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Denise Assis

Jornalista e mestra em Comunicação pela UFJF. Trabalhou nos principais veículos, tais como: O Globo; Jornal do Brasil; Veja; Isto É e o Dia. Ex-assessora da presidência do BNDES, pesquisadora da Comissão Nacional da Verdade e CEV-Rio, autora de "Propaganda e cinema a serviço do golpe - 1962/1964" , "Imaculada" e "Claudio Guerra: Matar e Queimar".

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Não consigo respirar

"Não consigo respirar porque na cadeira de presidente está alguém que aperta o pescoço de uma nação inteira, com o seu fascismo desmedido", escreve a jornalista Denise Assis, do Jornalistas pela Democracia

(Foto: Divulgação)
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Por Denise Assis, para o Jornalistas pela Democracia 

Não consigo respirar, porque a imagem da morte de George Floyd sendo asfixiado por um policial branco, não sai da minha mente.

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Não consigo respirar porque as cenas da violência de domingo, na Avenida Paulista e em frente ao Palácio Guanabara, no Rio de Janeiro, trazem até mim o gás das bombas que asfixiam os manifestantes e a indignação fecha a minha garganta.

Não consigo respirar ao constatar que no ano passado foram registradas mortes de 5.804 pessoas, no país, por policiais. (Fonte: Monitor da Violência)

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Não consigo respirar pensando na agonia das mais de 30 mil vítimas pelo coronavírus, que morrem “afogados no seco” por falta do ar que poderia vir dos respiradores, mas o governo não providencia.

Não consigo respirar ao ouvir as frases desrespeitosas ditas a cada manhã por quem deveria consolar o país, sob um luto sem fim.

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Não consigo respirar porque o general a postos para substituir àquele que nos ameaça, tem o mesmo tom autoritário do titular, embora use uma estranha “delicadeza”.

Não consigo respirar ao atestar que homens e mulheres seguem trabalhando sem proteção, no Brasil, porque a economia é mais importante do que as suas vidas.

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Não consigo respirar quando vejo a precariedade das ambulâncias rodando com pacientes em busca de vagas em hospitais públicos lotados, enquanto sobram leitos em hospitais privados e bem equipados, mas que não são para o “bico” dos que agonizam.

Não consigo respirar porque as verbas que poderiam salvar vidas são vetadas e represadas em nome de uma burocracia hesitante, que prioriza regras, e não vida.

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Não consigo respirar porque a fumaça exalada das queimadas da Amazônia, me sufocam, enquanto os colegas “se distraem” – nas palavras de Ricardo Salles – contabilizando mortes de pessoas que morreriam um dia, mesmo. “E daí?”

Não consigo respirar, em suspense sobre o próximo passo dos generais que dão as cartas em Brasília.

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Não consigo respirar porque na cadeira de presidente está alguém que aperta o pescoço de uma nação inteira, com o seu fascismo desmedido.

Hoje eu não consigo respirar, mas estou tomando fôlego para gritar bem forte, da minha janela: fora Bolsonaro!

*(No título, a apropriação da frase de George Floyd, em sua agonia, é uma homenagem a todas as vítimas do preconceito e da violência. Aqui e em todo o mundo).

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