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Raimundo Bonfim

Coordenador nacional da Central de Movimentos Populares (CMP)

54 artigos

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Não à violência, por eleições livres e democráticas

Ato de lançamento da pré-candidatura de Lula (Foto: Adriano Machado/Reuters)
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O Brasil é um país que tem a violência como traço marcante de sua história. Desde a invasão, quando os povos originários sofreram ataques e tiveram suas terras invadidas, muitos foram assassinados por invasores de Portugal, passando pela opressão e violência durante o período Colônia e Império com a escravidão e persistindo até os dias atuais com o massacre de mulheres, pretos, pobres e camponeses. 

Com a ascensão do fascismo e a vitória eleitoral de Bolsonaro, um ovo da serpente que eclodiu no Golpe de 2016, esse processo de violência e intolerância se intensificou, principalmente contra a esquerda, defensores dos direitos humanos e movimentos populares, por representarem justamente a luta pelos direitos das classes trabalhadoras e dos mais vulneráveis da sociedade. O fascismo tem na propagação do ódio, na organização de milícias assassinas e na perseguição a ativistas e organizações de esquerda um de seus traços constitutivos, e sob a liderança de Bolsonaro não é diferente. Somente sua derrota política, nas eleições e nas ruas, restabelecerá as condições para a resolução dos problemas e conflitos pelo diálogo, não pelas armas.

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Em 2018, muita gente foi eleita pregando o ódio e a violência, amplamente propalados por setores da elite. A violência no Brasil é forma histórica de imposição de interesses pelas classes dominantes, sendo o fascismo de Bolsonaro sua face mais cruel. As políticas de diminuição da concentração de riqueza e de inclusão social, praticadas nos governos democráticos de Lula e Dilma, foram elementos que fizeram as classes dominantes e setores da classe média apoiarem e aplaudirem essa violência contra os pobres, negros, mulheres e LBTQIA+. Como máximo exemplo, temos o atual presidente, Jair Bolsonaro, pregando “fuzilar a petralhada” com seu indefectível gesto exaltando as armas com os dedos. Além disso, parcelas significativas do Sistema de Justiça, policiais, juízes e promotores do Ministério Público, e as Forças Armadas estão sustentado o fascismo e a violência contra a esquerda e o povo - que se organiza e resiste aos retrocessos praticados pelas forças da burguesia. 

Como não poderia deixar de ser, em contexto eleitoral, a ascensão do fascismo está levando a um novo aumento da violência política. Em um intervalo de poucos dias tivemos casos chocantes: a bomba de fezes e urina atirada durante ato com a presença do pré-candidato à presidência Lula no Rio de Janeiro e o caso do juiz Renato Borelli, que deu a ordem de prisão contra o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro e teve seu carro atacado com fezes de animais, terra e ovos. Fezes, aliás que também foram usadas em conjunto com veneno contra militantes petistas em um ato que contou com a presença de Lula em Uberlândia (MG). E mais recentemente, o assassinato do nosso companheiro Marcelo Arruda, dirigente petista em Foz do Iguaçu, que comemorava o aniversário junto à família com alusão às campanhas de Lula e do PT, e justamente por isso foi brutalmente assassinado sob os gritos de "aqui é Jair Bolsonaro". A despeito de todas as evidências, as autoridades se esforçaram para tentar afastar a hipótese de crime político, em tentativa inacreditável para esconder o óbvio e proteger um projeto de poder que causa mortes no Brasil. Essa é a maior prova do avanço do fascismo no país: violência política explícita acobertada por milicianos que atuam dentro e fora do aparato estatal, na construção de um verdadeiro poder paralelo que tem promovido a morte e a miséria no Brasil para fazer avançar a concentração de renda, a exploração e a espoliação.

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Esses atos chamam a atenção, mas estão longe de terem sido os únicos. Pelo contrário, se somam aos 214 crimes registrados contra lideranças políticas no primeiro semestre deste ano e ilustram bem a escalada da violência. Se comparado ao mesmo período de 2019, quando houve 47 crimes políticos, temos um aumento de quase 350% neste índice. Ou seja: podem ser o prenúncio de algo muito pior que pode acontecer durante a campanha presidencial desse ano, especialmente se houver segundo turno.

