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Giulia Rosa

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Não é só pelos sete a um

Tudo aquilo que se fazia presente em junho do ano passado ainda se faz em junho deste ano com este agravante - não vai ter hexa e as eleições são logo ali

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"Não é só por vinte centavos" era o mote principal das manifestações de junho do ano passado. Esse mote, aparentemente tão simples, abarcava uma série de reivindicações e frustrações da sociedade brasileira, a um ano de sediar um grande evento esportivo. Críticas foram feitas de que as reivindicações eram difusas e de que os diferentes grupos que participavam das manifestações não tinham coerência entre si. A esquerda e a direita viam-se unidas em um só bloco, o bloco do "sou contra", mantendo suas diferenças históricas apenas em algumas questões polêmicas pontuais. A intolerância apartidária se instalava e causava nos espíritos mais sensíveis um temor de um retorno do fascismo que, embora morto, ainda fede (estaria morto mesmo?). Outra frase que muito se ouvia, com certa dose de bom-humor, era "imagina na Copa".

Pois é, tanto imaginamos.

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Um ano se passou e agora cá estamos.

Não precisamos mais imaginar.

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E no último dia 8, histórico por si só, sofremos a maior goleada da história das Copas. E o pior - em casa. Nossa casa, aquela que há um ano constatávamos carecer de hospitais padrão Fifa, escolas padrão Fifa, transporte público de qualidade, entre infindos desajustes de nosso sistema. Ao mesmo tempo víamos milhões serem investidos em estádios para sediar a Copa que agora presenciamos. Ao mesmo tempo escândalos de corrupção pipocavam por todos os lados. Ao mesmo tempo estávamos a um ano também de eleger o/a Presidente da República. Escolher entre situação e oposição. Ao mesmo tempo os canais de diálogo da nossa democracia precisavam ser repensados. A representatividade no atual contexto da nossa democracia precisava ser repensada. A imprensa sensacionalista alarmava o fracasso total da Copa. Ganhamos os holofotes da imprensa internacional.

Brazil's riots.

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Strikes.

An year to hosting the World Cup.

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Greves.

Grupo de vândalos.

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Minoria que não representa o movimento.

Mais greves.

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E cá estamos agora. Nossa casa, apesar dos pesares, está "apresentável" para a Copa. A Copa não foi um fracasso como vozes apocalípticas previam. Pelo contrário, o Brasil se saiu bem àquilo que se prestou. Pra inglês ver - vociferarão alguns (pode ser, mas é inconteste que inglês viu e inglês aprovou). Víamos brilho nos olhos dos brasileiros e algumas centelhas do orgulho perdido. E toda essa empolgação se perdeu com a goleada sofrida contra a Alemanha.

Foi um baque.

Não foi só a contusão do Neymar. Não foi só a frustração do hexa não alcançado. Não foi só o sete a um. Toda aquela frustração que inundou as ruas em junho de 2013 parece ter voltado ao Mineirão acumulada agora em junho de 2014. Parece ter voltado às televisões e rádios que transmitiam fervorosamente a semifinal contra a Alemanha.

Agora faça um favor - leia isso desde o início e troque o pretérito imperfeito pelo presente-ainda-imperfeito. Tudo aquilo que se fazia presente em junho do ano passado ainda se faz em junho deste ano com este agravante - não vai ter hexa e as eleições são logo ali.

Viu? Não é só pelos sete a um.

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