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Leônidas Mendes

Professor de História

33 artigos

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No retorno, uma explicação...

Nenhum (a) analista sério nega que o atual governo tem fortes tendências autoritárias, próximas ao fascismo, e que estas têm uma de suas principais bases de sustentação social no chamado “neopentecostalismo”

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... Ou uma confissão da angústia entre a desesperança e a resistência, pois, sendo professor de Ensino Médio e de cursinhos pré-Enem, como a maioria d@s alun@s, após sua realização, sofri uma espécie de exaustão psíquico-emocional e, por mais que tentasse, simplesmente, não conseguia a concentração necessária para escrever.

A isso se somou uma forma de prostração psicológica ante a conjuntura sociopolítica e econômica do país vez que nem nos mais terríveis pesadelos imaginei que um governo democraticamente eleito, especialmente após uma ditadura marcada pela violência e pela mediocridade, pudesse transformar a educação em sua principal inimiga; e com entusiasmado apoio de grande parte da sociedade!

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É fato, e a história o demonstra, que governos autoritários tendem a perseguir a educação e as artes, a adotar práticas de censura, cooptação e controle, a demonizar professor@s, artistas e intelectuais em geral; mas, raramente isso se fez com tamanho apoio e/ou tamanha conivência da sociedade como assistimos atualmente no Brasil.

Essa situação me provocou a desesperança! Então decidi me abstrair da reflexão filosófica, me ausentar da luta política, me isolar de noticiários e da leitura sobre política, especialmente a mais comezinha, a do cotidiano... e “resolvi dá um tempo” buscando em minha formação humanista a força para construir mecanismos de resistência e, assim, retomar a luta para o enfrentamento do arbítrio!

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Ao retornar, de chofre, já me vi diante do caso “Porta dos Fundos”, ou do seu “especial de Natal alternativo”, pra dizer-se o mínimo, e das tentativas de cerceamento, censura e, no extremo, do ataque terrorista que sofreram seus produtores, artistas e sede, respectivamente, inclusive contando com o apoio barulhentamente explicito e ou silenciosamente conivente de parte do poder judiciário, de suas instituições e membros!

Quase desisto!

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Vieram então os injustificados ataques à pessoa e à obra de Paulo Freire! Estes agravados pelo fato de que quem se propõe a atacá-lo não o lê ou sequer o leu. Aliás, situação semelhante ao do Porta dos Fundos, pois que, quem o quer censurar não viu o dito “especial! Fato que me remeteu ao desastroso governo de José Sarney (1985-1990), o primeiro após a ditadura militar.  

Me refiro ao filme “Je vous salue, Marie”, do diretor Jean-Luc Godard, também censurado sob pretexto religioso por pessoas que não se deram ao trabalho de vê-lo. Aliás, podemos perceber que, sob justificativa de “defender a religião da maioria dos brasileiros”, sob argumento do “moralismo religioso”, vez ou outra, projetos autoritários são tentados. Não nos esqueçamos: foi uma tal “Marcha da Família com Deus” que abriu caminho para o golpe militar de 1964 e para a ditadura que lhe sucedeu! 

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Pois é! 

E mais: nenhum (a) analista sério nega que o atual governo tem fortes tendências autoritárias, próximas ao fascismo, e que estas têm uma de suas principais bases de sustentação social no chamado “neopentecostalismo”. Não por acaso são constantes as tentativas de “suborno” às suas igrejas e líderes, como recentemente o vimos com o anúncio de subsídio federal sobre suas contas de consumo de eletricidade; posteriormente suspenso.

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Fatos como esses nos angustiam, nos desesperam, mas também nos clamam ao dever de resistência e enfrentamento ao arbítrio, ao fascismo em todas as suas manifestações e formas, implícitas ou explícitas, conscientes ou inconscientes. Resistiremos, retornaremos à luta usando aquilo que governo autoritários mais temem: o “verbo” em lugar da “verba”.

Lembremos: “In principio erat Verbum”!

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