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João Estevam Lima de Almeida

Mestre em Arqueologia Clássica MAE/USP

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Navalha na alma

Navalha na carne. Do pobre, da mulher, do negro, do índio, do viado. Quando virá o dia. Em que a nossa Pátria. Nosso berço esplendente. Poderá dessa gente. Vil e decadente. Se libertar?

O Brasil

Tornou-se essa puta

Linda, formosa 

Que tem para si

Seu cafetão

O chamam, capitão

A nossa pátria mãe gentil

Berço dos índios 

Vestida de céu e matas

Dona de infinita grandeza

É todos os dias 

Violada

Espancada 

Humilhada

Currada 

Servil a

Estes que aí 

Estão

Filhos e capitão

Por conta 

De um gado 

Obediente

Que veste

Verde e amarelo

Vocifera

Traz ódio entre dentes

 A pátria-puta

Chora 

Quase na sarjeta

Envelhece

A cada dia

Pelos golpes

Que lhe dão

Salles, Guedes e presidente

Todos Vado

A sugar

Neusa Sueli

Navalha na alma 

Do brasileiro

Navalha na carne

Do pobre, da mulher, do negro, do índio, do viado.

Quando virá o dia

Em que a nossa Pátria 

Nosso berço esplendente

Poderá dessa gente 

Vil e decadente

Se libertar?

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.