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Pedro Paiva

Jornalista, mora em Nova York. Foi produtor e repórter do América News, jornal do canal internacional da Globo feito para a comunidade brasileiros nos Estados Unidos. É colaborador da Revista Híbrida e da USBRTV nos Estados Unidos. Acompanha a política estadunidense e outros temas importantes do país

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Nos EUA, há quem resista ao discurso hegemônico e maniqueísta sobre o conflito na Palestina

Em Nova York, no final de semana passado, aproximadamente 1.000 manifestantes marcharam na Times Square, no coração de Manhattan, aos gritos de Palestina Livre

Jovem ergue bandeira da Palestina diante de militares de Israel (Foto: Ammar Awad/Reuters)
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Os recentes acontecimentos na Palestina vêm tomando a atenção no mundo inteiro. Nos Estados Unidos não é diferente. Israel é o aliado mais importante do pais no Oriente Médio, e o presidente Joe Biden já disse mais de uma vez que se Israel não existisse, os Estados Unidos teriam que “criar um”.

Em discurso esta semana na Cada Branca, Biden apresentou a já conhecida linha oficial do Estado americano. Um apoio inequívoco e incondicional a Israel, e uma caracterização maniqueísta do conflito, como uma batalha entre o bem e o mal.

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É verdade que a opinião hegemônica entre americanos vai de encontro com essa versão oficial. Segundo uma pesquisa do YouGov, 42% dos americanos se dizem do lado dos Israelenses, contra apenas 9% que apoiam os Palestinos. Em março, essa diferença era 31% contra 13%, respectivamente. Ainda que exista uma posição hegemônica construída durante décadas, não se trata de um consenso.

Dentro da sociedade americana, cresce uma visão mais crítica e menos simplista sobre o conflito. Impulsionadas por organizações de esquerda, manifestações contra a ocupação e o apartheid israelense se espalham pelo pais.Em Nova York, no final de semana passado, aproximadamente 1.000 manifestantes marcharam na Times Square, no coração de Manhattan, aos gritos de “Palestina Livre”.

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Hoje, sexta feira, duas outras manifestações semelhantes estão programadas.Na politica institucional também há quem pense diferente da posição oficial. Rashida Tlaib, uma deputada democrata de descendência palestina, se pronunciou acerrimamente sobre o conflito. Em comunicado oficial a deputada disse: “enquanto o nosso país fornecer bilhões de dólares em financiamento incondicional para apoiar o governo do apartheid, este doloroso ciclo de violência continuará”.

A reação aos comentários de Tlaib por parte do status quo, porém, foram duras. Jack Bergman, um deputado republicano de Michigan, o mesmo estado da democrata, entrou com um pedido de moção de censura contra ela na Câmara.

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Para alguns, falar de apartheid israelense é crime na terra da liberdade de expressão. Uma coisa é a posição do Estado americano, a outra é a opinião da população do pais. Uma coisa, claro, não esta desassociada da outra, visto o poder que o Estado tem de formar opiniões. Mas há esperanças, sobretudo em uma nova geração que consegue, cada vez mais, ver a hipocrisia do discurso maniqueísta que em nada ajuda na construção da paz.

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