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Ricardo Nêggo Tom

Cantor, compositor, produtor e apresentador do programa Um Tom de resistência na TV 247

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Na guerra entre dois países racistas, só vale torcer pela paz no mundo

O racismo característico dessas duas sociedades, Rússia e Ucrânia, é o fato a ser tratado aqui

(Foto: Reuters)
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Enquanto os holofotes emocionais da grande mídia e da maioria da população mundial estão voltados para o sofrimento do povo ucraniano, após a ofensiva russa sobre aquele país, um fato não menos importante do que a guerra entre os dois países, não vem sendo repercutido e nem causando comoção. Uma comoção guiada e seletiva, que ignora outras tragédias que estão acontecendo simultaneamente a esse conflito, como, por exemplo, o bombardeio dos EUA sobre a Somália com o uso de drones. O mesmo EUA que condena as ações bélicas de Putin e impôs sanções econômicas sobre a Rússia em função delas.

O racismo característico dessas duas sociedades, Rússia e Ucrânia, é o fato a ser tratado aqui. De tão virulento em sua prática, ele pode estar determinando quem deve morrer no país governado por Zelensky. Não são poucos os vídeos que começam a pipocar pelas redes sociais, mostrando a truculência e a desumanidade impostas contra imigrantes africanos que tentam deixar a Ucrânia nos trens de fuga ou pela fronteira com a Polônia. Segundo relatos de imigrantes negros africanos, os soldados do exército ucraniano estão impedindo que eles embarquem, pois, a prioridade é salvar a vida dos cidadãos ucranianos brancos.

O mesmo critério está sendo adotado pelo exército polonês na fronteira que divide os dois países. Imigrantes negros estão sendo impedidos de entrarem na Polônia, obedecendo a mesma prioridade racial estabelecida para o refúgio de pessoas que fogem da guerra. Muitos dizem que ser mentira, que o governo de Volodimir Zelensky tenha ligações com grupos neonazistas. No entanto, esse protocolo de discriminação racial usado nesse momento de forte tensão, onde a vida de milhões de pessoas está em jogo, soa como um novo formato de “câmara de gás” para dizimar uma raça considerada inferior. Vale lembrar também, que a Rússia, a proponente da guerra, está entre os países mais racistas do mundo.

Os negros que vivem na Ucrânia estão sendo submetidos a uma cruel e humilhante peregrinação, para escapar da invasão russa e salvarem suas vidas. As denúncias de racismo contra a polícia e forças militares ucranianas, estão inundando as redes sociais. Porém, sem provocar a mesma comoção que a fuga dos brancos ucranianos sob um iminente risco de morte. Óbvio, que isso não é uma novidade no país onde jogadores brasileiros constantemente são alvos de ofensas racistas. O atacante Tyson, hoje no Internacional de Porto Alegre, reagiu em campo a uma delas e ainda foi punido com um jogo de suspensão pela federação ucraniana de futebol. Prova de que o racismo é algo naturalizado naquele país.

A geopolítica ucraniana parece estar bem mais fundamentada no racismo, do que alinhada aos acordos diplomáticos e preocupada com à ajuda humanitária a qual o próprio país recorre neste momento em que o horror da guerra coloca o seu povo como alvo. O mesmo se aplica a Polônia, que ao fechar sua fronteira para a entrada de pessoas negras, deixa claro que ainda não as vê como seres humanos dignos de existência, de respeito e de empatia. Isso é muito grave diante do atual cenário e comprova, da maneira mais surreal possível, que o racismo mata. Mais uma vez, nós negros ficamos, literalmente, no meio de um fogo cruzado. O fogo nos racistas e o cessar fogo entre eles.

Na guerra entre dois países racistas, só vale torcer pela paz no mundo.

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