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Ricardo Kotscho

Ricardo Kotscho é jornalista e integra o Jornalistas pela Democracia. Recebeu quatro vezes o Prêmio Esso de Jornalismo e é autor de vários livros.

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Nada a comemorar. De golpe em golpe, a República estrebucha

"Começamos a República com um golpe militar, e isso não poderia mesmo dar coisa boa", lembrou Ricardo Kotscho, do Jornalista pela Democracia, em seu artigo sobre o 15 de novembro, Dia da Proclamação da República. Ele destaca que temos "agora no poder um tenente reformado como capitão, aos 33 anos, depois de ser preso e processado pelo Exército por atos de insubordinação... Como vemos, a República baixou de patente".

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Por Ricardo Kotscho, no Balaio do Kotscho e para o Jornalistas pela Democracia - Sexta-feira, 15 de novembro de 2019, feriado da Proclamação da República.

Para mim, que trabalho de domingo a domingo, hoje é um dia como outro qualquer, nada vejo para comemorar, 130 anos depois.

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Se não me falha a memória dos tempos de escola, o que houve no dia 15 de novembro de 1889 foi um golpe militar para destituir o imperador D. Pedro II, seguido de muitos outros golpes até chegarmos aos tenebrosos dias atuais com um ex-militar no poder.

Muita gente não deve lembrar, mas nossos dois primeiros presidentes republicanos foram marechais do Exército.

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A galeria de militares na presidência foi inaugurada pelo marechal Manuel Deodoro da Fonseca, que renunciou dois anos depois, para dar lugar a outro marechal, Floriano Vieira Peixoto.

Era a chamada “República da Espada”, como a chamavam na época.

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O primeiro presidente civil, Prudente de Moraes, só seria eleito pelo voto direto em março de 1894.

No mais longo período de militares no poder, vários generais se sucederam na Presidência da República na ditadura militar (1964-2005), começando por outro marechal, Castelo Branco, e terminando em João Figueiredo, que saiu pela porta dos fundos, recusando-se a entregar a faixa presidencial ao civil José Sarney.

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Pela primeira vez, temos agora no poder um tenente reformado como capitão, aos 33 anos, depois de ser preso e processado pelo Exército por atos de insubordinação..

Como vemos, a República baixou de patente, embora um batalhão de generais de pijama tenha sido convocado para fazer parte do governo (nove deles já foram demitidos).

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É a primeira vez também que somos governados por um quarteto, o presidente e três dos seus filhos.

Antes, em 1968, tivemos uma junta de três militares, os comandantes das Forças Armadas, no impedimento de outro marechal, Costa e Silva, em 1968.

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De golpe em golpe, dos mais variados tipos, chegamos a 2016, quando um golpe parlamentar derrubou a presidente Dilma Rousseff, abrindo caminho para a volta dos militares ao poder, agora pelo voto direto.

Escrevo sem consultar minha modesta biblioteca nem o Google e posso estar cometendo alguns enganos de memória, mas em resumo é isso.

Começamos a República com um golpe militar, e isso não poderia mesmo dar coisa boa.

Já tem até gente, como o ministro da Educação, este abominável Weintraub, nostálgica da Monarquia.

Ficamos sabendo esta semana que Bolsonaro até pensou em colocar como vice um herdeiro da família imperial, o “príncipe” Philippe Orleans e Bragança, que é deputado federal por São Paulo.

É o enredo pronto para para uma bela porno-chanchada com Alexandre Frota, Oscarito, e Grande Otelo, tendo como tema musical o Samba da República Doida, que está estrebuchando.

Bom final de semana a todos.

Vida que segue.

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