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Maria Luiza Franco Busse

Jornalista há 47 anos e Semiologa. Professora Universitária aposentada. Graduada em História, Mestre e Doutora em Semiologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, com dissertação sobre texto jornalístico e tese sobre a China. Pós-doutora em Comunicação e Cultura, também pela UFRJ,com trabalho sobre comunicação e política na China

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Neném Prancha vem aí

Queiroz foi preso. Trata-se da detenção do homem operador e arquivo dos empreendimentos marginais da Família que ocupa a presidência da República. Para nós, então, ficam as perguntas: quem vai botar a bola no chão? E quando? Com a palavra, Neném Prancha, amigo do Sobrenatural de Almeida

Queiroz foi preso. Trata-se da detenção do homem operador e arquivo dos empreendimentos marginais da Família que ocupa a presidência da República. Os sinais estavam dados. O PSDB comunica que a Frente Ampla do #estamosjuntos não é Fora Bolsonaro. Sem reservas, os liberais pedem calma e recomendam esperar até 2022 certos de disputar nas urnas os escombros de um Brasil devastado pela pandemia e pela brutal desigualdade aprofundada pela economia falida estampada nos milhares de desempregados, famélicos e indigentes que sobreviverem.

O ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, se encontra com o Comandante do Exército Brasileiro, Edson Leal Pujol, o general que usou o cotovelo para cumprimentar seu chefe supremo, gesto que desagradou o genocida que ignora a virulência do Covid-19 que já matou cerca de 47 mil brasileiros, até o momento, propagando que tudo não passa de armação comunista com o objetivo de impedi-lo de governar para tomar o poder.

Ainda sobre a atuação do Supremo, em primeira sessão do colegiado, 8 dos 11 ministros votam a favor da validade e pela continuidade do inquérito que investiga as fake news que implicam de forma direta os militantes da base de apoio do presidente-nazista produzindo notícias falsas de calúnia, difamação e ameaças contra os membros do STF comprometendo a independência dos poderes e atentando contra a Constituição, a democracia e o Estado de direito. Para não deixar dúvidas sobre a legalidade do encaminhamento, o relator do projeto e alvo primeiro dos ataques, ministro Alexandre de Moraes, apresentou algumas  provas colhidas nas redes sociais: _”. Que estuprem e matem as filhas dos ordinários ministros do STF'. Em nenhum lugar do mundo isso é liberdade de expressão. Isso é bandidagem, criminalidade”.; “Quanto custa atirar à queima roupa nas costas de cada filho da p. de ministro do STF que queira acabar com a prisão em segunda instância. Se acabar com a segunda instância, só nos basta jogar combustível e tocar fogo do plenário com os ministros dentro. Onde está aqui a liberdade de expressão? ”; “Já temos em poder armas e munição de grosso calibre. Esconda seus filhos e parentes bem escondido na Europa, porque aqui não vai ter onde se esconder. Faremos um tribunal em praça pública com direito ao fuzilamento de todos os parasitas e vagabundos estatais. ”.

Por último, mas não por fim, vem o que parece ser a senha. Em vídeo conferência com industriais de Goiás, o vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, com expressão tranquila temperada com pitada de ironia, comenta o momento da corda esticada que está fissionando o país e que vale a pena reproduzir: ­_“Temos que fazer nosso dever de casa aqui, porque se coloca a imagem de que o país vive uma instabilidade institucional. Eu me recuso a dizer que há uma instabilidade institucional. Aqui, nós temos muito mais instabilidade emocional do que institucional. As instituições estão aí, funcionando, todo mundo dando seu pitaco. Agora, as emoções, muitas vezes, vão à flor da pele, palavras saem e voltam. Palavra que sai da boca não volta mais, e aí a turma tem que buscar amenizar isso aí, usando a velha filosofia do grande Neném Prancha: vamos botar a bola no chão, né? Afinal de contas, a bola é de couro, o couro vem da vaca e a vaca come grama. Então, bola no chão”.

Para nós, então, ficam as perguntas: quem vai botar a bola no chão? E quando?  Com a palavra, Neném Prancha, amigo do Sobrenatural de Almeida.

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.