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Pedro Paiva

Jornalista, mora em Nova York. Foi produtor e repórter do América News, jornal do canal internacional da Globo feito para a comunidade brasileiros nos Estados Unidos. É colaborador da Revista Híbrida e da USBRTV nos Estados Unidos. Acompanha a política estadunidense e outros temas importantes do país

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Neonazistas se manifestam livremente na Flórida

"Antes da Marcha do Blood Tribe, outro grupo menor, de aproximadamente 10 pessoas, marchou em frente à Disney", relata o correspondente nos EUA Pedro Paiva

Neonazistas são confrontados durante protesto no estado da Flórida, EUA 2/9/23 (Foto: Marco Bello/Reuters)

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No sábado, um grupo neo-nazista de aproximadamente 25 pessoas se manifestou em Orlando, na Flórida. Essa não é a primeira vez que um grupo de extrema-direita carregando suásticas marcha pela cidade. A Disney, que possui parques temáticos na região, vem sendo alvo de ataques após uma disputa pública contra o governador Ron DeSantis em relação às novas leis do estado que atacam os direitos de pessoas LGBTQIAPN+.

Os membros do grupo, chamado Blood Tribe (Tribo de Sangue, em português), vestiam camisetas vermelhas. O líder, Christopher Pohlhaus, um ex-oficial da Marinha e ex-tatuador, tinha um colete preto e um colar com uma suástica. O Blood Tribe é composto exclusivamente por homens brancos.

Questionados por jornalistas que foram ao local se eram apoiadores de Ron DeSantis, membros do grupo gritaram “foda-se Ron DeSantis”. O Blood Tribe é conhecido por ser um dos grupos mais extremos de todos, constantemente fazendo críticas a outros grupos de extrema-direita, como o Proud Boys, que participou da invasão do Capitólio, por não serem “radicais o suficiente”.

Desde 2021 o Blood Tribe se tornou um grupo de filiação, e o processo seletivo de novos membros é longo. Eles afirmam possuir 7 regionais nos Estados Unidos e 2 no Canadá. Apenas os membros mais devotos são chamados para manifestações presenciais como a que aconteceu no fim de semana na Flórida.

Assim como acontece com outras agremiações de extrema-direita e supremacistas brancas nos EUA, as principais manifestações do grupo têm ligação com ataques à comunidade LGBTQIAPN+. Tudo isso, claro, de forma absurda, protegido pela Primeira Emenda da Constituição, que garante a “liberdade de expressão”.

Em março deste ano, o Blood Tribe participou de uma manifestação em Ohio contra uma contação de história para crianças feita por uma Drag Queen. Em um dos cartazes lia-se “haverá sangue”. Em abril, também em Ohio, outra manifestação aconteceu, desta vez contra um show de drag para adultos. O cartaz ameaçador também estava presente.

Antes da Marcha do Blood Tribe, outro grupo menor, de aproximadamente 10 pessoas, marchou em frente à Disney. Chamados “Ordem do Sol Negro”, o grupo destruiu uma bandeira do arco-íris e tremulava outra de Ron DeSantis. Aos jornalistas, um neo-nazista criticou Trump afirmando que “ele casou todos os seus filhos com judeus”.

Donald Trump e Ron DeSantis são apenas a ponta do iceberg. O que há por baixo pode ser muito pior.

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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