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Alex Saratt

Alex Saratt, professor de História nas redes públicas municipal e estadual em Taquara/RS e dirigente sindical do Cpers/Sindicato.

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"Não sou coveiro. E daí?"

As repetidas declarações necrófilas de Bolsonaro já se inscreveram como uma mancha de sujeira e vergonha nos anais da História. Resta reagir, elevar o tom da crítica, denúncia e combate

Jair Bolsonaro (Foto: REUTERS/Adriano Machado)
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Não se preocupem: a montagem que dá título ao texto é intencional e assumida, não pretende em nenhum momento manipular informações através de edições marotas. Trata-se apenas de dois singelos momentos em que o Presidente da República quando confrontado com os dados da pandemia do Corona Vírus no país, especialmente com as mortes, desprezou a dor e o sofrimento humanos usando a linha discursiva repugnante e hipocritamente resignada de que “todo mundo vai morrer um dia”.

Mais preocupado em sepultar a Democracia para realizar seu projeto de poder corrupto, ganancioso e brutal, Jair , que usou com lustro oportunista seu segundo nome, Messias, para atrair votos e fiéis à causa tresloucada do fascismo tupiniquim redivivo, “faz piada pra plateia aplaudir”. É capaz de solidarizar a humoristas escroques ou cantores sertanejos chinfrins, mas não consegue sequer derramar uma lágrima de crocodilo para simular alguma empatia com seu próprio povo.

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Inspirado em Trump e nos tempos em que o absurdo ganhou forma e caráter de naturalidade, Bolsonaro mantém firme a narrativa de que as milhares de mortes serão um dano colateral menor frente à “catástrofe” da paralisia da economia. A ausência completa de qualquer traço de empatia, solidariedade e responsabilidade há muito já ultrapassou o pitoresco ou o excêntrico, virou a cara da necropolítica em patamares genocidas.

Pergunta-se: e as FFAA, em particular o Exército “braço forte, mão amiga”, como se comportará diante de tamanho disparate que açoita seus compatriotas? Mourão endossará tais declarações? E as igrejas neopentecostais, outro palanque forte de apoio ao Presidente, irão ainda professar aos seus seguidores que ele age conforme desígnios de Deus? O flagelo por qual passa a população – na sua maioria pobre e trabalhadora, impossibilitada de cumprir o isolamento por razões de sobrevivência – não passaria de uma provação e castigo ou é mesmo um ato cruel de desrespeito à vida?

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As repetidas declarações necrófilas de Bolsonaro já se inscreveram como uma mancha de sujeira e vergonha nos anais da História. Resta reagir, elevar o tom da crítica, denúncia e combate. A inviabilidade das ruas impede que a Esquerda lute num terreno tão seu, onde mesmo defensiva e em desvantagem, agigantou-se e fez toda a diferença, influenciando nos rumos políticos do Brasil.

Refém das conjecturas, a Esquerda (talvez melhor definidas no plural, dada a sua diversidade de posições e falta de unidade) precisa responder objetiva e concretamente ao cenário de horror humanitário e falência democrática. Combinar e trançar suas distintas linhas de atuação (impeachment, salvação nacional, etc) e torná-las amplas a ponto de colocar num só campo unificado todos os que se opõe e repudiam esse verdadeiro crime contra o povo brasileiro.

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