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Pedro Paiva

Jornalista, mora em Nova York. Foi produtor e repórter do América News, jornal do canal internacional da Globo feito para a comunidade brasileiros nos Estados Unidos. É colaborador da Revista Híbrida e da USBRTV nos Estados Unidos. Acompanha a política estadunidense e outros temas importantes do país

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Nos EUA, republicanos saem mais fracos após caos envolvendo presidência da Câmara

"Em 2024, candidatos democratas utilizarão essa crise como argumento para vencer disputas em distritos competitivos", prevê Pedro Paiva

Deputado Mike Johnson fala com jornalistas antes da votação para presidência da Casa 25/10/2023 (Foto: REUTERS/Nathan Howard)
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Na tarde de ontem (25), os republicanos finalmente elegeram um novo presidente da Câmara, 22 após Kevin McCarthy ter sido retirado do cargo por iniciativa de 8 membros da extrema-direita do próprio partido. O escolhido foi Mike Johnson, uma figura pouco conhecida.

A situação, sem precedentes na história do país, expôs uma profunda crise dentro do Partido Republicano. De um lado, a ala chamada de “moderada”, que é a maioria, e, do outro, a ala mais conservadora, e mais ligada ao ex-presidente Donald Trump, uma minoria barulhenta.

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Kevin McCarthy perdeu o cargo por não deixar que o país ficasse sem dinheiro para pagar as contas, aprovando uma medida provisória que garantiu financiamento por mais 45 dias ao governo federal, permitindo assim maior discussão sobre o orçamento.

A ala mais conservadora, seguindo as ordens de Trump, queria ver o circo pegando fogo. Caso a medida não fosse aprovada, tal qual era o desejo do ex-presidente, milhões de funcionários públicos teriam ficado sem salário a partir do início de outubro.

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Desde a votação que depôs McCarthy, dia após dia ficou mais nítida a profunda fratura que divide hoje o partido da oposição. Algo que preocupa, sobretudo, os deputados eleitos por distritos pêndulo, onde republicanos não são maioria absoluta. O caos favorece candidatos democratas no ano que vem.

A novela

O primeiro nome escolhido pelos republicanos, a portas fechadas, foi Steve Scalise, um moderado de Louisiana que ocupava o 2º cargo mais alto na liderança do partido na Câmara. Ele abandonou a corrida sem nem colocar o nome para votação no plenário da Câmara, uma vez que entendeu que não conseguiria o apoio da extrema-direita.

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O segundo escolhido foi Jim Jordan, de Ohio, apoiado por Trump e pela extrema-direita. 3 votações foram feitas no plenário, mas membros da ala moderada não permitiram sua vitória. Uma após a outra, Jordan perdeu apoio e terminou por abandonar a corrida.

O terceiro nome indicado pelos republicanos foi Tom Emmer, de Minnesota, um moderado que votou contra as tentativas de reverter a eleição de 2020. Não ter votado pelo golpe, é claro, é um crime inafiançável pelos olhos da ala trumpista. Sabendo que não teria o apoio deles, abdicou do posto antes mesmo de ir a votação.

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Por fim, após mais de 3 semanas e em uma situação de vergonha nacional, membros do partido se uniram em torno de Mike Johnson, um ultraconservador pouco conhecido e menos espalhafatoso do que a média. Politicamente, porém, a vitória foi da minoria trumpista intransigente.

O futuro

Apesar de pouco conhecido, Johnson apoiou medidas ultraconservadoras desde que venceu sua primeira eleição para a Câmara em 2016. O New York Times, em 2021, o chamou de “o arquiteto mais importante das objeções ao colégio eleitoral”.

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Em termos de gastos, Johnson é um ultraliberal. Defende cortes profundos em áreas sociais e nos gastos do governo como um todo. Para os democratas, uma má notícia às vésperas do prazo final para a aprovação do orçamento de 2024.

Ainda que a escolha de Johnson possa preocupar os democratas, os maiores derrotados nessa história foram os próprios republicanos. Em 2024, candidatos democratas utilizarão essa crise como argumento para vencer disputas em distritos competitivos.

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Se os republicanos não parecem preparados nem mesmo para se organizar internamente, quem diria para estar à frente da Câmara ou até mesmo da Casa Branca.

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