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Eduardo Guimarães

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Mídia esconde denúncia de jornal inglês contra mulher de Temer

Em maio último, o tabloide  inglês “Daily Mail” publicou extensa reportagem sobre Marcela dando conta de uma vida de “família real” que os Temer se dão à custa de dinheiro público. No Brasil, a Folha tentou desqualificar a matéria atribuindo-lhe pequenos erros que, na prática, não invalidam uma só acusação

Em maio último, o tabloide  inglês “Daily Mail” publicou extensa reportagem sobre Marcela dando conta de uma vida de “família real” que os Temer se dão à custa de dinheiro público. No Brasil, a Folha tentou desqualificar a matéria atribuindo-lhe pequenos erros que, na prática, não invalidam uma só acusação (Foto: Eduardo Guimarães)
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“Um dos maiores vexames internacionais a que o país poderá ser submetido nos próximos anos é o conhecido uso desmesurado de dinheiro público pela família de Michel Temer”, diz interlocutora profundamente versada em intimidades dos centros de poder.  “Marcela é o ponto fraco de Temer”, diz a fonte. “Os caprichos dela ainda vão custar caro…”.

A conversa decorreu de fato envolvendo a mulher de Temer que saiu discretamente na mídia, mas que, fosse outro grupo político a ocupar o governo federal, teria ganhado grande destaque. Ou seja: se Lula ou Dilma governassem, o tema dessa reportagem daria pano pra manga.

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Ainda estão frescas na memória de quem presta atenção no Brasil as picuinhas da imprensa contra os presidentes petistas. Lá em 2004, por exemplo, o mundo quase caiu sobre a cabeça de Lula porque a imprensa cismou com um arranjo floral nos jardins do Palácio da Alvorada que reproduziria uma “estrela do PT”.

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A imprensa caçou ferozmente qualquer tipo de vinculação pública do então presidente Lula com seu partido, como se tal vinculação fosse segredo. O portal G1 chegou ao absurdo de questionar o fato de a esposa do então presidente, Marisa Letícia, usar um maiô com uma estrela vermelha estampada.

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A obsessão midiática por supostos “abusos” dos presidentes “petistas” com a res pública perdurou até a era Dilma. Reportagem do Estadão de alguns anos atrás implicava com outra “estrela petista” que teria sido plantada na Granja do Torto.

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Na semana passada, a imprensa noticiou que a ida de Marcela Temer e de seu filho para Brasília tem provocado mudanças na rotina e nos protocolos do Palácio do Jaburu, residência oficial da Vice-Presidência da República.

Uma das medidas tomadas recentemente foi a proibição do uso do estacionamento público localizado na entrada do local, que chegou a ter seu acesso bloqueado por um período logo que Temer assumiu o comando do país, em maio deste ano.

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O que se sabe é que o caso não ganhou o destaque merecido. Na verdade, não ganhou destaque algum. A notícia saiu bem escondidinha e sumiu em seguida.

Marcela proibiu o uso do estacionamento porque ficou incomodada com a exposição que poderia ter e com a possibilidade de que fossem feitas fotos da área privativa do palácio caso a imprensa ficasse naquele lugar.

Quando a imprensa vai cobrir a Residência Oficial do presidente da República, seguranças vêm indicando outra região onde os carros de reportagem e veículos particulares podem ser estacionados.

Esses locais são improvisados. Ficam em um canteiro de grama, afastado da entrada do Jaburu, que teve o meio-fio quebrado para facilitar o acesso, ou em faixa de asfalto com a marcação de proibição para o tráfego.

As demarcações são irregulares, mas estão lá porque “dona Marcela quer”.

A Secretaria de Comunicação da Presidência da República negou que a restrição ao uso do estacionamento público tivesse sido pedida por Marcela, mas não explicou por que tal medida só foi tomada após a chegada dela ao Palácio.

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Seja como for, a restrição intempestiva e inédita de uso de área pública simboliza um comportamento da família presidencial que em outros tempos geraria “indignação” na imprensa antipetista.

A fonte do Blog citou esse caso como decorrente de histórias sobre o comportamento de ditador de república bananeira que se diz que vem sendo adotado por Temer, sobretudo após virar presidente interino.

Em maio último, o tabloide  inglês “Daily Mail” publicou extensa reportagem sobre Marcela dando conta de uma vida de “família real” que os Temer se dão à custa de dinheiro público.

