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Leo de Brito

Deputado federal pelo PT/AC

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Não confundam análises com desejos

Com apoio da poderosa oligarquia midiática, de setores do Judiciário e do Congresso conservadores, as urnas deram um recado para os partidos de esquerda, mas não sua sentença

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Logo após o resultado das urnas neste domingo, 30 de outubro, quando se elegeram em segundo turno os prefeitos de 55 cidades brasileiras, os jornais hegemônicos do país voltaram a fazer as mesmas avaliações ensaiadas na primeira etapa do processo eleitoral: “O PT acabou”, “o PSDB cresceu”, “o PMDB continua grande”.

Tentaram mesmo - pasmem - fazer desses resultados um alicerce para a legitimação do golpe parlamentar de 2016, quando uma presidenta eleita com mais de 54 milhões de votos foi destituída, sem base legal, através de eleição indireta. A história não absolverá os golpistas.

Com apoio da poderosa oligarquia midiática, de setores do Judiciário e do Congresso conservadores, as urnas deram um recado para os partidos de esquerda, mas não sua sentença. Óbvio que teremos que fazer uma profunda reflexão acerca do resultado.Mas a morte não nos cai bem.

O partido vitorioso, na verdade, foi o da "antipolítica", representada por candidatos sem expressão popular e pelo grande número registrado de abstenções, votos nulos e brancos.

Outro fator que culminou na ascensão da direita nas urnas se deu pela crise econômica, que cortou empregos e que tirou do povo perspectivas de progresso social como as que vínhamos conquistando. Creio, portanto, que não teremos no Brasil uma "onda conservadora" duradoura, uma vez que os desmandos e o descaso com o povo por parte do governo ilegítimo de Michel Temer (PMDB) fortalecerão ainda mais a desigualdade e reacenderão no povo um sentimento de "éramos felizes e não sabíamos".

Ainda pensando em resultados de eleições municipais, o PMDB sempre teve desempenhos expressivos em pleitos, liderando o ranking de prefeituras pelo país, e nem por isso conquistou a Presidência da República de forma direta e republicana.

Daqui a dois anos, no entanto, o Brasil escolherá o programa de governo que realmente interessa aos anseios da população brasileira, e se não for impedido pela ação orquestrada de setores do Judiciário atuando junto a uma certa midia, Lula pode crescer ainda mais nas pesquisas de intenção de voto – como revelaram recentemente as pesquisas Vox Populi para 2018. Quanto mais a crise se acentuar, mais a saudade de Lula crescerá.

Neste momento, o que será levado em conta é a impopularidade de Temer, o golpismo do PSDB, as dificuldades que todos amargarão com a aplicação da PEC 241 e do PLP 257, a reforma da Previdência e cortes na Educação e Saúde, além da lembrança dos avanços conquistados pelos governos petistas de Lula e Dilma.

Por tudo isso, o discurso do "fim da legenda do PT" é o que se chama de “pensamento desejoso”, mas está longe de ser uma realidade.

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