democracia, bem-estar social são vistos como lenda. 

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.