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Alex Solnik

Alex Solnik é jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os quais "Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A guerra do apagão" e "O domador de sonhos"

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Militares ficam mais fortes

"Os quatro generais mais próximos ao presidente estão dando a palavra final nos assuntos mais importantes da República, apitam mais até que os três príncipes herdeiros", escreve Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia. Ele também faz um alerta: "a vida militar é incompatível com a vida política"

(Foto: Divulgação)
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Por Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia

Uma das consequências dessa novela sem fim que envolve Bolsonaro e Mandetta foi a revelação, de forma explícita, de que os quatro generais mais próximos ao presidente estão dando a palavra final nos assuntos mais importantes da República, apitam mais até que os três príncipes herdeiros, o que é um feito nas atuais circunstâncias.

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Foram eles que, na segunda-feira retrasada barraram a iminente demissão do ministro da Saúde, sinal de que eles podem, ao contrário da maioria dos ministros, contrariar o presidente e  até fazê-lo mudar de opinião.

Também foram eles que, ontem, deram sinal verde para Mandetta ser demitido, porque entenderam que ao dar entrevista ao “Fantástico” ele quebrou a hierarquia.

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Como o Palácio do Planalto já é, a essa altura, mais um quartel-general que o coração do governo civil, as regras que valem lá dentro são as regras militares e a quebra de hierarquia é pecado mortal, já que militar só tem duas coisas a fazer: obedecer a quem está hierarquicamente acima dele e mandar em quem está abaixo.

Agora, quem está ficando desse tamaninho nessa crise toda é o Bolsonaro.

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Não dá mais para negar que ele depende dos quatro generais do Planalto para tomar decisões fundamentais e todo mundo sabe que chefe que tem que ter aval de subalterno para demitir outro subalterno, não é chefe, é subalterno de seus subalternos.

Vai de mal a pior, portanto, o suposto chefe do estado brasileiro, que começou a sua derrocada ao virar garoto-propaganda de uma droga por ele apresentada como panaceia (como faz todo garoto-propaganda), mas cujo desempenho no Brasil e no mundo mostra que, em alguns casos, ela ajuda a salvar, mas, em outros, ajuda a matar.

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Além de pisar nesse terreno pantanoso, no qual nenhum mandatário mundial ousa pisar (faz tempo o Trump não toca no assunto), Bolsonaro perdeu musculatura política ao se expor e expor outras pessoas à contaminação, por mais de uma vez, protagonizando cenas inéditas em todo o mundo civilizado.

Outro sinal de fraqueza é que ele não consegue impor o seu comando ao combate ao vírus (que é totalmente estúpido, é claro) nem ao seu ministro da Saúde e ao mesmo tempo não o manda para casa.

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Claro que eu não gosto desse fortalecimento dos generais, por mais que eles sejam mais inteligentes, cultos e menos lunáticos que o presidente, porque a vida militar é incompatível com a vida política, as duas não coexistem, uma acaba se impondo à outra, e sabemos quais das duas tem mais "argumentos" para se impor.   

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