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Bepe Damasco

Jornalista, editor do Blog do Bepe

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Nos 60 anos do golpe, uma homenagem à Maria Auxiliadora Lara Barcelos, uma heroína brasileira

"Muito obrigado a todos os resistentes, os vivos e os que já não estão mais entre nós", escreve Bepe Damasco

Maria Auxiliadora Lara Barcelos, a Dora (Foto: Reprodução)
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Acordei neste domingo, 31 de março, que marca os 60 anos do golpe de 1964, com o pensamento voltado para a geração generosa que derramou seu sangue na luta contra a ditadura, pela democracia e por uma sociedade mais justa e igualitária.

Muito obrigado a todos os resistentes, os vivos e os que já não estão mais entre nós.

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Lembrei do suplício de uma mulher valente, a médica mineira Maria Auxiliadora Lara Barcelos, a Dora. Brutalmente torturada, não conseguiu superar as feridas na alma provocadas pelos seus carrascos e se jogou sob as rodas de um trem, em Berlim, Alemanha, onde estava exilada, em 1º de junho de 1976.

Tinha só 31 anos.

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Militante da VAR-Palmares, Dora foi presa em novembro de 1969. Depois de sessões intermináveis de selvageria, incluindo torturas sexuais, Dora foi incluída entre os 70 presos políticos trocados pelo embaixador da Suíça no Brasil, Giovani Bucher, em 1971.

Exilou-se no Chile, inicialmente, mas, depois do golpe contra o governo democrático de Salvador Allende, partiu para a Bélgica e mais tarde se fixou na Alemanha, em 1974.

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"Sou boi marcado, fui aprendiz de feiticeira. Eu era criança e idealista. Hoje sou adulta e materialista, mas continuo sonhando. Dentro da minha represa não tem lei nesse mundo que vai impedir o boi de voar".

Esta frase de Dora foi citada pela ex-presidente Dilma Rousseff, em seu discurso de posse, arrancando-lhe lágrimas.

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Dora, que embora já tenha sido tema de filme ("De Dora, por Sara") e peça de teatro ("Dora"), é uma heroína brasileira que merece ser mais lembrada e honrada.

Mas seu exemplo e sacrifício estarão sempre presentes nos corações dos lutadores e lutadoras "pelo bom, pelo justo e pelo melhor do mundo", pegando emprestada a célebre frase de Olga Benário Prestes.

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No crepúsculo do mês da mulher, quando a longa noite de horrores provocada pelo golpe de 1964 completa seis décadas, esta singela homenagem à Dora é extensiva a todas as mulheres que combateram a opressão do regime militar e contribuíram decisivamente para virar a página de um dos períodos mais nefastos da nossa história.

A ditadura perseguiu, censurou, exilou, torturou e matou. Jamais a sociedade pode perder isso de vista.

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Sem anistia para os golpistas de ontem e de hoje.

Ditadura nunca mais!

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