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Miguel do Rosário

Jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje

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Nassif desmascara vampirismo do Uol por verbas públicas

O esforço de Fernando Rodrigues para defender que a publicidade federal fique apenas em grandes portais, cuja audiência é inflada por sites pornográficos, é acintosamente antidemocrático

O esforço de Fernando Rodrigues para defender que a publicidade federal fique apenas em grandes portais, cuja audiência é inflada por sites pornográficos, é acintosamente antidemocrático (Foto: Miguel do Rosário)

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Eu já escrevi sobre o tema. Agora o Nassif tampou o caixão.

O esforço de Fernando Rodrigues para defender que a publicidade federal fique apenas em grandes portais, cuja audiência é inflada por sites pornográficos, é acintosamente antidemocrático.

Ainda mais depois que ficou claro, em reportagem feita pelo próprio Rodrigues, que a grande mídia fica com a maior parte das verbas federais.

Volto a perguntar: como foi mesmo que a mídia brasileira construiu sua audiência?

Foi apenas com competência, ou foi também com ditadura, verba pública e monopólio?

***

Fernando Rodrigues, a miséria do jornalismo investigativo

Por Luis Nassif, no Jornal GGN.

QUI, 02/07/2015 – 20:47
ATUALIZADO EM 02/07/2015 – 21:13

Fernando Rodrigues sempre foi um repórter sem discernimento. No longo período em que integrei o Conselho Editorial da Folha, nunca foi tratado a sério pelos conselheiros. Destacava-se pela disponibilidade em aceitar missões obscuras e em fazer o jogo de algumas das piores fontes da República, como o ex-senador Gilberto Miranda e Paulo Maluf.

No jornalismo, sua arte sempre consistiu na manipulação primária de dados, no chamado esquentamento de notícias. Sua falta de coragem e de fôlego ficaram nítidas no episódio Swissleaks, em que precisou recorrer a repórteres de O Globo para salvar a cara, incapaz de um mínimo de discernimento sobre o tom aceitável pelas empresas para a tática de mostrar um pedaço para esconder o todo.

No seu levantamento anterior sobre publicidade nos blogs, por exemplo, para conseguir um número tonitruante somou 12 anos de publicidade, enveredando até pelo governo FHC.

Agora vale-se das mesmas jogadas maliciosas para comparar audiências.

As empresas que anunciam em blogs são aquelas que procuram consumidores qualificados, maiores, bancarizados e formadores de opinião. A publicidade é negociada com elas. O máximo que a Secom faz é não impedir a publicidade. A verba administrada diretamente pela Secom jamais contemplou blogs ou jornais independentes.

Os leitores de blogs políticos – de esquerda ou direita – formam a nata do público perseguido por esses anunciantes. Se a mera audiência fosse o critério principal, os veículos de maior publicidade estatal não seriam a Folha, Estadão, Globo e Veja, mas o Extra e outros jornais sensacionalistas.

Ao comparar a publicidade por visitante único de portais, Rodrigues recorre à mesma manipulação primária anterior, deixando de lado a chamada audiência turbinada, sites sem nenhuma relevância (como sites pornográficos), que acrescentam audiência e diminuem a qualificação dos grandes portais.

Portais como a UOL turbinam a audiência abrigando sites pornográficos, salas de bate-papo (cujo maior atrativo, depois do aparecimento das redes sociais, é a pornografia anônima), espaço de e-mail e jornalismo.

A publicidade de cada blog ou portal tem o mesmo preço por mil dos portais genéricos, incluindo os visitantes da pornografia, com a vantagem de ter um público muito mais qualificado.

Além disso, a pouca frequência de patrocinadores privados em blogs e jornais independentes se deve ao uso do BV (bônus de veiculação) e, em alguns casos, a ameaças explícitas de retaliação por parte de veículos como a Veja.

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