Ninguém tira o trono de estudar!
A inclusão social e educacional que passaram a ter pela primeira vez em nossa história se deu nos governos de Lula e Dilma, com o investimento maciço em educação e na aprovação da política de cotas. É isso que Bolsonaro quer acabar e é em defesa do direito sagrado à educação que se luta nas ruas
O direito de estudar, algo bem simples de se entender, é o que estava por trás das manifestações do dia 15 de maio, que reuniram dois milhões de estudantes, professores e pesquisadores em 22 cidades do país.
Apenas dois dias antes a história oficial relembrava a data da Abolição, que jogou na rua os negros escravizados sem nenhuma condição de sobrevivência. Surge daí a população socialmente excluída que vive nas favelas, periferias e nos rincões do Brasil, sem-terra, sem trabalho e sem acesso à educação.
A inclusão social e educacional que passaram a ter pela primeira vez em nossa história se deu nos governos de Lula e Dilma, com o investimento maciço em educação e na aprovação da política de cotas. É isso que Bolsonaro quer acabar e é em defesa do direito sagrado à educação que se luta nas ruas.
No último dia 30 de abril, o governo Bolsonaro confirmou o corte na casa de 30% do orçamento das universidades federais e que também atingiu o Colégio Pedro II e os Institutos Federais (IF). É impossível não fazermos a comparação entre a visão de sociedade de Bolsonaro e dos governos Lula e Dilma. Estes governavam superando as limitações políticas e orçamentárias para garantir a inclusão social e educacional da população pobre e discriminada, vendo o pobre como solução e não como problema, como é o caso de Bolsonaro.
Nesse período vimos os investimentos na educação aumentarem em cinco vezes, saltando de R$ 18,1 bilhões para R$ 100 bilhões. Ao lado disso o governo de então criava políticas de geração de emprego, distribuição de renda e aumento real do salário mínimo. Era a visão de sociedade humanista, que proporcionava no presente melhores condições de vida e ao mesmo tempo investia no futuro das novas gerações.
Foram tempos de uma verdadeira revolução se considerarmos que em uma década foi realizada a proeza de se fazer mais do que em toda a nossa história, com a construção de 173 campi universitários, 18 novas universidades, duplicando o número de matriculas, mais de 2 milhões de brasileiros e brasileiras formados pelo PROUNI, sem falar do piso salarial para os professores, ampliação da jornada escolar para 7 horas em 57 mil escolas com a oferta de atividades de educação ambiental, recreação, cultura e lazer.
Estamos falando de indicadores que contribuem não apenas com o desenvolvimento humano de nossas futuras gerações, mas também propiciam perspectivas de mundo que se contrapõem à criminalidade e dão oportunidade aos que foram relegados à margem de direitos básicos nas periferias e rincões do Brasil.
Hoje, lamentavelmente, vemos o desmonte da educação com a perseguição aos professores e a ameaça às nossas instituições de ensino enquanto se prioriza a guerra contra as comunidades. Com a falsa ideia de que a violência é o melhor instrumento para combater a criminalidade o que se busca é aumentar exponencialmente o índice de mortes de jovens negros. Não existe segurança pública mais eficiente que o investimento em educação e na geração de empregos. O que estão fazendo é um crime contra as futuras gerações de brasileiras e brasileiros.
Presenciarmos os estudantes e os professores mobilizados, com amplo apoio da sociedade, nos dá a certeza de que podemos resgatar os direitos sociais e o futuro de nosso povo. Nas ruas do país a juventude respondeu com livros a imposição do ódio e das armas como suposta solução de nossos problemas.
Lutamos por uma pátria educadora, com justiça social e soberania, uma sociedade inclusiva, que garanta oportunidades para todos e o direito a uma aposentadoria digna. Essa foi a inequívoca mensagem das ruas da gigantesca manifestação nacional dos estudantes e professores do dia 15 de maio e que nos encheu de esperança e orgulho democrático.
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