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Leandro Fortes

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Ministro da Defesa realizou o sonho de toda viúva da ditadura militar

Na avaliação de Leandro Fortes, do Jornalistas pela Democracia, o general Fernando Azevedo e Silva faz, na ordem do dia deste 31 de março, "um relato mambembe, de soldado raso, sobre contexto histórico da época"

Fernando Azevedo e Silva (Foto: Carolina Antunes/PR | Reprodução)
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Por Leandro Fortes, para o Jornalistas pela Democracia - Ex-ajudante-de-ordens do ex-presidente Fernando Collor de Mello e ex-assessor do ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Dias Toffoli, o general Fernando Azevedo e Silva, ministro da Defesa do governo Bolsonaro, realizou o sonho de toda viúva da ditadura militar que se preze: enalteceu, sem freios nem escrúpulos, o golpe de 1964, na Ordem do Dia de hoje, 31 de março de 2020, enviada a todos os quartéis do País.

Assim falou o general, sobre o aniversário de 56 anos da quartelada que depôs o presidente João Goulart:“O Movimento (sic) de 1964 é um marco para a democracia brasileira. O Brasil reagiu com determinação às ameaças que se formavam àquela época”.

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“As ameaças”, vocês sabem, era o comunismo, samba de uma nota só que embalou a geração de militares de Azevedo e Silva, e que serviu de pretexto para os Estados Unidos implantarem, em toda a América Latina, ditaduras sanguinárias comandadas por bestas feras que torturaram, assassinaram e exilaram milhares de pessoas.

Mas sobre isso, o general não fala. Faz, no entanto, um relato mambembe, de soldado raso, sobre contexto histórico da época. Em resumo, para ele, depois da vitória dos aliados contra o nazifascismo, na Segunda Guerra Mundial, valeu a pena se implantar um regime nazifascista, no Brasil, para barrar o totalitarismo comunista.

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“Naquele período convulsionado, o ambiente da Guerra Fria penetrava (sic) no Brasil. Ingredientes utópicos embalavam sonhos com promessas de igualdades fáceis e liberdades mágicas, engodos que atraíam até os bem-intencionados”.

Trata-se de um poeta, vejam vocês.

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Na avaliação do ministro da Defesa, o golpe militar de 1964 estabeleceu “limites apropriados à prática da democracia”, o que poderia parecer até uma ironia, não tivesse sido escrito por um militar – classe de escribas que, como se sabe, não tem a menor ideia de como usar essa divertida figura de linguagem.

Azevedo e Silva, infelizmente, foi literal na afirmação. Ele, de fato, acredita que meter a oposição na cadeia e no pau-de-arara deu “limites apropriados à prática da democracia”.
Continua, o general: 

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“Os países que cederam às promessas de sonhos utópicos ainda lutam para recuperar a liberdade, a prosperidade, as desigualdades e a civilidade que rege (sic) as nações livres”.

Escorre-me uma lágrima solitária. Nem sei como agradecer a essa gente maravilhosa.

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