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Pedro Paiva

Jornalista, mora em Nova York. Foi produtor e repórter do América News, jornal do canal internacional da Globo feito para a comunidade brasileiros nos Estados Unidos. É colaborador da Revista Híbrida e da USBRTV nos Estados Unidos. Acompanha a política estadunidense e outros temas importantes do país

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Nem Biden, nem Trump

Os eleitores americanos se preparam para uma eleição bem menos esperançosa e bem mais pragmática

(Foto: Reuters)
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Uma pesquisa feita recentemente pela NBC mostrou que apenas 5% dos eleitores americanos querem, em 2024, um repeteco de 2020, ou seja, uma eleição entre Joe Biden e Donald Trump. Com a confirmação de que o atual presidente concorrerá à reeleição no ano que vem, esse se torna a cada dia o cenário mais provável.

A última vez que os Estados Unidos viram uma eleição com candidatos repetidos foi em 1956, quando o então presidente republicano Dwight Eisenhower derrotou pela segunda vez o democrata, e ex-governador de Illinois, Adlai Stevenson. A grande diferença da eleição dos anos 1950 para a de hoje, porém, é que Eisenhower contava com uma grande popularidade, o que não é caso de Biden - muito menos de Trump.

Segundo as pesquisas, a eleição de 2024 vai ser mais sobre quem os americanos não querem na Casa Branca do que sobre quem eles de fato querem. De acordo com o compilado de levantamentos organizado pelo site FiveThirtyEight, 57,9% dos eleitores nos Estados Unidos desaprovam Donald Trump. Biden está um pouco melhor, mas ainda assim há mais gente que desaprova do que aprova o presidente: 52,7% contra 42,6%.

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Ambos são favoritos nas disputas das prévias dos seus partidos, mas, ao mesmo tempo, segundo a pesquisa da NBC, são indesejados pela maioria do país. No caso do Trump, 60% dos americanos preferiam que ele não fosse candidato, inclusive 1/3 do eleitorado do seu próprio partido. Já no caso de Biden, 70% acham que ele deveria ficar de fora da corrida e, dentre eleitores democratas, 51% compartilham essa opinião. O principal motivo apresentado contra a candidatura de Biden seria sua idade - o presidente tem hoje 80 anos - mas ainda assim 88% dos democratas dizem que votarão nele caso seja, de fato, escolhido pelo partido.

O repeteco, porém, ao que tudo indica, acontecerá. Trump aparece com 51,1% na média das pesquisas das prévias republicanas. Ron De Santis, que ainda não declarou sua candidatura mas que deve fazer isso em maio, aparece em um distante segundo lugar com 23,8%. No caso dos democratas, nem sequer há qualquer disputa real. Nunca na história moderna dos Estados Unidos um presidente em exercício perdeu as prévias do seu partido. A última vez que um presidente foi negado a concorrer à reeleição foi em 1856, quando os democratas não permitiram a candidatura do então presidente Franklin Pierce. Vale ressaltar que isso foi antes mesmo do surgimento das prévias como às conhecemos hoje.

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As pesquisas, é claro, dão gás sobretudo aos adversários de Trump. É possível que a disputa pela vaga do partido Republicano fique mais acirrada. Vale lembrar, porém, que o ex-presidente tem muito poder dentro do partido e, sobretudo, na base cada vez mais conservadora dos eleitores da legenda. Em uma eleição sobre rejeições, os democratas certamente preferem disputar contra Donald Trump. De um jeito ou de outro, 15 anos após a “esperança” ser o mote da campanha eleitoral que levou Obama à presidência, os eleitores americanos se preparam para uma eleição bem menos esperançosa e bem mais pragmática.

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