Navalha na alma
Navalha na carne. Do pobre, da mulher, do negro, do índio, do viado. Quando virá o dia. Em que a nossa Pátria. Nosso berço esplendente. Poderá dessa gente. Vil e decadente. Se libertar?
O Brasil
Tornou-se essa puta
Linda, formosa
Que tem para si
Seu cafetão
O chamam, capitão
A nossa pátria mãe gentil
Berço dos índios
Vestida de céu e matas
Dona de infinita grandeza
É todos os dias
Violada
Espancada
Humilhada
Currada
Servil a
Estes que aí
Estão
Filhos e capitão
Por conta
De um gado
Obediente
Que veste
Verde e amarelo
Vocifera
Traz ódio entre dentes
A pátria-puta
Chora
Quase na sarjeta
Envelhece
A cada dia
Pelos golpes
Que lhe dão
Salles, Guedes e presidente
Todos Vado
A sugar
Neusa Sueli
Navalha na alma
Do brasileiro
Navalha na carne
Do pobre, da mulher, do negro, do índio, do viado.
Quando virá o dia
Em que a nossa Pátria
Nosso berço esplendente
Poderá dessa gente
Vil e decadente
Se libertar?
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

