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Miguel Paiva

Miguel Paiva é chargista e jornalista, criador de vários personagens e hoje faz parte do coletivo Jornalistas Pela Democracia

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Não podemos esquecer

Viraríamos uma espécie de feudo dessa gente que acabaria transformando o Brasil numa fazenda produtora de mentiras e uma riqueza infinita para quem a apoiasse

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Por Miguel Paiva, para o 247

Começamos pelo presidente Lula mantido preso por uma artimanha do ex-juiz ladrão. Depois, o povo reunido após o resultado na Barra da Tijuca na frente do condomínio onde ele mora. Só gente branca, bem vestida, heterossexual na sua maioria e muita gritaria. Nenhuma canção cantada. Em seguida, a cerimônia no interior da casa com o ex- senador Magno Malta comandando uma oração de agradecimento e as pessoas em volta. Que vergonha da cena. Aí veio o trauma que ficou em todos nós. A sensação de desespero que nos tomou e a perspectiva dos 4 anos que viriam pela frente. A escolha dos ministros nem me lembro direito porque eram todos pessoas desconhecidas, saídas de que porão eu não sei. Transição não houve. Era passar o bastão como numa corrida de revezamento que começou no golpe que tirou a Presidenta Dilma.

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Temer fez questão de facilitar as coisas no dia da posse, depois do desfile ridículo com Carluxo na carona do Rolls-Royce presidencial. Passou a faixa e se retirou para o lixo da História. Ainda apareceu algumas vezes para confirmar que seu destino deveria ser aquele mesmo. E começou então a sucessão de barbaridades que passo a elencar aqui sem compromisso de ordem ou lógica como foi, aliás, o governo que passou.

Decretos e mais decretos tentando desmontar tudo aquilo que a duras penas tinha sido erguido para alavancar o país no chamado mundo ocidental desenvolvido. O Brasil foi saindo de cena devagarinho e o mundo olhava abismado para o que acontecia aqui. Parece que o grande decreto dizia nas entrelinhas que estava liberada a falta de pudor, a violência e o fascismo. O caminho ficou mais fácil. Ninguém mais tinha vergonha de ser de extrema direita. O mercado parecia em êxtase. Paulo Guedes apesar de não ser nem para o Mercado uma pessoa confiável recebia todos os reconhecimentos.

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O ministério do exterior nos envergonhava diante do mundo. O do meio Ambiente era ainda pior. Começou a vender madeira ilegal por conta própria e no passar da boiada revelado naquela reunião fatídica de ....deu início ao processo de espoliação das nossas matas, florestas e reservas. A educação virou a casa da mãe Joana. O trabalho virou secretaria e a saúde encontrou no meio do caminho que iria facilitar ainda mais a vida dos planos de saúde, a pandemia da Covid- 19 que mudou a história não só do Brasil, como do mundo inteiro.

Aqui ele debochou, fez pouco caso, adiou a compra de vacinas e foi responsabilizado pela morte de mais de 200 mil pessoas entre as 700 mil que morreram. Foi negacionista, vendedor de Cloroquina e contrário ao uso de máscara ou isolamento social. Imitou quem morria sufocado e acirrou a luta por um pouco de oxigênio que assolava Manaus.

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Daí pra frente foi um festival de desgraças e fracassos. A economia, como não podia deixar de ser, parou. O trabalho virou um salve-se quem puder no maior processo de uberização que este país já viu. Sindicatos fecharam e a negociação ficou nas mãos dos patrões. A Previdência tirou o dinheiro dos mais pobres e transformou a aposentadoria numa esmola dada de favor. O auxílio emergencial que deveria vir para ajudar na pandemia foi distribuído com endereço certo e o pouco que foi parar nas mãos de quem precisa, usado como moeda eleitoreira. A violência virou linguagem, as armas foram liberadas e nas eleições nem o dinheiro jorrado nos candidatos da situação e na organização das fake news adiantou. Apesar de tudo isso ele perdeu. Tentou contestar, ameaçou dar golpe desde muito tempo antes do voto, fez cara feia, ficou ridicularizado no mundo e aqui  teve que se isolar no palácio em depressão profunda que demonstra sua total falta de recurso político.

Mas escapamos de boa. Escapamos de ter um STF aos poucos trabalhando para legitimar a falta da democracia, uma política ambiental predadora e comercial, um mercado também ameaçado por uma política incerta e burra, uma saúde dedicada a matar o povo, uma condição social que chegaria a números tremendos de fome e desemprego. Esse seria o país da meritocracia, do desrespeito às diferenças, da violência de gênero, da militarização das escolas e do achatamento da cultura e da educação. Viraríamos uma espécie de feudo dessa gente que acabaria transformando o Brasil numa imensa fazenda produtora de mentiras, falsos números e uma riqueza infinita para quem a apoiasse. Escapamos de boa, repito e não podemos esquecer o que passamos. Viva os novos tempos.

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