Colabora – e muito – para isso o discurso de ódio e a política armamentista do governo Bolsonaro. Isso se expressa em dados. Desse o início do governo Bolsonaro, houve aumento de 473% no número de pessoas com licença para uso de armas de fogo, de acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, o que só contribui para o aumento da violência e assassinatos no Brasil. O povo precisa é de trabalho, comida, teto e livro, não de armas. 

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O PT fez um levantamento que é assustador, mesmo levando em conta os altíssimos níveis de violência política da história brasileira. Desde o assassinato da vereadora Marielle Franco, no Rio de Janeiro, em 14 de março de 2018, passando pelo atentado a tiros contra a caravana de Lula e as agressões a jornalistas que investigam e denunciam os crimes do governo Bolsonaro. Tivemos quatros dos mais terríveis anos da história do Brasil. Isso para não falar no aumento da intolerância e violência contra mulheres, negros, LGBTQIA+. Essa verdadeira tragédia anunciada tem uma explicação: Bolsonaro estimula o que há de pior no ser humano, desvalorizando a empatia e o diálogo em prol de uma postura opressiva e violenta, típicas do fascismo. Prova disso é outro número que preocupa: houve um aumento de 270% de grupos neonazistas no Brasil, conhecidos pela violência extrema. 

Por tudo isso, podemos afirmar: o aumento da violência é resultado direto das ações do governo Bolsonaro que, não satisfeito em promover o desemprego, carestia, fome e a pobreza, ainda pratica e usa a violência como método de intimidar os adversários, apoiando os clubes de tiros e grupos milicianos. Sabemos que o fascismo é autoritário, violento e tenta impor medo, mas não podemos nos intimidar. É exatamente isso o que eles querem. 

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A CMP defende que a sociedade civil democrática, os movimentos populares e as autoridades combatam de forma implacável esta violência política, com muita luta na rua. Sabemos que, historicamente, o fascismo foi derrotado com movimentos de massa em defesa dos direitos e da democracia, e somente avançando em nosso grau de organização e capacidade de mobilização vamos derrotar eleitoralmente Bolsonaro e politicamente o fascismo. Que todos os que se opõem à violência e defendem a paz e eleições livres e democráticas, e não só a pré-campanha do presidente Lula, possam se manifestar nas ruas e nas redes. É preciso ter coragem, sem cair em provocação, não se intimidar com esses atos de violência e continuar o processo de mobilização permanente para derrotar Bolsonaro e abrir caminho para derrotar o fascismo.

Quanto mais gente na rua, melhor, por isso desde já convidamos a todas e todos para se somar na organização dos comitês populares de luta e brigadas de agitação e propaganda. Vamos nos reunir nos bairros, nas favelas, nos locais de trabalho, escolas, enfim, nos espaços em que o povo brasileiro vive e participa, para debater o futuro de paz e efetivação de direitos que tanto almejamos para nosso país. Do andar de cima, das nossas classes dominantes, só vem violência e exclusão. Por isso, devemos dar a resposta desde baixo: somente milhões de brasileiros e brasileiras, mobilizados em defesa de um projeto democrático-popular para o país vai mudar essa triste história de exploração e opressão. 

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Sabemos que a violência seguirá e esses atos estão longe de ser isolados, pois essa é a forma histórica que nossas elites lidam com o povo e impõe seus interesses particulares. O fascismo de Bolsonaro faz parte do projeto ultraneoliberal de destruição do país patrocinado pelo capital e representado pelo atual governo. Por isso temos sim que tomar cuidado, mas ao mesmo tempo mostrar que a força popular e a democracia se sobrepõem a qualquer ameaça e violência. Foi assim que o povo brasileiro avançou historicamente em suas conquistas, sendo a mais recente a luta contra a violência da Ditadura Militar. O aprendizado histórico da classe trabalhadora mostra que mobilização pela paz, democracia e direitos é o melhor remédio para se combater todas as formas de violência. Então vamos em frente, de cabeça erguida, eleger Lula e derrotar o fascismo.

Marcelo Arruda e todas as vítimas da violência sofrida pelo desemprego, Covid-19, fome, grupos milicianos, presentes!

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