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O tabloide, que utiliza fotos postadas nos perfis do Instagram de pessoas próximas a Marcela, comparou os gastos da esposa de Michel Temer aos de Maria Antonieta, rainha da França na época da Revolução Francesa e esposa de Luís XVI, no fim do século 18.

Segundo o jornal britânico, os gastos financeiros da primeira-dama, de 33 anos, não refletem o momento de crise que o Brasil enfrenta.

Na artigo, o Daily Mail lista uma série de aquisições não só para Marcela, como para sua família. Entre eles, as viagens internacionais de primeira classe, cirurgias plásticas e procedimentos estéticos para a mãe de Marcela, Norma Tedeschi, e uma vida regada a champanhe, roupas caras e festas badaladas para a irmã, Marcela Fernanda Tedeschi.

Ainda de acordo com a publicação, a família possui quatro camareiras somente para lavar e passar as roupas, além de duas empregadas, uma cozinheira e uma babá para cuidar de seu filho único, Michelzinho, de 7 anos.

As despesas, segundo o jornal, não param por aí: Marcela Temer teria promovido uma reforma em vários cômodos no Palácio do Jaburu, residência oficial da Vice-Presidência em Brasília, que, de acordo com a publicação, custou milhões de reais de dinheiro público. Marcela teria ainda insistido para o marido comprar uma casa para sua mãe e sua irmã na capital federal avaliada em cerca de R$ 7 milhões.

Diante do comportamento anterior da imprensa, quando petistas governavam o país, surpreendeu a reação da imprensa brasileira ao que diz a homóloga britânica. Reportagem do jornal Folha de São Paulo tenta desqualificar a matéria atribuindo-lhe pequenos erros que, na prática, não invalidam uma só acusação de abuso do dinheiro público atribuído à família presidencial.

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Entre os erros que a imprensa brasileira atribuiu à matéria britânica está a informação de que Marcela estava ao lado do marido na cerimônia de posse de Temer como presidente interino, apesar de que ela não estava. E, ironicamente, a matéria critica o perfil de Marcela pelo “Mail” por citar críticas que teriam sido direcionadas ao casal sem divulgar o autor das falas.

Sim, você leu corretamente: a Folha criticou o jornal britânico por divulgar informações de fontes que não quiseram se identificar, como se, no Brasil, essa prática não estivesse por trás de nove entre dez denúncias midiáticas contra petistas.

O tabloide, segundo a Folha, afirmou “incorretamente” que a irmã de Marcela, Fernanda Tedeschi, chegou a posar para a revista “Playboy” e que as fotos depois “foram misteriosamente vazadas na internet”.

A defesa que Folha faz para a família Temer diz que a irmã de Marcela, Fernanda apenas assinou um contrato com a revista e desistiu antes de posar para o ensaio. As fotos que chegaram a ser divulgadas são de uma prévia antecipada pela Editora Abril, que publicava a “Playboy” na época.

O que isso muda em relação à denúncia da imprensa britânica? Se você disse nada, acertou.

O fato a destacar é que se estão erradas as informações sobre gastos exagerados feitos pela família Temer, cumpriria à imprensa brasileira investigar e publicar a verdade. As reformas feitas no palácio, todos os gastos abusivos com dinheiro público teriam que ser investigados e, em nada sendo encontrado, aí, sim, a imprensa brasileira poderia inocentar sua equivalente britânica, mas o assunto morreu em maio e nunca mais se ouviu falar do assunto.

Por outro lado, surgiram versões de que a preocupação com o suposto estilo imperial de Marcela, que dizem custar (muito) dinheiro público, seria “machismo”.

Não é difícil de isso ocorrer. Marcela é o alvo perfeito para machismo, tanto quanto Dilma. Porém, ninguém viu a mulher de Temer reclamando da Veja por tê-la qualificado como “bela, recatada e do lar”, o que, para qualquer mulher emancipada, é quase uma ofensa.

Porém, não pode haver machismo em uma denúncia objetiva de que Marcela gasta o dinheiro suado de nossos impostos com mordomias… Certo? Assim, o que se pede, ao fim e ao cabo, é que essa denúncia seja alvo da mesma “apuração jornalística” que implicava com um mísero canteiro de flores em administrações petistas.

Arrumemos cadeiras confortáveis para esperar por essa apuração.

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